sábado, 29 de novembro de 2008

A HISTÓRIA DE CADA HOMEM...


A história de cada homem
se constrói de sonhos,
de expectativas,
de buscas...

Não se ganha a vida
senão vivendo!

A história de cada um
privilegia caminhos de luta,
de certezas,
de esperanças...

Não se aprende a guerrear
senão, lutando!

A história de todos
reúne pedaços de felicidade,
de tristezas,
de confiança...

Não se alcança a alegria
senão, combatendo pelo sorriso!

A história dos homens
se alimenta de gestos,
de decisões,
de outros homens...

Não se faz história
senão sendo e querendo merecê-la!

(Publicada no meu livro "No silêncio do coração", Ed. Catolicanet.São Paulo, 2006)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

IGREJA DA GRAÇA DO SEMINÁRIO DE OLINDA



O lugar é extraordinário! O pátio que circunda a bela Igreja de N.Sª da Graça é um verdadeiro mirante, de onde se descortina a paisagem de Olinda e do Recife.

Ali viveram os agostianos (entre 1552 e 1558) e os jesuítas, em seguida. Foi esse o tempo de ver erguer-se o conjunto arquitetônico, do “Real Colégio Jesuítico”, com sua capela dedicada à Senhora da Graça, vivendo aí esses religiosos até serem expulsos do Brasil, em 21/07/1759.

A edificação principal teve vários usos, abrigando o Colégio Diocesano, a Faculdade de Arquitetura, a Escola de Agronomia e o Seminário Diocesano, O incêndio holandês de 1631, mesmo destruindo parte do belo conjunto arquitetônico, deixou marcas do áureo período, visíveis até os nossos dias e retratados por Franz Post, o pintor nassoviano.

A Igreja da Graça possui uma porta principal, encimada por um óculo, voltada para o verde do entorno desse conjunto. Sua torre é voltada para dentro, característica dos templos conventuais. No seu interior, dois altares laterais, com retábulos de pedras proto-barrocas, que restaram íntegros após o incêncio. E pedaços do retábulo central, expostos na área do coro.

O Seminário tem uma história de grandes feitos sociais, políticos e religiosos de Pernambuco, sendo também conhecido como “Escola de Heróis”, por todas as lutas deflagradas por religiosos que ali viveram em tempos diversos.

Hoje ali funciona novamente o Seminário da Arquidiocese de Olinda e Recife, sendo local constantemente, pela beleza do patrimônio cultural que guarda e pela visão que oferece, cercado de beleza!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

HOMENAGEM "POST-MORTEM" A DOM HELDER



Mais uma homenagem é programada, dentro das tantas que estão sendo prestadas a Dom Helder Camara, nessa festa “rumo ao centenário do seu nascimento”, que será celebrado em 07 de fevereiro de 2009.

Dessa feita, a homenagem vem do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade/CAALL, localizado em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

A homenagem tem o nome "PRÊMIO ALCEU AMOROSO LIMA – POESIA E LIBERDADE 2008", acontecerá no dia 11 de dezembro de 2008, às 18h30, no Teatro João Theotonio da Universidade Candido Mendes, que fica na Rua da Assembléia, nº 10 – subsolo - Rio de Janeiro/RJ

Os que se destacaram com Menção Honrosa foram Marco Lucchesi, Rubem Alves - Thiago de Mello e, como homenagem especial, “post-mortem”, foi escolhido DOM HELDER CAMARA, acontecendo, inclusive, na ocasião, a abertura da Exposição "Dom Helder Camara : Memória e profecia no seu centenário".

É mais um reconhecimento que se dá no Estado onde Dom Helder viveu parte da sua vida, como Bispo Auxiliar daquela Arquidiocese.

Cândido Mendes, o Reitor da Universidade, assina o convite enviado para uma infinidade de instituições e pessoas, em nome do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade.

Que bom que mais e mais homenagens vão surgindo, levando o nome do profeta do século às gerações de agora e trazendo saudade aos corações dos que viveram o privilégio de viver no tempo em que ele esteve entre nós! Que bom!

domingo, 23 de novembro de 2008

CRISTO REI

Os pastores, que guardavam seus rebanhos

naquela noite especial,

correram ao encontro de um REI-Menino

que acabara de nascer...

Os magos, na sua longa caminhada,

guiados por uma estrela,

procuravam um REI... e o encontraram...

No tribunal, julgado como um malfeitor,

Jesus ouve a pergunta:

TU ÉS REI?

E responde:

TU O DISSESTE. EU O SOU.

Sim, meu Cristo querido, TU ÉS REI...

Não um Rei qualquer, de um trono menor ou maior,

na avaliação dos homens de todos os tempos...

Tu és REI de um Reino que “não é deste mundo”,

embora permaneças conosco no milagre eucarístico,”

mas daquele mundo sonhado por todos nós,

na eternidade com o qual sonhamos

e para a qual nos preparamos,

renunciando a tudo o quanto

nos possa desviar desse caminho traçado,

para merecermos gozar da eterna alegria,

como participantes do Teu Reino.

E proclamamos também que só temos um REI,

Soberano e poderoso, que nos espera lá,

No paraíso onde queremos viver,

Quando se findar a nossa jornada terrena...

Sim. TU ÉS O REI DO UNIVERSO!

(na comemoração litúrgica de Cristo Rei, em 23/11/2008)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A ATUAL "CASA PAROQUIAL" NORONHENSE


Só depois da definitiva ocupação da ilha de Fernando de Noronha em 1737, começou a ser construído seu patrimônio cultural. Desde essa época, a prática religiosa foi, principalmente católica. O mais importante templo católico - a Igreja de N. Sª dos Remédios - iniciada em 1737 e concluída em 1772, foi eclesiasticamente ligada à Paróquia de São Frei Pedro Gonçalves (Igreja da Madre de Deus), no Recife desde 1789 como extensão da mesma.

Anexo à Igreja e, provavelmente da mesma época da sua construção, foi erguida a chamada “casa paroquial”, embora não houvesse paróquia na ilha e sim capelães designados para o presídio então existente, que usavam essa casa contígua à igreja como residência.

No final do século XIX e princípio do século XX, a irregularidade no envio dos padres era tanta que a “casa paroquial” passou a ter outros usos, como residência dos Diretores do Presídio e alojamento de visitas ilustres. Depois de algum tempo, o edifício foi entregue a moradores da ilha, recebendo modificações interiores, sendo usada como pousada, até transformar-se num estabelecimento comercial, como equipamento turístico.

E foi preciso - nos tempos de agora - a ação combativa do atual Delegado Eclesiástico noronhense, Dom Edvaldo Amaral, religioso salesiano e Arcebispo Emérito de Maceió, para que, com recursos da Adveniat da Alemanha e o apoio da Administração de Fernando de Noronha, uma nova CASA PAROQUIAL fosse implantada numa ruína localizada nas proximidades da Igreja dos Remédios, inaugurada em 15 de janeiro de 2005, pelo titular da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom José Cardoso.

Singela e pequenino, o imóvel pode acolher até três pessoas a serviço da Igreja, oferecendo toda a estrutura necessária à permanência, com uma adaptação apropriada da antiga ruína escolhida. E isso foi o elemento facilitador da movimentação de padres na ilha, garantindo o apoio condigno à comunidade católica existente, pelas condições oferecidas a esses sacerdotes.

São retratos de um tempo de agora, nessa continuidade da História que o Arquipélago vive!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

SAUDAÇÃO Á BANDEIRA!

19 de novembro - DIA DA BANDEIRA


Quando te ergues assim, trêmula e frágil,
no alto do mastro desfraldada,
eu me lembro, Bandeira da minha terra,
do muito que representas...

Muitas mãos teceram teu pano.
Muitas lutas te fizeram forte...

És uma silenciosa mensagem lançada ao vento.
Este povo que representas, na tua auriverde aparência,

vem de muitas jornadas gloriosas
e expressa, num passado de quinhentos anos,
a marca de uma história libertária e vitoriosa.

Muitas mães sobre ti choraram.
Muitas vezes simbolizaste a alegria de vencer...

Aprendemos, desde pequenos,
o valor de conduzir-te com nossa mãos pobres de dons.
E quando te erguemos agora,
amadurecidos para a vida,
é com profundo orgulho que o fazemos.

Saudamos em ti
a coragem de todos os brasileiros,
a esperança de todas as crianças,
a luta de cada dia,
o sonho de todos os homens...

Saudamos a ti, Bandeira do Brasil,
testemunha sempre presente em nossa vida,
acenando a certeza de um futuro que se constrói hoje,
na participação consciente onde quer que estejamos,
cumprindo o dever que nos foi destinado.

Saudamos a ti, Bandeira do Brasil!

(Publicado no meu livro “Cantando o amor o ano inteiro”, Paulinas, 1986)

domingo, 16 de novembro de 2008

CRIAÇÃO DA DIOCESE DE OLINDE - 1676


Em 16 de novembro de 1676, foi criada a DIOCESE DE OLINDA, a 3ª diocese do Brasil, depois da Bahia e do Rio de Janeiro. O instrumento de criação foi a Bula Papal "Ad sacram Beatri Petri". Era a organização da Igreja cristã no nordeste do Brasil, subordinada à autoridade do Papa, sucessor do apóstolo Pedro. Em 1910 essa Diocese iria se tornar Arquidiocese de Olinda e, em 1918, Arquidiocese de Olinda e Recife, título que tem até os dias atuais.

A DIOCESE é uma unidade geográfica, localizada numa região, e é chefiada por um
BISPO, sucessor direto dos apóstolos. A nossa - a ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE - é a única do Brasil que tem duas titulações na sua identificação e duas cidades-irmãs nos seus domínios. A Catedral da nossa Arquidiocese está em Olinda, na Igreja da Se e a có-catedral está no Recife, na Igreja de São Pedro dos Clérigos. Entre as duas são programadas as celebrações oficiais da AOR.

A Igreja da Sé, cabeça da capitania, tinha sido criada por alvará-régio em 1534, antes mesmo que aqui chegasse o donatário Duarte Coelho. Iniciada em 1540, sua construção primitiva foi em “taipa de mão e madeira”. Em 1578 o templo já era uma “formosa matriz com três naves, com muitas capelas ao redor”. Ao criar-se a Diocese de Olinda foi essa Igreja da Sé elevada a Catedral do Bispado e organizado o seu corpo capitular.

Seu primeiro Bispo foi Dom Estevão Brioso de Figueiredo
, que esteve no cargo de 1677 a 1683. E seu primeiro Arcebispo foi Dom Luis Raumundo da Silva Brito, que estava à frente da Diocese desde 1901 e nela permaneceu até 1915. Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra
, que o sucedeu, foi o Arcebispo em cujo tempo se deu a anexação do Recife à Arquidiocese, em 1918. Um Arcebispo destacou-se dos demais, no século XX: Dom Helder Camara, que assumiu em 1964 e tornou-se emérito em 1985.

Temos hoje 332 anos de história eclesiástica. E essa data - dia 16 de novembro - celebrada neste Domingo, marca a força de Olinda, no século XVII, escolhida que foi para abrigar a primeira Diocese do Norte e Nordeste do Brasil.

sábado, 15 de novembro de 2008

MELHOR QUE O PÃO É A SUA PARTILHA!"

Mais uma etapa "Rumo ao centenário"...
Nesta quinta-feira que passou, dia 13 de novembro de 2008, uma programação singela deu partida ao mutirão cultural e lançamento do projeto "100 cisternas, no Centenário de Nascimento de Dom Helder Camara" com o lema "UM OLHAR SOBRE O SEMI-ÁRIDO".

O “Seminário sobre Direitos Humanos na perspectiva do tema da Semana de Solidariedade” ocorreu no horário da tarde, na sede da CNBB, Regional Nordeste 2, com reflexões sobre o:

· Direito a Terra e Água,

· Direito a Vida,

· Direito ao Pão,

· Direito à Participação,

· Direito à Moradia..

Capitaneada pela Cáritas, entidade internacional parceira de cada Diocese, de cada Instituição, de tantos Voluntários, de comunidades e de militantes, o Encontro quis celebrar a experiência da solidariedade que vincula a todos, através da missão do Evangelho. Principalmente, o encontro voltou seu olhar para os cem anos de vida de Dom Helder Camara, a serem comemorados em 07 de fevereiro de 2009, inspirado no seu testemunho: "MELHOR DO QUE O PÃO É A SUA PARTILHA!" Para todos, só assim pode-se exercitar a fraternidade e a paz!

Iniciativas como essa merecem ser incentivadas celebrado a vida, a fraternidade e o carisma da Cáritas e de Dom Helder. Diversos grupos culturais abrilhantaram o momento especial do lançamento do projeto "100 cisternas, no Centenário de Nascimento de Dom Hélder Câmara", que começa agora, interiorizando-se pelo Estado de Pernambuco, levando esperança ao sofrido povo do semi-árido,

A caminhada "Rumo ao centenário" continua... Aleluia!

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA


Na madrugada fria,
o céu fartamente estrelado
e a coragem de muitos
conspiravam a favor dos republicanos...

Naquela noite especial,
assumiam todos os brasileiros
um compromisso novo,
que transformaria a História.

15 de novembro de 1889
- fez-se a República no Brasil –


E para a lembrança de sempre,
transportou-se o céu daquela madrugada fria,
para o centro da bandeira auriverde
que tremulava nos mastros erguidos.

E para a lembrança de sempre,
banhou-se de estrelas o belo pendão,
apontando o luminoso rumo que se iniciava
com a coragem e o coração.

15 de novembro de 1889
- fez-se a República no Brasil –


(Publicado no meu livro “Cantando o amor o ano inteiro” Paulinas, 1986).

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A PRÁTICA DE ESPORTES EM FERNANDO DE NORONHA


Praticar esportes em Fernando de Noronha foi sempre uma forma de lazer desenvolvida desde os tempos do Presídio Comum (que durou pouco mais de duzentos anos), ainda que fosse mais exercitado pelos militares da Força Policial de Pernambuco – responsável pelo comando – do que pelos presidiários, propriamente dito.

Na década de 1920, a chegada de estrangeiros - italianos e franceses - para cooperação técnica, incrementou o uso dos esportes - principalmente o futebol e o voleibol - como oportunidade de confraternização entre esses e a população, na sua maioria carcerária. Ainda assim, pouquíssimos presos tinham oportunidade de jogar...

A prática foi estimulada entre 1938 e 1942, quando implantou-se o Presídio Político da União, perdendo Pernambuco, "a título precário", seu poder sobre a ilha. Os comunistas, integrallistas e aliancistas presos fizeram tudo o que foi possível para passar o tempo, desde ministrar cursos de alfabetização ao ensino de línguas estrangeiras, como jogos diversos, como Voleibol, Basquete e, claro o Futebol.

A chegada dos militares a partir de 1942, tanto para implantar o Território Federal, como para acolher um Destacamento Misto da II Guerra Mundial, deu ao futebol um lugar de destaque, construindo-se precários campos para a prática esportiva e, na década de 70, aprimorando-se esses campos, que existem até hoje. O principal deles é o "Pianão" (campo de futebol com alguns itens de qualidade e assim denominado em homenagem ao mais famoso jogador de futebol noronhense, Salviano Souza Neto ("Piano"), falecido em um acidente automobilístico com pouco mais de 30 anos). Nesse campo acontecem os "Campeonatos Noronhenses", com times diversos que representam tanto setores do poder público como do setor privado (pousadas, restaurantes, empresas de mergulho, etc). Foram também os militares que construíram uma quadra de esportes na Vila dos Remédios, modificando o espaço urbano colonial que havia, quadra essa usada para vários fins, onde diversos esportes são praticados.

Hoje a realidade do esporte é diversificada, tanto com competições que promovem esportes tradicionais, como o desenvolvimento de modalidades novas, como Capoeira, Futebol feminino, corridas de Bicicleta, Hidroginástica com idosos, entre outros, sempre estimulando o espírito de congraçamento, de lazer em horas ociosas e estímulo à Saúde.

A mais recente competição - a Copa Noronha de Futebol Máster – acontece agora e dela participam só jogadores com idade superior a 30 anos..É o noronhense de agora, fazendo do esporte uma sadia e prazerosa forma de partilha e alegria!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

LIBERDADE

Não é fácil ser livre
e viver a liberdade
em atitude plena.

São tantos os apegos humanos...
São tantos e tão fortes
os laços que nos prendem
que, por vezes,
sacrificamos a sonhada liberdade
pelos enraizamentos
que nos permitimos acolher
e que acabam se espalhando
pela alma toda...

Não é fácil ser livre
e saborear essa independência de espírito,
sem riscos, sem conseqüências.

São tão grandes os muros
que erguemos no coração...
São tão definitivos
os sentimentos de posse
– material e afetiva –
que, quase sempre,
nossa liberdade se esvai, como fumaça,
deixando-nos sofridos,
com os inúteis fardos,
que pesam nos ombros
e cerceiam o carminho...

Não é fácil ser livre,
embora com isso sonhem
todos os homens!


(do meu livro "Em louvor do amigo")

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A PRÁTICA RELIGIOSA CATÓLICA EM FERNANDO DE NORONHA


A prática religiosa católica em Fernando de Noronha foi difícil de ser desenvolvida... A história diz que a 1ª Missa foi aí celebrada pelo frade capuchinho francês, Frei Claude D’Abeville, companheiro do conquistador do Maranhão, Daniel da la Touche que, parando na ilha em 1612, para descanso, improvisou uma paliçada e fez oficiou a celebração.

Depois, ocupada a ilha de forma definitiva, ergueu-se o mais importante templo católico - a Igreja de N.Sª dos Remédios – iniciada em 1737 e concluído em 1772. Foi essa devoção que inspirou o nome do principal forte construído e de toda a vila. E a Virgem dos Remédios foi tomada como padroeira do presídio desde 1768.

Em 1789 o templo foi ligado à Paróquia de São Frei Pedro Gonçalves (Igreja da Madre de Deus), no Recife, como extensão da mesma. A vinda de padres era esporádica. Nunca foi criada uma “Paróquia” noronhense... Padres-capelães eram indicados cada ano, no dia da ordenação de padres da Diocese de Olinda, sorteados para atuariam na ilha. E religiosos – padres e freiras - assistiam espontaneamente a comunidade de presos e de gente livre, de tempos em tempos, como os Jesuítas (no final do século XIX), os Carmelitas e Franciscanos (na 1ª metade do século XX) e as Irmãs Paulinas (a partir de 1988). Hoje um Arcebispo Emérito Salesiano conduz os destinos católicos da ilha.

Em 1986, com a criação do Vicariato Castrense (diocese militar de almas, sem definição de espaço físico), tentaram os militares fazer coincidir essa Diocese com o espaço territorial de Fernando de Noronha, ocupado, quase que exclusivamente, por militares. A reintegração a Pernambuco pouco tempo depois não concretizou essa intenção. Também a presença militar por tantos anos, no Território Federal, impediu que, de 1964 a 1985, Dom Helder Camara visitasse seu rebanho insular. Somente em 1988 Dom Helder visitou a ilha, para inaugurar a restauração da Igreja dos Remédios. E, em 1989, ocorria a primeira visita pastoral de Dom José Cardoso Sobrinho, atual Arcebispo dessa Arquidiocese.

Afora a igreja principal, duas outras capelas existem no arquipélago:

Capela da Quixaba – na antiga Vila da Quixaba, restaurada em 1999/2000, dedicada a N.Sª da Conceição e, com o desaparecimento da imagem original e a aquisição de uma outra, de N.Sª das Graças, definiu as duas denominações que a capela já recebeu.

Capela de São Pedro dos Pescadores – no alto, próxima à região da Air France e ao Porto de Sto. Antônio, só se abre por ocasião da festa de São Pedro, com Missa campal, seguida de procissão marítima.

No passado, três outros templos, se arruinaram:

Capela do Cemitério, dedicada a N.Sª da Conceição, datada de 1843.

Capela da Fortaleza dos Remédios, de 1737, hoje arruinada.

Igreja de N.Sª do Rosário dos Sentenciados, da segunda metade do século XIX.

Assim desenvolveu-se a religiosidade do habitante de Fernando de Noronha. Imposta e obrigatória, foi católica a orientação, mesmo esporádica. Restam hoje espaços de culto vistos também como patrimônio cultural, mesmo conservando o costume de servirem à comunidade de fé católica, com fé e esperança.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

UMA SESSÃO SOLENE EM MEMÓRIA DE DOM HELDER.


Em ritmo de homenagem, aconteceu, neste 06 de novembro de 2008, a Sessão Solene da Câmara de Vereadores do Recife, reunindo vereadores, admiradores, seguidores, padres, bispos, gente simples e gente importante... Tudo parecido com ele, o profeta Dom Helder Camara, que viveu entre tantos sem abandonar aquele jeito simples e contagiante que caracterizou a sua vida de pastor ardoroso.

Partiu do Presidente do Legislativo Municipal, Vereador Josenildo Sinésio, a iniciativa da homenagem, aprovada por unanimidade. E foi cercado por pessoas que representavam as entidades condutoras do projeto “Rumo ao Centenário de Nascimento de Dom Helder Câmara” (o Instituto Dom Helder Câmara, a CNBB – Regional Nordeste 2, a Universidade Católica de Pernambuco e a Arquidiocese de Olinda e Recife) que aconteceu a sessão, reavivando a memória de todos com a projeção do vídeo “Pastor e Profeta”, que trouxe àquele auditório sensibilizado a aura de santidade do homenageado, no discorrer dos difíceis tempos de silêncio e censura e ao lado de todos aqueles sedentos de sua palavra, de sua presença, do seu auxílio, do seu carisma!

E as homenagens vão continuar... E os muitos amigos estarão presentes... Serão muitas as maneiras de lembrá-lo, agradecer a Deus pelo privilégio dado aos que conviveram com ele e por essa vida plena de luz que conhecemos.
Dom Helder vive! Em tudo o que deixou e nos corações de todos!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

INVOCAÇÃO

Que cessam todos os limites,
sobretudo (e principalmente)
os invisíveis laços
que podem tolher a liberdade...

Que se acabem todas as opressões.
Em especial (e primeiramente)
as formas disfarçadas
de domínio, de coração, de força...

Que se destruam todas as barreiras.
Particularmente (e que seja logo...)
aquelas que se erguem no coração,
impedindo que o amor se exteriorize...

Que o homem seja livre,
soberano e senhor do seu destino,
capaz de entregar-se

à grande aventura de cada dia,
guardando, na alma,
a chama quente da ternura infinita...

Que seja a semente geradora
de enormes ideais,
a ser plantada no coração
do amigo, do companheiro, do amado...
Que assim seja,
para que retorne ao mundo
a felicidade, a paz, o bem!
(Publicado no meu livro "No silêncio do Coração" - Catolicanet, 2006)

domingo, 2 de novembro de 2008

A IGREJA DO CARMO DE OLINDA - HOJE


Faz muito pouco tempo que a comunidade “de resistência” da Igreja do Carmo de Olinda voltou a ter suas celebrações aos domingos, a partir das 11h. Uma vitória, na luta que já dura 15 anos e que se fortaleceu em uma outra batalha, travada desde o final do século XIX, quando a Igreja e convento dos Carmelitas foram tomados dos seus legítimos donos, passando para o domínio da União.

A volta simbólica ainda apresenta entraves, para que seja plena, pois os frades e a assembléia dos devotos da Virgem do Carmo estão - temporariamente – abrigados no corredor lateral que resta da edificação do convento (demolido no começo do século XX), enquanto aguardam a finalização das obras do majestoso templo colonial.

O altar-mor está pronto, lindamente dourado, com seus três nichos, abrigando a imagem de N.Sª do Carmo e, nas laterais, os santos fundadores da ordem: Sto. Elias e Sto. Eliseu. As telas oitocentistas também recuperadas, ocupam as paredes desse altar-mor. A nave vive agora o tempo de trabalho de descoberta de seus detalhes feitos em pedra, sendo o que falta para, após a conclusão, ocorrer a reposição do piso e o uso do templo por inteiro, novamente.

Do lado de fora, uma escada suave, rodeando o Cruzeiro, permite o acesso à Colina do Carmo. No altar externo, posto no frontispício, também a Mãe do Carmelo, esculpida em pedra, vigia seus domínios.

Não vai demorar o tempo de reabrir-se a Igreja carmelita de Olinda, a Casa-Mãe nas Américas, para o seu uso principal, que é o de ser uma casa de oração, embora aí possam conviver diversos outros usos, inclusive espetáculos de Arte.

Alias, enquanto se espera e se improvisa o uso de um espaço menor, já se tem um belo exemplo do que pode ocorrer ali, com a presença pontual, a cada 4º domingo de cada mês, do Coral do Carmo do Recife, que é um aliado dessa luta vitoriosa desde o início...

Agora, estamos cada dia mais perto. Aleluia!

sábado, 1 de novembro de 2008

CURIOSIDADES DE FERNANDO DE NORONHA


VOCÊ SABIA?

Que dentre as “ilhas secundárias” do Arquipélago, há um rochedo – o Sela Gineta – que tem esse nome por assemelhar-se ao dorso de um ginete? E que, no passado, esse mesmo rochedo já foi chamado de “São Miguel”?

Que a Regata Recife / Fernando de Noronha / Recife já é realizada há 20 anos e cada vez mais atrai um grande número de participantes, sendo uma data marcante do calendário cultural da ilha?

Que um dos ornamentos do Palácio São Miguel – sede administrativa do Distrito Estadual de Fernando de Noronha – é um vitral, representando o Arcanjo São Miguel, lutando contra o mal, obra concebida pelo vitralista alemão radicado em Pernambuco, Moser, executado por uma sua discípula, Aurora de Lima?

Que Fernando de Noronha já foi tema de quatro diferentes selos, ao longo de sua mais recente, sendo um em, 1975 (série “Fortalezas Coloniais” – Forte dos Remédios); dois em 1992, por ocasião da Conferência Rio 92, um focalizando o golfinho e outro a ave Rabo-de-junco; outro em 2003, em homenagem aos 500 anos do descobrimento e o último em 2006, focado no Turismo e mostrando seis imagens, duas delas mostrando o patrimônio cultural e as demais o meio ambiente insular?

Que o preso-poeta Gustavo Adolpho Cardoso Pinto, cumprindo pena na ilha no final do século XIX, deixou três belíssimos poemas sobre lendas da ilha, no seu livro “Risos e Lágrimas”?

Que havia uma forma de castigo cruel, em “enterrar” o preso numa cavidade chamada “Solitária do Sueste”, próxima ao mar da Baia Sueste, deixando-o somente com a cabeça de fora, ao sabor da maré que ia e vinha?

Que um dos folguedos pernambucanos que a ilha incorporou foi o maracatu, sendo hoje o “Maracatu Nação Noronha” uma atração a mais, dentre tantas outras já existentes?

Que duas vezes ocorreram no Arquipélago a experiência da “Visita Coletiva de Artistas de Pernambuco e da Paraíba”, resultando desse movimento uma infinidade de obras de grande valor, hoje pertencentes ao acervo da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE?

Que na falta de programas de saúde, no passado, levava a população livre ou presidiária de Fernando de Noronha a recorrer à chamada “farmacopéia popular”, valendo-se de “meizinhas” preparadas com ervas encontradas por todos os lados? E que, em alguns casos, até “rezas” eram aceitas para aliviarem o sofrimento dos doentes?

Que quem chega no Arquipélago e, empolgado, exprime seu encantamento e admiração, é identificado como portador de “Euforonha” (a “euforia de Noronha”)?