domingo, 29 de março de 2009

DESCOBRINDO A BELEZA NO PROFUNDO MAR AZUL...



Silêncio, largueza,
Amplitude, entrega...

Nada que perturbe
a profunda relação entre o prazer do corpo
e a paz do oceano azul...



Chamaram-na “Esmeralda do Atlântico” por imaginá-la a jóia liquefeita naquela imensidão verde / azul.

Decantaram seus variados tons, ora escuros e quase ameaçadores, ora translúcidos e absolutamente transparentes.

Imaginaram meios de descobri-lo, explorá-lo, conquistá-lo profundamente, fazendo disso a aventura maior, a busca de prazer sem limites, a possibilidade de dominar, vencer obstáculos, superar-se.

Pouco a pouco a familiaridade com o mar foi sendo mais e mais verdadeira. Pouco a pouco seus segredos - escondidos nos recantos de sonho e mistério - foram sendo desvendados... Pouco a pouco sabia-se muito, buscava-se a riqueza oculta sobre o espelho d´água, como um trunfo a mais a ser apregoado, buscado, conquistado.

Mar – de intensa vida, de seres especiais, de pedras escuras, revestidas da cor e da beleza dos corais... Mar – de golfinhos, de peixes, de tartarugas, de polvos, de moréias, de arraias... Mar – de plantas estranhas, de cavernas fantasmagóricas nas formações vulcânicas, de assombrados cascos e ferros de tantos naufrágios - oferecendo-se como um prazer novo, extraordinário.

Vale a pena descobrir esse mar! Vale a pena mergulhar com emoção no mar de Fernando de Noronha e jamais esquecer essa experiência reveladora!

sábado, 28 de março de 2009

tempo da quaresma


RESSURREIÇÃO


Nenhum deslize em sua vida santa
mereceria uma dor tão forte.
Nenhum pecado fora cometido
que merecesse uma tão vil morte.

No limiar do sofrimento humano
jaz o divino Galileu, sereno,
que brada aos céus a sua entrega plena
num gesto de amor, o Nazareno...

Afinal, fora de amor a prova decisiva,
para salvar os homens do pecado:
que O entregara à condenação.

Mas, transformado, como prometera,
vencendo a morte, volta o Cristo, em glória,
pelo milagre da ressurreição!

quarta-feira, 25 de março de 2009

UMA PALESTRA ATÍPICA SOBRE DOM HELDER


O ambiente era de uma simplicidade comovedora. Crianças, muitas crianças, constituíam a maioria daquele público, cercadas por uns poucos adultos – pais, mães e professores – muito mais atentos à forma de estarem ali, de sentarem-se ali, convidados para uma palestra, do que ouvir talvez o que se pretendesse dizer.

E o desafio: falar sobre DOM HELDER CAMARA para aquele auditório improvisado, numa manhã ensolarada de março, enfrentando um enorme calor e uma expectativa maior ainda de cada um dos presentes...

O local: o “Espaço Cultural Dom Helder Camara”, localizado no Cordeiro (bairro da periferia do Recife), mantido pela Associação Beneficente Criança Cidadã – ABCC, criada para prestar apoio educacional a crianças de várias idades, preenchendo as horas do dia em que não estivessem na escola regular, com atividades as mais diversas, sempre perseguindo o sonho de ocupar o corpo e a mente para desenvolver a cidadania daqueles alunos.

Tentando motivar o eclético auditório apresentou-se, inicialmente, o DVD “O Dom da Paz”, com 18 minutos de duração. Depois, o que se seguiu foi uma conversa curiosa, para ouvintes irrequietos como são todas as crianças do mundo, falando daquele profeta que viveu no nosso tempo, que nasceu no Ceará e teve seu nome tirado – numa sublime inspiração – de um dos livros da mãe-professora, por escolha do pai, que já não tinha nomes de antepassados para colocar nesse 11º filho que chegava e arriscava um nome novo, sem saber o quanto emblemático o nome HELDER vivia a ser, a partir dali...

Foi delicioso. Perguntar coisas depois de tê-las dito, estimulando a fixação de momentos da vida do Dom, dos lugares por onde passou, do amor aos pobres que o caracterizou, das coisas que ele incentivou para que existissem... E da simplicidade de sua moradia escolhida, nos fundos de uma singela igreja – a das Fronteiras – ao invés de permanecer num Palácio, como todos os seus antecessores...

Em momentos assim, fica-me a impressão de que ele – o Dom - está por ali, bem pertinho, talvez assentado junto aos mais pequenos, rindo com eles, querendo brincar também, como eles. Sim. Ele está ali, ao alcance do nosso carinho, olhos arregalados de satisfação, como viveu por toda a vida, junto aos que mais precisassem de sua palavra, do seu aperto de mão, do seu abraço.

Dom Helder, o Dom da Paz, por que não também O DOM DAS CRIANÇAS E DOS JOVENS???

Dom Helder, o Dom da Certeza, por que te escondes, se estás sempre conosco, certamente, vivo, dentro do nosso coração?

segunda-feira, 23 de março de 2009

MAIS UM BISPO PARA A IGREJA DO BRASIL




Foram muitas as emoções da Ordenação Episcopal de Dom Frei João José Costa, frade carmelita, que se tornou BISPO e vai atuar em Iguatu, no Ceará... Uma linda e longa cerimônia, no dia de São José - 19 de março de 2009 - num estádio absolutamente lotado da cidade de Lagartos, a 70km da capital sergipana, onde ele nasceu. Seu lema: “Servo por amor”. O coração me conduziu àquele momento único...

Frei João foi Provincial carmelita no Nordeste e fez inúmeros amigos desde seminarista, pelas inúmeras cidades por onde passou, na sua caminhada rumo ao sacerdócio. Por isso, o momento de sua sagração foi presenciado por caravanas que vieram de muitos lugares, de cidades da Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e até de Iguatu no Ceará, agora sua Diocese.

Muitos Bispos e Arcebispos ali estiveram participando, ao lado de mais de cem padres, seminaristas e noviços, de uma cerimônia que começou às 20h e só foi terminar perto da meia-noite. E ainda houve recepção no Colégio das Freiras, para toda aquela multidão...

Um homem simples, que fez do poder temporário uma forma de amar, instruir, servir como o mais dedicado dos missionários, chegava ali ao momento único de receber da Igreja a Ordenação Episcopal, cercado desses amigos e admiradores que acompanharam por toda a vida. Jovem, arrojado e profundamente bom, Dom Frei João José Costa, O.Carm. é agora o mais novo Bispo no Brasil.

E, dentre as comunidades que o saúdam nesse novo tempo, está a sua querida e vitoriosa “Turma de Resistência em prol da devolução da mais antiga Igreja da Ordem - a de Olinda - aos seus legítimos donos, os carmelitas”, movimento no qual ele se engajou completamente, sendo o condutor desse grupo por muitos anos.

Saudemos nosso novo Bispo! Peçamos para ele todas as bênçãos do céu, para que o seu caminho seja de muito Paz e de muita Luz!

domingo, 22 de março de 2009

PALAVRAS SOBRE O PROFETA



Trecho das "Memórias", de Gregório Bezerra, o homem "feito de ferro e de flor":

"Minhas boas relações com os presos comuns da Detenção trouxe, na época da Páscoa, uma surpresa agradável e honrosa. Fui convidado por um dos detentos para assistir ao ato religioso relativo à data e que seria celebrfado por D. Helder Camara, arcebispo de Olinda e Recife.

Vinha acompanhando com interessea atuação desse eclesiástico, principalmente seus pronunciamentos humanitários após o golpe de 1964. Não o conhecia pessoalmente e a Páscoa seria uma ocasião para ver essa figura, que se tornara célebre em defesa dos presos políticos torturados e assassinados nas prisões da ditadura fascista.

Fui, vi e ouvi a pregação, destinada não somente aos presos comuns, mas também aos religiosos das Igrejas de Nossa Senhora do Carmo, de Santa Terezinha e de algumas outras, que formavam verdadeira multidão".

quarta-feira, 18 de março de 2009

IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO - OLINDA


Localizada no bairro do Varadouro, quase na entrada de Olinda (no antigo “Varadouro da Galeota”, onde aportavam os barcos que traziam mercadorias do porto de Olinda, no Recife), a Igreja de São Sebastião foi construída no século XVII, para louvar o protetor contra peste, a fome e a guerra, quando uma epidemia de febre amarela urbana (a “colera morbus”) atingiu Olinda.

Na época, o governador João Fernandes Vieira ordenou que se fizesse uma procissão penitente de São Sebastião, para exterminar a peste e, pouco tempo depois – em 1686 – iniciava-se a construção da igreja dedicada ao santo mártir, que existe até hoje.

Seu interior é marcado pelo estilo colonial português mas seus altares não têm o esplendor de outros templos olindenses. Muitas reformas aconteceram, ao longo dos tempos, descaracterizando muito do conjunto arquitetônico. Mas restam evidências do tempo de sua construção, especialmente depois da primorosa restauração ocorrida na década de 1980, capitaneada pelos restauradores do Laboratório de Restauro de Bens Móveis de Olinda, com recursos federais, estaduais e municipais. Nessa restauração, foi localizado o altar primitivo, em azulejos portugueses, na parede lateral esquerdo, que estava escondido por trás do retábulo de madeira existente. Uma solução primorosa foi então adotada: nesse retábulo, também restaurado, foram colocadas “dobradiças” que permitem afastá-lo da parede, com um gesto simples e apreciar o altar primitivo, na sua beleza.

No altar-mor está a imagem de São Sebastião, trazida de Portugal no século XVIII. Por muito tempo, era nessa igreja que os Bispos se paramentavam e seguiam, em carros episcopais diocesanos, em direção à Sé-Catedral.

É a Câmara de Olinda que administra essa igreja.

domingo, 15 de março de 2009

TRECHO DA "SINFONIA DOS DOIS MUNDOS", (DOM HELDER)


II CANTO - HOMEM MEU IRMÃO

“Homem, meu irmão,
vê que a criação inteira de contempla.

O Oceano das florestas
e o incêndio das flores,
as lanternas lá do céu
e o espelho das águas,
e as vozes fervilhantes
de todos os animais
divididos entre a confiança e o medo.
É a criação em tudo,
ao teu redor,
um pouco de inveja e de curiosidade
leva a seguir os passos
do eleito do Criador.

Homem, meu irmão,
vê que a criação inteira te contempla.

E ousado tu vais tão longe
na linha da inteligência
esta é a linha da tua chance?
E ousado tu vais tão longe,
emprestando tua inteligência
a serviço do computador.
No imenso mundo das estrelas
tu te tornas viajante
em naves espaciais...

Homem, meu irmão,
vê que a criação inteira te contempla
e te inveja.

E ousado tu vais tão longe
na linha do egoísmo.
Tão longe que te mostras indigno
da preferência maravilhosa
e quase escandalosa
que o Senhor te manifestou
o rumor das questões
parte de todo lado.

Homem, meu irmão,
vê que a criação inteira te contempla
e te interroga!"

terça-feira, 10 de março de 2009

ALGUMAS CURIOSIDADES DO RECIFE

Você sabia?

Que na Matriz do Santíssimo Sacramento, no bairro de Santo Antônio (comumente chamada de “Paróquia de Santo Antônio”), os santos Reis Magos estão no altar lateral à esquerda do templo?

Que na Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, na Rua Nova há, no teto, uma pintura de Nossa Senhora grávida, vendo-se o seu divino Filho através do seu ventre descoberto?

Que a Igreja das Fronteiras, no bairro da Boa Vista, foi o lugar escolhido por Dom Helder Camara, para viver, tendo como dormitório a simplicidade de um quarto nos fundos do altar-mor?

Que o nome completo dessa Igreja é “Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras da Estância de Henrique Dias”, sendo esse o lugar histórico do Terço (grupamento) de negros, comandados por Henrique Dias, um dos heróis da luta contra os holandeses?

Que a imagem principal de Nossa Senhora do Carmo, na Basílica do Carmo, possui duas coroas especialmente doadas pelo povo pernambucano, sendo uma de prata (usada no dia-a-dia) e outra em ouro e pedras preciosas, guardada no cofre de um banco, somente sendo trazida à Basílica sob forte segurança, no dia 16 de julho a cada ano, dia da festa da padroeira da Capital pernambucana?

Que a Igreja de São Pedro dos Clérigos, situada no Pátio de São Pedro, no centro da cidade, é a Co-Catedral do Arcebispado de Olinda e Recife, dividindo com a Sé-Catedral de Olinda as honras de abrigar solenidades especiais da Arquidiocese?

Que por um longo tempo essa honraria foi provisioriamente retirada da Igreja de São Pedro e transferida para a Igreja da Madre de Deus, no bairro do Recife, porque a fumaça e o pó gerados pela torrefação de café de uma fábrica situada nas proximidades do templo, escureceu e cobriu de pó as belas talhas douradas dos retábulos, fechando-se a igreja por anos e anos?

Que, lamentavelmente, na restauração da Igreja de São Pedro dos Clérigos, parte do ouro foi danificado, pelo excesso de pó que cobria todos os adornos em madeira, deixando tudo com a madeira evidente e muito pouco do douramento anterior?

E que a Igreja da Madre de Deus, não mais Co-Catedral do Arcebispado, teve concluída recentemente sua completa restauração, que fez reflorescer o seu esplendor de outrora?

FOI PELO MAR QUE VIERAM OS CONQUISTADORES...


Desde sempre, os homens aventuraram-se no mar, à procura de novas terras... O interesse pela conquista e a curiosidade pelas descobertas atiçaram gente de tempos remotos, que cresceram em seus domínios, tornaram-se poderosos e acreditaram viver melhor assim. Por séculos essa busca desenfreada continuou a ocorrer. Inventaram-se os meios. Melhoraram e diversificaram embarcações, para partir mar a fora, rumo ao desconhecido. E a consciência de mundo foi sendo ampliada.

Até o século XX - além das arriscadas e sofridas jornadas terrestres - era o mar que cumpria o papel de ser rota, caminho, meio para as partidas e chegadas. Até que o desenvolvimento da humanidade fosse sendo provido de descobertas arrojadas, levando para o ar os sonhos de conquista, com o surgimento do avião e tudo aquilo que se seguiu, no campo das invenções de sábios e estudiosos.

O homem deu asas ao homem para que ele fosse mais longe, mais rápido, mais ousado ainda... Mas o gosto por travessias marítimas não se extinguiu. E, nos últimos anos, o mar como lazer tornou-se uma alternativa mundial de conhecer lugares, permitindo o crescimento do segmento dos cruzeiros marítimos.

Foi assim com Fernando de Noronha. Descoberta casualmente através do mar, o Arquipélago isolado no Atlântico só contaria com o mar para a sobrevivência de quem lá fosse viver (fosse qual fosse a razão da ida), até que aviões cruzassem os céus e também o fizessem. Mas a descoberta do lazer náutico em temporadas de cruzeiros marítimos só viria a ser assumida na década de 1990, com períodos regulares de navios, sendo o Funchal o primeiro a manter a rota anual de procura, encantando turistas que descobriam, aparentemente tão tarde, que “navegar é preciso”.

Essas reflexões surgem quando está sendo encerrada a temporada 2008/2009 do navio New Pacific, que deu continuidade à esse costume saudável e emocionante de fazer-se turismo, conduzindo passageiros ávidos por conhecer aquele espaço insular de forma inusitada, navegando pelo nordeste e tendo como coroação da ida a chegada e permanência na ilha por um curto espaço de tempo.

Outras chances virão no futuro, creio! Quem sabe mais cedo do que se imagina e sonha...

sábado, 7 de março de 2009

HOMENAGEM AO "DIA INTERNACIONAL DA MULHER"


LOUVOR À MULHER

Como um imã, em torno de ti gravitam
filhos, companheiros, amigos...
Não és mais sábia que nenhum deles
mas como inspiras força,
pela coragem com que te entregas às lutas,
sejam elas quais forem, desde que sejam justas!

Atrais pelo cheiro e pelo carinho o filho pequenino.
A ele ofereces o alimento necessário,
mesmo que essa tarefa até te cause dor, às vezes...
É na tua mão de mulher que ele se segura, confiante.
É no teu colo que ele se aninha,
na hora inevitável da necessidade.

Os homens - maridos, companheiros, namorados... -
também se agasalham em ti,
certos de que podes ser e és guarida.
Os amigos - eles e elas - confiam na tua discrição,
buscando em ti a palavra certa, o conselho esperado,
o consolo nos tormentos que a vida arma...

E tu és, apenas, uma MULHER!
Não és mais forte do que qualquer homem,
mas és uma fortaleza de ternura, nem sempre visível.
Ah!, Mulher, o que seria o mundo sem ti,
sabiamente criada de um pedaço do lado do corpo do homem,
para caminhar ao lado dele, como esteio, esperança, amor!

Parabéns, MULHER, pelo teu dia!

sexta-feira, 6 de março de 2009

06 de março - DATA MAGNA DE PERNAMBUCO


A escolha foi popular. Urnas espalhadas pelas cidades. Povo chamado a escolher entre várias datas históricas, qual a mais significativa. E, absoluta, a data escolhida é 06 de março de 1817: a da Revolução de 1817, marcada por atos de bravura e demonstração da coragem pernambucana.

Na época, Pernambuco era um lugar de senhores de engenho e plantadores de algodão. A população pobre era de escravos, pretos e mulatos, que vivian na miséria. Os poderosos temiam que os escravos fossem libertados e viessem a fazer falta, como braços fortes em suas terras onde praticavam a agricultura. Nomes se destacavam nas contendas, como Cruz Cabugá e Gervásio Pires, a favor da independência de Pernambuco. Outros, como os Suassunas, os irmãos Manoel e Francisco Carvalho Paes de Andrade e outros, donos de engenho e plantadores de algodão eram contrário às novas idéias.

Começava a nascer o sentimento de patriotismo... Padres expunham suas idéias liberais, principalmente no Seminário de Olinda, fundado em 1800, de onde saíram padres iluminados, o que fez a Revolução de 1817 ser chamada Revolução de Padres! Maçons apoiavam essas idéias. D. João VI estava no Brasil. Percebia-se no nordeste uma resistência muito grande, que viria a se agravar por volta de 1817, com uma crise econômica que teve a sua origem na queda do preço internacional do açúcar e do algodão - principais produtos de exportação da região. Protestos de gente abastada contra os que a ela servia criou o quadro ideológico que gerou a Revolução... Não apenas acontecimentos isolados mas uma corrente do pensamento iluminista e liberal, como acontecia na Europa, estimulando a luta pela independência. Sociedades secretas e o Seminário de Olinda foram ganhando numerosos seguidores, gerando essa que foi a primeira manifestação significativa de um Brasil colonial que mudava, buscando sua libertação política.

A miséria existia. O povo estava insatisfeito com o mau governo, a carestia de vida, os privilégios dos reinos. Mesmo entre os militares, haviam brigas entre oficiais brasileiros e portugueses. Tudo alimentava o espírito revolucionário que vinha crescendo. Por fim, em 6 de março de 1817, o governador de então, Caetano Pinto de Miranda Montenegro resolveu agir contra os que se insurgiam, deflagrando-se o movimento o derrotou e o fez refugiar-se numa fortaleza, partindo deportado em seguida para o Rio de Janeiro.

Consolidou-se a revolução. Formou-se um governo provisório. Criou-se nova bandeira (que é até hoje a Bandeira de Pernambuco). As aspirações revolucionárias foram incorporadas à Lei Orgânica. Difundiram-se os ideais vitoriosos para a Paraíba, o Rio Grande do Norte e a Bahia (sendo seu divulgador o padre José Inácio de Abreu e Lima - conhecido como padre Roma – que lá foi preso e fuzilado pelo governador conde dos Arcos). O emissário Falcão de Lacerda vai, pelo mar, desmantelar tudo o que tinha sido erguido no arquipélago de Fernando de Noronha.

Durou pouco essa nova forma de governo... Em 19 de março, renderam-se os revolucionários. A repressão tornou-se violenta e as punições foram se sucedendo. Um a um, os implicados foram sendo presos, mortos (arcabuzados, fuzilados e/ou enforcados).

Um ano mais tarde, em 1818, D. João VI ordenou o encerramento da devassa, mandando libertar e anistiar os que não tivessem culpa formalizada. Ficou o registro corajoso de um punhado de bravos, que sonharam uma região livre, independente, senhora do seu próprio destino.

OBS: A Bandeira de Pernambuco, que ilustra este artigo, foi originada na Revolução de 1817, sendo oficializada em 1917, na comemoração do centenário da mesma revolução, pelo Governador Manuel Borba.


quinta-feira, 5 de março de 2009

TRÊS FRASES DE DOM HELDER CAMARA


“Tem pena, Senhor,
tem carinho especial
com as pessoas muito
lógicas, muito práticas,
muito realistas, que se
irritam com quem crê
no cavalinho azul”

"Só as grandes humilhações
nos levam ao recesso último de nós mesmos,
lá, onde as fontes interiores
nos banham de luz,
de alegria e de paz."

“Diante do colar belo
como um sonho admirei,
sobretudo o fio que unia
as pedras e se imolava
anônimo para que todos
fossem um.”

quarta-feira, 4 de março de 2009

FERNANDO DE NORONHA NO SONHO DE UM ARTISTA




Quando a gente sonha só, é apenas um sonho...
Quando a gente sonha junto, a realidade está começando
.”
(Dom Helder Camara)

Os sonhos alimentam a vida. Tem gente que tem sonhos fantásticos, e consegue exprimir isso através da Arte, criando, de alguma forma, a materialização daquilo que imagina poder existir.

Foi assim com ERNON, um artista plástico dedicado, principalmente, à arte do “bico-de-pena”, uma antiga e bela técnica de desenho que “cria formas com suas dimensões, planos, sombras, perspectivas e simetrias agradáveis através de pontos, curvas e traços, às vezes longos, suaves e até inacabados, fazendo surgir paisagens, casarios, natureza morta, usando o único recurso do contraste em preto-e-branco”.

Fernando de Noronha mereceu ser reproduzida no sonho de ERNON, que imaginou a Vila dos Remédios completamente restaurada no seu casario antigo, na imagem que se vê acima, percebendo-se, claramente, a lateral da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios; o antigo Armazém de Cereais na praça em frente a ela; a Fortaleza dos Remédios no alto do morro e outras casas da Vila... Ah! Se esse sonho expresso através da Arte viesse mesmo a tornar-se realidade!!!

segunda-feira, 2 de março de 2009

EM FAVOR DOS DIREITOS HUMANOS


Homem, não te apresses,
segue tranqüilo teu caminhar.
Se tens na alma a certeza
de que estás à procura do bem,
nada pode deter-te, amedrontar-se,
afastar-te da busca incessante...

O mundo, essa maravilhosa criação divina
posta a teu serviço,
é um nunca acabar de bens
que desfrutas, todos os dias...
Mas, não serás feliz,
se o direito do outro, do teu irmão,
a igual regalia, for negado...

Que não sejas tu o algoz dos outros homens,
provocando o desaparecimento de liberdades
fundamentais e necessárias,
para que todos sejam felizes
e desfrutem as regalias postas por Deus
e por todos merecidas...

Que não sejas tu aquele que há de ofender,
proibir, destruir o pleno exercício
dos direitos que cabem a todos os homens...

Que não sejas tu, homem!