sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

QUEM DERA, SENHOR...


QUEM DERA, SENHOR:

Que a vida continuasse a reservar aos homens surpresas constantes,
tornando-os mais receptivos à chegada das alegrias de cada dia,
gratuitamente nascidas do Teu Amor e da Tua Misericórdia...

Que a paz fosse o fruto de uma busca permanente,
insistentemente perseguida, como uma meta,
possível de ser atingida, quando se deseja muito construí-la...

Que os sonhos servissem de suporte para cada um,
anumando-nos a lutar pelo que se almeja e, assim,
sermos alimentados pela força que trazem à nossa alma...

Que o bem prevalecesse, mesmo em meio a tantas dificuldades,
tornando os seres humanos mais dóceis, mais tolerantes
e mais corajosos, na luta em favor dos irmãos...

Que a esperança reacendesse nos corações de tantos,
na antevisão de dias felizes e plenos de graças,
miragem accessível, para onde caminharíamos cantando...

Que fôssemos mais compreensivos, uns com os outros,
consolidando em nós o entendimento e a aproximação
para, assim, melhorarmos tudo ao nosso redor...

QUEM DERA, SENHOR,
crer mais no amor e na razão dele existir em nós;
trilhar os ansiados caminhos da amizade verdadeira,
tesouro fundamental para a salvação das vidas,
por mais complicadas que possam parecer...

QUEM DERA, SENHOR:
que 2011 nos encontrasse assim!!!
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(no limiar do Ano Novo, em 2010)


domingo, 26 de dezembro de 2010

NAQUELA NOITE ESPECIAL...


O Menino acabara de nascer.
Ruídos vinham de longe
e se aproximavam, para anunciar
a chegada de pastores curiosos
e animais inesperados.

A noite se agigantava.
No céu, brilhava a estrela andarinha
que partira, solitária e apressada,
para chamar os estrangeiros
que viriam da noite sem fim para adorá-Lo.

Em nada aquela noite era diferente de outras,
a não ser no segredo daquele estábulo,
daquela manjedoura singela,
daquele homem e daquela mulher
que velavam o sono do Menino.

Ali, na paz dos campos escuros,
o céu resplandecia, de repente,
inaugurando o novo tempo esperado
para a salvação dos homens
de todos os tempos, até nós...

Era o primeiro Natal.
Era a promessa que se cumpria,
Era o desejo de paz que os anjos entoavam.
Era a redenção e o resgate das culpas
que carregavam os que ali estavam
... e os que haveriam de vir,
pelos séculos sem fim,
como eu, como você, como todos.

Abençoado Natal que repetimos,
sempre, sempre, como a lembrar
que ainda há chance de salvar-se a PAZ,
quando ela brota do nosso coração
e se faz oferenda de amor
... para mim, para você, para os
"homens de boa vontade",
para todos. Amém.

(No Natal de 2010)


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O MAIOR PRESÉPIO DO MUNDO ESTÁ EM OLINDA


É o segundo ano da experiência: em Olinda, a tradição de bonecos - pequenos (mamulengos) e grandes - transformam-se em figuras bíblicas, agigantadas, compondo um cenário surrealista no Morro do Carmo, rodeando a mais antiga igreja carmelita das Américas: a Igreja do Carmo de Olinda,

Como um passe de mágica, as cenas dão vida a momentos narrados na Bíblia, cercados da luz cenográfica que lhe concede uma a aparência e sonho e atrai multidões, envolvidos todos nessa beleza e nessa tradução natalina com a marca registrada da Cidade Capital da Cultura.

Nada ali é pequeno. Na ousadia das peças enormes, está o diferencial tão apreciado, na sua primeira aparição, em 2009, que se repete e se amplia para mostrar 140 figuras, algumas com a té 8m de tamanho, num conjunto repleto de grandeza e encanto!

Diante dele, famílias inteiras passeiam... Crianças deliciam-se na identificação do que contemplam. A música invade o ar, com tradicionais canções de Natal e música clássica, entremeada, por vezes, com jornadas de pastoril ou do cancioneiro popular. Uma deliciosa mistura de sons que levam longe a som do tempo natalino que se vive.

Até o "Dia de Reis", em 06 de janeiro, o PRESÉPIO GIGANTE" estará lá, para o deleite de todos, nascido da criatividade de um extraordinário artista: Fernando Augusto Gonçalves e sua equipe "SÓ-RISO". E como vale a pena correr para vê-lo, rezar diante dele, captar imagens incríveis, reviver um tempo olindense cheio de ternura e felicidade, que parecia ter-se acabado!

Venha. Não perca. Você pode estar diante de um empreendimento que recebeu o apoio oficial da Prefeitura Municipal e que é, por si só, talvez a mais bela manifestação de ARTE, no Natal de 2010...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

PALAVRAS DO PROFETA


COMO PODE?

Contemplando um presépio com a imagem do Menino Deus
nos questionamos:
Como pode o finito
abraçar o Infinito?
Como pode o relativo
absorver o Absoluto?
Como pode o imperfeito
ser servido pelo Perfeito?

O melhor é perguntar
a quem acendeu na criatura humana
fome e sede de transcendência...
Nossos limites não nos seguiram.
Rebentamos o que nos amarra.
Na aparência,
nossos alimentos são perecíveis
- mas o que, de fato, nos permite
caminhar entre as estrelas
são alimentos divinos
como a verdade, a beleza e o bem,
e, por incrível que pareça,
o Corpo e o Sangue
do próprio Filho de Deus!

(Dom Helder Camara, no livro "Um olhar sobre a Cidade", Paulus, 1995)

domingo, 5 de dezembro de 2010

CENTENÁRIA ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE

Texto de minha autoria, lido nas festividades dos 100 anos da Arquidiocese de Olinda e Recife, em 05/12/2010, pelos jornalistas Francisco José e Beatriz Castro, em praça pública,
precedendo o início da celebração.

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Olhar Olinda, plantada entre verdes colinas, torres de igrejas e mar que se oferece como um refrigério para os olhos é sempre uma ocasião de louvação e deleite. Da "linda situação para erguer-se uma vila" à ação, e aqueles ermos foram sendo povoados, pouco a pouco, sob a inspiração e a fé no Salvador do Mundo, seu padroeiro.

Nem o criminoso incêncio holandês de 1631 apagou o seu brilho! Ferida em seus flancos, arruinada em seus bens culturais edificados, ela resistiu, deixou-se abandonar, restou lá, no alto que tanto encantara o donatário, desde 1535, para voltar a receber honrarias após a expulsão do invasor, em 1654, ganhando o foro de cidade em 16 de novembro de 1676, com a criação da DIOCESE DE OLINDA, pela bula papal "Ad sacram Beatri Petri Sedan", e a determinação de ser a Sé a sua Catedral.

Restabelecia-se um tempo de esplendor e glória, ainda que a opulenta Vila estivesse ferida no seu abandono. A elevação da Sé a Catedral do Bispado que surgia, com seu Corpo Capitular, só poderia ser mesmo naquela igreja, designada como primeira Paróquia do Salvador do Mundo em 1534, antes mesmo que Duarte Coelho viesse tomar posse de sua Capitania. E sua primitiva construção, feita de taipa de mão e madeira, era testemunha da intenção de cristianizar-se as terras de Brasil.

Agora, tantos anos depois, Olinda não está mais sozinha na identificação comemorativa. Ela cresceu. Os séculos viram essa Diocese ser transformada em Arquidiocese e Sede Metropolitana, pelo Decreto da Sagrada Congregação Consistorial, em 05 de dezembro de 1910 - data centenária que comemoramos no dia de hoje - e, mais tarde, pela Bula "Com Urbs Recife", do Papa Bento XV, de 25/07/1019, passou a denominar-se ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE.

É essa data - 05 de dezembro de 2010 - que aqui se rememora, vivendo esse centenário que nos orgulha e engrandece!

Saudemos essa Olinda, mãe e matriz do Nordeste do Brasil!

Saudemos esse Recife onde estamos, Capital cosmopolita dessa parte do País, também plantado à sombra da Cruz!

Saudemos essa Arquidiocese centenária, que acolheu tantos santos e fervorosos Bispos e Arcebispos!

Saudemos suas Dioceses sufragâneas, espalhadas pelo Estado: Palmares e Nazaré - na Zona da Mata; Caruaru, Garanhuns e Pesqueira - na Zona do Agreste. Afogados da Ingazeira, Floresta, Salgueiro e Petrolina, - no Sertão, filhas todas de um mesmo tronco quatro vezes centenário!

Saudemos Olinda e Recife, irmãos na titulação arquidiocesana!

Saudemos os tempos novos, que consolidaram a vocação primeira da antiga Capitania, razão de orgulhe e de veneração por todos!

Parabéns, Arquidiocese de Olinda e Recife!!!

sábado, 4 de dezembro de 2010

UMA ANTIGA PARÓDIA PARA FERNANDO DE NORONHA


Faz muito tempo que um poema em louvor a Fernando de Noronha vem sendo aprendido, cantado, lembrado por muitos que visitam o Arquipélago e até mesmo por grande parte dos que aí residem.

No começo, era quase uma brincadeira... Havia uma canção linda, cantada em todo o Brasil: "Pombo Correio", criada por Dodó, Osmar e Moraes Moreira. Havia um costume de usar-se a paródia na escola como um recurso didático. E numa dessas adaptação, para favorecer a memorização de conteúdos pedagógicos, professores em capacitação foram desafiados a criarem textos que pudessem ser cantados e, dessa forma, memorizados de forma prazerosa. Nasceu ali o texto VIAGEM A NORONHA, cantando a beleza e a descoberta do espaço insular, na melodia baiana. Nunca mais deixou de ser apreciada... Acabou por ser eternizada no seu registro, como poema, no 10º Capítulo do livro "FERNANDO DE NORONHA - CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA", lançado em 2007.

E seguiu seu curso, encantando a muitos, repetida por todos que um dia a ouviram, na voz da sua criadora ou por outros tantos presos ao encantamento inicial. Até que, neste novembro de 2010 que se acabou, Moraes Moreira veio ao Pernambuco, na comemoração dos seus 40 anos de carreira... E a chance não poderia ser perdida. Corajosamente, diante do artista, no seu camarim, ele conheceu aquela "letra" diferente, que enaltecia um lugar especial, que ele ainda nem conhece, usando a melodia da canção que gravou há tanto tempo...

O histórico momento está aqui registrado. A autorização dele para que "Viagem a Noronha" continuasse seu curso de despertar emoçóes foi dada. Coração saciado, sai do Teatro Guararapes de coração leve e a certeza do dever cumprido.

Agora posso cantar minha paródia por aí, de espírito desarmado e a alma em festa! Afinal, tudo o que ela quer é falar desse "pedacinho de terra muito verde, aparentemente perdida em lindos tons de azul"!

E eis a letra que tantas alegrias já despertou:

VIAGEM A NORONHA
Música: Dodó / Osmar / Moraes Moreira
Letra: Marieta Borges

01 - Chegue em Noronha e vá, de barco, ver os golfinhos a brincar no meio do mar... Mergulhe fundo nesse azul inesperado; se entregue ao sol que vai, depressa, todo o seu corpo dourar. Suba ligeiro ao Forte dos Remédios para, de lá, ver a beleza ao seu redor: pedras enormes, praias sem fim, a natureza em todo esplendor!

02 - Chegue em Noronha e, em Atalaia, por sobre pedras veja um "frade" a rezar... Arrisque tudo num passeio ao Sueste; junto ao "chapéu", o aratu você bem pode contemplar... Desça ao Sancho, cansado e disposto. Enfrente as ondas altas, lindas do Boldró. Suba ao Francês: veja de lá a terra linda como Deus criou!

03 - Chegue em Noronha e veja, em toda parte, o importante Pico a ilha dominar... Sinta as delícias do Cachorro ou de Italcable. Experimente, lá do Porto, ver o dia clarear. Enfrente as ondas e vá ver a Sapata. Não se espante se avistar um tubarão. Veja a Rata, Sela Gineta, Baía dos Porcos: uma tentação!

04 - Chegue em Noronha e, na Vila dos Remédios, veja a Igreja de história secular... Vá ao Palácio São Miguel e veja, em frente, entre canhões um monumento com a esfera armilar. Vá à Quixaba pra ver a Capelinha e, nas Pousadas, pare para descansar. Num bar da Vila mate sua sede. Vá ao Buraco da Raquel, olhar!

05 - Chegue em Noronha e pegue um cação sem nenhum medo lá na Praia do Leão... Vá caminhando até a Cacimba do Padre: veja de perto as pedras gêmeas: o Morro dos Dois Irmãos. Em noite escura, com um facho pela praia, apanhe agulha até mesmo com a mão e, para sempre, em sua vida, leve Noronha no seu coração!