domingo, 24 de abril de 2011

DOM HELDER E A IGREJA DAS FRONTEIRAS







Em pleno domingo de Páscoa, chegam-me fotos, feitas por um amigo, da singela e querida Igreja de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras da Estância de Henrique Dias", simplesmente identificada como "Igreja das Fronteiras", escolhida por Dom Helder Camara para ser o seu lar, quando de sua vinda para a Arquidiocese de Olinda e Recife, longe do "Palácio dos Manguinhos", que talvez lhe parecesse suntuoso demais para acolhê-lo.



Por trás do altar improvisou-se o seu quarto: sem janela, sem ventilador, com uma cama simples e um local para abrigar seus poucos pertences. Emblemática essa escolha... Aquele homem abria mão de viver em um sólido casarão, para escolher a simplicidade de um templo distante, num "quarto" pequeno, obrigando-se a percorrer a distância entre os dois mundos onde transitava, morando num e trabalhando noutro, deslocando-se sem problemas pelo meio do rebanho amado.


As fotos que me chegam - como um presente de Páscoa - mostram a Igreja reformada, numa ação de muitas mãos e pronta para abrigar, daqui a algum tempo, o MEMORIAL DOM HELDER CAMARA, preparado aos poucos para revelar a vida e a obra daquele que é considerado "o profeta do século XX".



Uma dessas fotos mostra, também, a escultura feita pelo artista Demetrius, do "Dom Helder-Poeta", que integra o Circuito dos Poetas no Recife, inaugurada por ocasião da comemoração do centenário do nascimento desse inesquecível Pastor; Braços abertos, olhando para o céu, lá está o "poeta-Helder" olhando o mundo, com seu jeito simples e arrebatador de ser, a singela cruz de madeira sobre o peito, a batina de cor clara...


São fotos muito bem-vindas, como um abençoado presente pascal, que divido com todos!

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Fotos: Carlos Alfredo Melo (do Recife)

terça-feira, 19 de abril de 2011

ALELUIA! É PÁSCOA!


A vida nos cobra, a cada momento,
uma tomada de posição:
caminhar sozinho, isolado,
ou partilhar com os outros.

Parar para refletir nisso
não é "perder tempo"
mas fortalecer-se para luta,
que nos quer em marcha, sempre.

PÁSCOA é tempo de reflexão.
Há uma ressurreição a celebrar
e a nos impulsionar para o alto,
para o bem, para os outros...

Cheguemos a ela assim:
desarmados, predispostos à mudança,
fazendo da amizade verdadeira
um dom precioso nas nossas vidas!

Acolhamos o bem, sem demora
e experimentemos a alegria de viver,
de ter sonhos a realizar hoje,
amanhã e depois, como impulso vital...

Nada é acaso. Nada é inútil.
Tudo tem vida. Tudo tem razão de ser.
E na PÁSCOA essa verdade se faz maior
porque um Deus nos deu a salvação!

Aleluia! Feliz Páscoa!

MARIETA
(na Páscoa de 2011)


domingo, 17 de abril de 2011

PALAVRAS DO PROFETA


Descubro, feliz, que não é simulacro de interesse que sinto pelas criaturas.

Amo-as do mais profundo de mim mesmo: como se as tivesse arrancado do nada;

derramando por elas todo o meu sangue

e vivesse apenas para que tivessem vida e vida mais abundante...

O mistério é simples: és Tu o meu Deus Uno e Trino

que amas teu universo através das minhas entranhas...

(6ª Circular - Recife, 18/19-04-1964)

sábado, 9 de abril de 2011

EM OLINDA É TEMPO DE ORAÇÃO E PROCISSÃO




O período que antecede a Semana Santa e todos os dias dessa semana diferenciada é, para Olinda, um tempo de tradições, de religiosidade, de encontros, de trocas afetivas, de fé...


Pelas ruas, largos, ladeiras e becos da cidade paira um clima favorável para que a comunidade católica olindense cante, reze e medite nas igrejas, nos caminhos antigos e estreitos, diante dos nichos e em procissões que repetem passos e confirmam a verdade da fé.


São muitos os momentos. Em dois dias da semana que antecede a Semana Santa, propriamente dita, duas procissões ganham as ruas:


* a PROCISSÃO DO ENCERRO (popularmente chamada "procissão das velas");

* e a PROCISSÃO DOS PASSOS, que repete momentos da Via Sacra, parando diante de Nichos iluminados e decorados para que ali, diante de uma cena da Paixão de Cristo, aconteça uma reflexão.


Depois, seguem-se as celebrações do período, com:

* a PROCISSÃO e MISSA DE RAMOS,

* as cerimônias penitenciais,

* a MISSA DOS SANTOS ÓLEOS - na quinta-feira santa (essa na Sé-Catedral, com a presença de todos oa padres da Arquidiocese de Olinda e Recife, renovando seus votos sacerdotais e cada Paróquia recebendo os óleos que usarão ao longo do ano (para o Batismo, o Crisma e a Unção dos Enfermos),

* a PROCISSÃO DO SENHOR MORTO - na sexta-feira santa;

* as vigílias pascais que atravessam a noite e terminam com o nascer do Domingo de Páscoa;

* a PROCISSÃO DA RESSURREIÇÃO, ao amanhecer do Domingo, anunciando a vitória da Vida sobre a morte de Cristo;

* e as Missas de Páscoa.


Claro, por muitos outros lugares procissões e missas recordam o sofrimento do Cristo e o seu triunfo sobre a morte... Mas em Olinda esses momentos ganham em se participar disso em um ambiente propício, a começar pelas 22 igrejas e 11 capelas espalhadas pelo sitio histórico, badalando seus sinos ou movimentando suas matracas, em pungentes ou gloriosos proclamas religiosos.


E um encanto para os olhos que seguem cortejos, corações que pulsam animados pela fé e beleza plástica por que isso acontece numa cidade impar e singular, que é OLINDA!