quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

QUE SAUDADE DO PRESÉPIO DE OLINDA...


As manchetes dos jornais foram contundentes: “Presépio gigante encanta visitantes de Olinda neste Natal...”; “O Maior Presépio do Brasil está em Olinda/ Pernambuco”; “Presépio gigante é destaque no Ciclo Natalino de Olinda em 2010”; Olinda celebra o Natal com a montagemdo maior presépio do Brasil”; “Olinda inaugura neste domingo o maior presépio do País”; “Mai

or presépio do mundo está em Olinda”.

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Não havia dúvidas: exibir um presépio gigante numa das mais emblemáticas praças da “Cidade Patrimônio Mundial” fora uma decisão acertada, oportuna, encantadora! Ninguém ficou indiferente àquele enorme número de figuras religiosas, da tradicional cena imaginada por São Francisco, séculos antes de nós todos, mas exibindo-se agora de forma surrealista, única, pela genialidade de um dos maiores e mais talentosos artistas olindenses: Fernando Augusto Gonçalves.


Plantado na suave Colina do Carmo, às vistas de quem passava, o presépio atraiu a todos, tornando-se, em 2009 e 2010, a maior atração do Natal pernambucano, louvado em registros escritos, radiofônicos, televisivos... Quem o via, tornava-se um divulgador, convocando outras e outras pessoas para o momento mágico de estar ali, diante da cena tão familiar ao mundo, no entanto mostrada na enormidade da Arte verdadeira, atraindo famílias inteiras, crianças que brincavam na praça, parando a cada momento para contemplar a maior representação do Natal, numa cidade capaz de ousar, com o tantos dos seus filhos o fizeram, no passado.


Este ano, nada aconteceu. O presépio gigante ficou na lembrança, sem explicações convincentes que o justificassem. Faltou algo defundamental na Colina Carmelita, como se dela houvesses extraído o “toque” de genialidade, esvaziando-a e apagando-a aos nossos olhos.


Restou a saudade. Enorme saudade de visitas constante ao lugar dos sonhos, onde se podia mergulhar no imaginário popular, tendo ou não qualquer vinculação religiosa, mas reconhecendo que a imortalidade do presépio descomunal tinha sido desconsiderada, por qualquer motivo que fosse.


A mim, apaixonada por Olinda e pelo Carmo de Olinda, doeu não encontrá-lo novamente de pé, talvez até com mais peças, mais elementos de beleza, como se isso fosse possível, numa obra de Arte tão valiosa.


Ah! Que saudade do presépio gigante de Olinda!!!


Quem sabe um dia ele volta, tão belo quanto o foi, tão forte como era visto, tão oportuno como o é, nos Natais de todos os lugares, de todas as igrejas, de todos os corações!...

Repetimos, emocionados: que saudade do presépio gigante de Olinda!!!


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O TEMPO ESPECIAL DO NATAL


Nada é comum nesse tempo... As ruas se enfeitam. As luzes tornam mais belos os espaços urbanos. Através de janelas e sacadas pode-se entrever um mundo de detalhes coloridos, enriquecidos pela criatividade que faz nascer a fantasia em forma de beleza.

Isso é o Natal. Isto é a exteriorização de um sentimento de plenitude que a tudo permeia, engalanando o mundo e despertando sentimentos de paz e de solidariedade.

Pena que, nesse frenesi estimulado pelo consumo desenfreado e, ao mesmo tempo, guiado pela ternura que se derrama nas ruas e praças e que nasce também no nosso coração, vá conduzindo as pessoas para o terreno meramente material, fazendo com que o fato dominante do Natal seja esquecido ou minimizado, perdendo muita gente o sentido cristão que o caracteriza e que se faz verdade na representação do PRESÉPIO, forma concreta de representar o nascimento do Menino Deus.

A inquietação começa quando se torna claro que aquele Deus pequenino nasceu pobre, num lugar improvisado, cercado de singeleza e de mistério. Havia uma mulher grávida, prestes a dar a luz. Protegendo-a, um homem mais velho, cansado da caminhada inglória que não os levara a nenhum dos lugares esperados e sim a um estábulo, onde animais comiam. Não havia tempo para procurar mais...

É o evangelista São Lucas que nos fala daquela noite misteriosa, incluindo na cena o sobrenatural, representado pelos Anjos que entoam louvores e pedem PAZ. É ele também que descreve os pastores que, surpreendentemente, enfrentavam o frio dos campos da região e acabam por representarem o povo – daquele momento e dos séculos sem fim – prestando suas homenagens ao Menino recém-nascido.

O Filho de Deus fora anunciado, através dos séculos. Para a maioria dos que acreditavam na promessa do Redentor que chegaria, ele viria reinar, salvando o seu Povo da escravidão. Mas ele chega como um paradoxal momento histórico, inaugurando o novo momento, pequenino, indefeso, dependente, como qualquer criatura humana, semelhante em tudo a ela, menos no pecado.

Bendito tempo que reaparece a cada dezembro, na lembrança dos que esperam que o Cristo renasça novamente em nós, na nossa vida, no nosso mundo tão carente de amor!... Bendito dezembro nos amolece a alma, deixando-nos ansiosos para re-acreditar que a PAZ AINDA É POSSÍVEL, como apregoaram os anjos naquele estábulo em Belém e que nos levam a repetir esse presságio de esperança e de sonho! Bendito Natal que chega!

Que ele venha para nos fazer mais felizes e mais humanos. E que possamos crer que “no coração daquele que cumpre sua parte na vida, o Cristo nasce todo dia!!!


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

NO NATAL DE 2011


QUEM DERA!!!


Quem dera

que ainda houvesse tempo

para o homem continuar a sonhar

com um mundo mais justo e mais humano...

Quem dera

que a esperança resistisse

e os homens se ajudassem,

sem reservas nem desconfianças...

Quem dera

que o bem prevalecesse sempre,

apesar do egoísmo desenfreado

que impede o desabrochar da solidariedade...

Quem dera

que a luz interior que sobrevive

no coração de cada um,

ainda pudesse brilhar, iluminando tudo...

Quem dera

que a felicidade fosse uma conquista de cada dia,

tornando melhor a humanidade

e mais fecunda e fértil a vida...

Quem dera

que o Natal fosse de certezas e de doçuras,

de trocas constantes e de partilhas experimentadas,

de coragem de mudar e de seguir em frente, sempre!

Quem dera, ah!

Quem dera um Natal mais feliz para o mundo inteiro

e um Ano Novo de promessas e de buscas,

na direção do alto, à procura de Deus!


(no Natal de 2011)