quinta-feira, 13 de junho de 2013

EM HOMENAGEM A SANTO ANTÔNIO


Para uns – sobretudo em Portugal e no Brasil –
ele é o Santo Antônio de Lisboa,
nascido na bela cidade portuguesa,
venerado no exato lugar onde nasceu,
num singelo quarto de uma casa simples,
como um santinho preferido e muito amado.

Para outros – os italianos, principalmente, -
ele é  Santo António de Pádua,
cidade onde viveu  e de onde partiu para o céu,
deixando atrás de si um comovente rastro de santidade
e a lembrança de sua língua incorrupta,
mostrada no “altar do santo”, na Basílica a ele dedicada.

Morreu tão jovem... Tinha apenas 36 anos.
Frade agostiniano e depois franciscano,
pela sua fama de santidade
foi canonizado pouco depois de sua morte,
vivendo no imaginário do povo como notável orador.

Santo António de Lisboa / Santo Antônio de Pádua,
que o povo homenageia de muitas maneiras
e em muitos lugares,
mantendo tradições nascidas entre os simples
e repetidas pelos séculos...

Santo Antoninho: que recebeu nos braços o Menino...
Que experimentava estar em dois lugares ao mesmo tempo,
para fazer o bem e consolar seus fiéis...
Que foi – mesmo humilde,-
o primeiro Doutor da Igreja entre os franciscanos...
Abençoa e protege essa gente que te ama,
neste dia a ti dedicado - e sempre! 
Amém 
 

terça-feira, 11 de junho de 2013

INCÊNDIO EM NORONHA - MAIS UMA GRANDE PERDA!



Faz tempo que descobri Fernando de Noronha... Décadas de presença na ilha e estudo de tudo o que se relacionasse ao arquipélago, deu-me um conhecimento específico a respeito daquele espaço insular, em imagens de todos os tempos e nas descobertas documentais experimentadas.


Nesses anos todos constatei como é cruel ver desaparecerem registros significativos do patrimônio edificado, símbolo dos tempos de ocupação definitiva pelo homem, ele mesmo responsável pelo descaso no tratar daquilo que custou tanto sacrifício para ser erguido. As perdas foram se acumulando. Não importa se foram recentes ou de saudosa memória. Mas, em quantas fotos me deixei registrar ao lado de grandes ruínas, hoje completamente desaparecidas ou fadadas a sumirem definitivamente...

Foi assim com o fantástico Sistema Fortificado - o maior já implantado no Brasil no século XVIII - com suas dez fortificações, das quais muito pouco permanece de pé. Foi assim com a Vila da Quixaba, segundo núcleo habitacional da ilha, outrora pontuada de casas simples e semelhantes entre si, sua capela singela e seu enorme alojamento de presidiários, tudo entregue ao abandono secular, salvando-se nos dias atuais apenas três desses prédios. Foi assim com a grandiosa Base Americana da II Guerra Mundial, estabelecida entre a Baía Sueste e a Praia de Atalaia, para a qual um grande desmatamento foi feito e da qual restam uns poucos antigos alojamentos e o “fantasma” do Frigorífico Velho, que abrigava tudo que vinha suprir a presença estrangeira cooperadora.  Foi assim com a Vila da Italcable, do começo do século XX, suntuosa e bela, deixada de lado depois de muitas destinações, quando os italianos se foram. Foi assim com os prédios destinados a abrigar prisioneiros e correcionais, dois deles já sumidos do mapa de ilha e um último agonizando, desde sempre, na Vila dos Remédios.
 
Algumas destruições são ainda mais distantes... Constatar essas perdas longínquas é igualmente perceber que deixar sem cuidados qualquer construção é condená-la a desaparecer lentamente ou abruptamente, como ocorreu em Fernando de Noronha. O que aconteceu com a Igreja de N. Sra. do Rosário dos Sentenciados? E a Capela de N. Sra da Conceição, dentro do Cemitério? E o casario destinado a autoridades, na praça em frente à Igreja dos RemédIos? E outros, e outros, e outros?

Quem pecou? Quem descuidou-se? Quem não percebeu o valor dos monumentos que encontrou ali? Quem os considerou um dia como “obsoletos e de difícil reconstrução”? Quem são os culpados, em cada tempo diverso da ilha? Difícil são as respostas.

Tudo isso me ocorre agora quando acabamos de perder um enorme casarão erguido entre 1957 e 1965, pelos americanos que atuaram na 11º Posto de Observação de Mísseis Teleguiados, destruído por um incêndio, recentemente.

Ali viveram, com todo o conforto, um grande grupo de técnicos que rastreavam foguetes lançados do Cabo Canaveral, vivenciando um Acordo entre o Brasil e os Estados Unidos. Para abrigá-los ocupou-se a área do Boldró, com alojamentos, prédios de serviços e clube de recreação, que viria a chamar-se mais tarde - pelos militares que herdaram essas instalações - Cassino dos Oficiais e Clube do Pico, toda a área pertencente ao IBAMA, desde 1988, por doação federal.

Tudo agora é lembrança. O espaço onde se pensou até implantar um CINEMA, em 2006, ardeu completamente, deixando o vazio e a desolação, que - quem sabe - poderiam ter sidos, um dia, evitados...

Aos noronhenses e aos visitantes restam as consultas ao MEMORIAL NORONHENSE, reinaugurado no maio próximo passado, para apreciar o que foi o POT, um dia construído e depois deixado ao léu.  É lamentável!!!
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Fotos:
01 - Clube do Pico, em 2006 - Vera Araújo
02 - Incêndio em junho de 2013 - Ana Clara Marinho - 

quinta-feira, 6 de junho de 2013

A HOMENAGEM AO POETA QUE SE FOI...


Francisco César Leal se foi. Poeta premiado e condecorado, professor, crítico de poesia, filósofo, jornalista, o 1º poeta da língua portuguesa a gravar, ao vivo, em 1970, poemas para a Biblioteca de Poesia da Universidade Harvard, membro do Conselho Diretor da FUNDAJ, do Conselho Federal de Cultura, editor da revista “Estudos Universitários” e membro da Academia Pernambucana de Letras.
 
Em 1970, César Leal publicou – no jornal Diário de Pernambuco, do Recife, em 29/05/1987 - um poema em homenagem a Fernando de Noronha, que aqui transcrevo e que foi por mim incluído no Capítulo 10 do meu livro “Fernando de Noronha – Cinco Séculos de História”, que resgata a maioria dos poemas feitos em louvor ao arquipélago, em todos os tempos, tanto por gente aprisionada (nos séculos XVIII, XIX e 1ª metade do século XX) e por gente livre (a partir de 1942). 
Eis o poema - como forma de homenagem.: 
ELEGIA PARA FERNANDO DE NORONHA
                                             César Leal (1958)

                                          Ela já não tinha alegria 
e seu corpo era como uma sombra

que  mergulha nas águas

(versos lidos num sonho)



COMO um vento bruscamente iniciado

nas  águas de um pesadelo 

assim percorro o  círculo de um minuto

a fitar o sujo rio do tempo

onde as mãos do Nada acumulam

o ossuário dos atletas, das missas e dos mendigos

e todas as desgraças sobrepostas

neste hemisfério oleoso

onde uma única verdade nos é dita a conhecer:

- a sós sem a túnica dos túmulos,

bem cedo pó seremos!

Assim canto, a deslocar-me

neste planeta de esmalte

onde Demônios passeiam nos céus

os seus engenhos e teleguiados

só para que a morte e o terror

jamais enferrujem as rubras luvas da dor.

Posto que tantos caminhos

houvesse  nesta cumeada

eis que já entregam o arquipélago

e até os rochedos de São Pedro e São Paulo,

a “Ile Delphine” 

por cuja posse  nos batemos

desde o Brasil ainda na vagem

até as montanhas de Minas,

onde os inconfidentes sobreviveram

ao naufrágio das próprias tumbas

a rir da muralha atômica

cujas torres de rubi

tonteiam o sol da América.



segunda-feira, 3 de junho de 2013

PALAVRAS DO PROFETA




Como seria bom que os sonhos sobre pobreza da Igreja
 (a começar pelo Papa e pelos Bispos)
passassem do complot de um pequeno grupo 
 para resolução do Colégio Episcopal!”

Dom Helder Camara
17ª Circular. Roma. 1/11/1962



 ISSO NOS LEMBRA O PAPA FRANCISCO, NÃO!!!