quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CAPOEIRA - UM RECONHECIMENTO PARA O BRASIL E PARA O MUNDO


 
Em tempos distantes, os CAPOEIRISTAS eram vistos como contraventores, marginais, gente de menor valor, ainda que um fascínio muito forte rodeasse a sua prática e sua propagação. Castigos eram aplicados na tentativa de deter essa onda que crescia. Prisões, deportações, repressões policiais se sucediam, gerando novas formas de repressão e de castigo.

No final do século XIX, a República recém-proclamada decidiu combater de forma definitiva a Capoeira, culminando com a adoção - no seu primeiro “Acto” oficial -  a exiigência da deportação de todos os capoeirista do Brasil para Fernando de Noronha, onde funcionava um Presídio Comum, desde 1737. 

A perseguição aos capoeiras oficialmente começava naquele 1890, 1891 e se continuaria até 1930. Esses “subversivos” foram deportados para lugares distantes, como o Acre (461 homens) e a Ilha das Cobras (950 detidos) e, sobretudo, na sua maioria, para o arquipélago de Fernando de Noronha,

É incrível reconhecer-se hoje - em tempos de liberdade – que uma prática tão coibida houvesse permanecido, impondo sua sobrevivência cultural pelo séculos seguintes, como se uma “transição cultural subterrânea“ permitisse essa continuidade até os nossos dias e, agora, em liberdade, no seu reconhecimento oficial.

E eis que hoje, neste 26 de novembro de 2014, essa prática foi – enfim – reconhecida na sua tradição, na sua beleza, pelos seus heróis de todos os tempos, que viraram mito no imaginário do povo... Agora a CAPOEIRA é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, tendo sido sua inscrição aprovada na sede da Unesco, em Paris, durante a 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda.

Agora, a "Capoeira" se junta ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano: à Arte Kusiwa- Pintura Corporal, do Amapá: ao Frevo de Pernambuco, e ao Círio de Nazaré, do Pará, todos já reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade no Brasil.

Eis mais uma ocorrência histórica do Brasil que se evidencia como importante para Fernando de Noronha!  Tomara que reconhecimentos assim continuem acontecendo!


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

UMA HOMENAGEM CHEIA DE EMOÇÃO!



Sonhar é próprio do homem. Imaginar coisas que não existem, entregando-se à luta para fazê-las verdade, também. Quantos sonhos alimentei pela vida, correndo em busca de cada um, vivendo a alegria de materializá-los.



Foi assim no meu tempo de Secretária de Educação e Cultura de Olinda. No ir e vir entre Olinda e Recife, olhar um casarão rosa solitário e deserto no Complexo de Salgadinho me levou a imaginá-lo um espaço musical, cheio de gente jovem, fazendo Música sem incomodar ninguém, desenvolvendo seu talento em meio a duas cidades-irmãs.



Não sendo musicista, pensei em um homem admirável, com o coração repleto de sonhos que ia consolidando, e fui buscá-lo para a partilha nas ações que resultaram na criação do primeiro local especificamente voltado para o estudo da Música do município, integralmente apoiado pelo Prefeito Germano Coelho e, a nível nacional, pelo também musicista Edino Krieger. Este homem foi o Maestro Mário Câncio. E o que implantamos em Olinda foi o CENTRO DE EDUCAÇÃO MUSICAL DE OLINDA – CEMO. 

   

Hoje, 32 anos mais tarde, aquele CEMO dos sonhos antigos, plenamente concretizado e atuante, presta homenagens aos seus idealizadores/fundadores, em tempo de comemorar a 16ª SEMANA DA MÚSICA CEMO. E a emoção de ver reconhecido – por alunos das escolas municipais de Olinda, pelo seu Corpo Docente e Administrativo, por autoridades municipais e por convidados – os nomes de Germano Coelho, o meu, Marieta Borges e, in memoriam, o de Mário Câncio, cúmplices na luta para fazê-lo verdade, é encantador!!!


Gestos assim fazem bem ao coração! Estar ali, ouvir aplausos de gente que nem existia quando o sonho alvoreceu, ouvir o RECITAL A DOIS PIANOS como parte da festa retrospectiva, foram momentos únicos, que vão ficar guardados para sempre!



 Valeu, CEMO! Valeu, Secretária de Educação Márcia Souto! Valeu, Diretora Superintendente do CEMO, Anaide da Paz! Valeu, criançada e companheiros de trabalho do passado! Deus os recompense pela generosidade!
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Foto 1 - a homenagem de uma estudante de escola municipal
Foto 2 - recital a dois pianos (Kelsem Gomes e Ana Carolina Couto)
Foto 3 - autoridades do Município ladeiam a homenageada 

domingo, 16 de novembro de 2014

ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE - 338 anos de história


Hoje é o aniversário de criação de DIocese de Olinda

Foi em 16 de novembro de 1676 que ela surgiu na história eclesiástica do Brasil, O instrumento de criação foi a Bula Papal "Ad sacram Beatri Petri", do Papa Inocêncio XI, Séculos mais tarde - em 5 de dezembro de 1910 – ela seria transformada  em Arquidiocese de Olinda e Sede Metropolitana pelo Decreto da Sagrada Congregação Consistorial. Oito anos depois, pela Bula Cum urbis Recife, do Papa Bento XV, de 26 de julho de 1918, passaria a denominar-se Arquidiocese de Olinda e Recife - (Archidioecesis Olindensis et Recifensis) - título que tem até os dias atuais.

Antes disso, a Prelazia de Pernambuco havia sido criada em 15 de julho de 1614 pela Bula Fasti novi orbis do Papa Paulo V. Dez anos após, em 06 de julho de 1624, o Papa Urbano VIII, com a Bula Romanus Pontifex, a constituíra sufragânea da então Diocese de São Salvador da Bahia. E a partir de 1676 – data que hoje rememoramos - nascia a Diocese de Olinda, autônoma, tendo a Igreja da Sé como sua Catedral o Santíssimo Salvador do Mundo.como seu Padroeiro (e Padroeiro de Olinda também). Essa é a razão da comemoração de hoje.

A Catedral da Arquidiocese continua a ser em Olinda, na
Igreja da Sé. A có-catedral está no Recife, na Igreja de São Pedro dos Clérigos. Nas duas igrejas são programadas as celebrações oficiais da AOR.

Vale lembrar que seu primeiro Bispo foi Dom Estevão Brioso de Figueiredo, que esteve no cargo de 1677 a 1683. Dom Luis Raymundo da Silva Brito, que estava à frente da Diocese desde 1901, quando tornou-se Arquidiocese, passou a ser o 1º Arcebispo de Olinda. Dom Sebastião Leme da Silveira Cintra foi o Arcebispo da época da anexação do Recife à Arquidiocese, em 1918.

Nestes 338 anos de fecundo trabalho, vinte e três Bispos e oito Arcebispos se sucederam em seu comando. Alguns ganharam notoriedade, como Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira (1871-1878), seu 20º Bispo e Dom Helder Pessoa Câmara (1964-1985), seu 6º Arcebispo. Os dois mereceram figurar na relação dos privilegiados candidatos à beatificação, o que é hoje para nós, razão de orgulho e devoção.

A Arquidiocese de Olinda e Recife pertence ao Conselho Episcopal Regional Nordeste II, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB NE2. Fincada nessa histórica e especial região brasileira, cresceu, atravessou séculos

e hoje recebe o carinho de todos os seus  filhos! 

Que continue a ser fecunda a sua atuação!   

domingo, 2 de novembro de 2014

REFLEXÕES




Construir – no mundo – referências de pessoas que entraram em nossa vida, por razões diversas e que foram preenchendo os recantos do nosso coração, enchendo-o de rostos, vozes, gestos, cheiros, jeitos de ser, cores, sonhos, sem que a gente perceba que as relações que se formam assim, na nossa historia, vão ficar, para sempre, como alicerce do que fomos...

Esse é o caminho que todos percorremos. À medida que crescemos, amadurecemos, erramos, amamos, sofremos, experimentamos alegrias e, um dia, chegará a hora da nossa partida, deixando para trás muito daquilo que fomos.

Essas reflexões foram chegando hoje, especialmente, porque é o dia de FINADOS e são muitas as lembranças que nos invadem, dos tempos que vivemos e daqueles com quem convivemos, na família de onde viemos, naquela que gestamos, nos amigos que fizemos, de tudo e de todos!

Oxalá o saldo final seja positivo e de nós fique no mundo uma lembrança positiva...