quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

QUE VENHA O ANO NOVO

 
 
O que há de novo num Ano Novo?
Esperança de novas experiências de vida
ou receio da continuidade daquilo que não foi bom?
Expectativa de mudanças significativas
ou medo da mesmice que pode paralisar os sonhos?
Coragem de sair em busca do inesperado
ou a acomodação covarde
de quem não em força interior para arriscar-se?

Cada novo Ano parece ser sempre
o limiar daquilo que termina
com a promessa do que pode chegar ligeiro,
com a força transformadora, renascida no coração...

Cada novo Ano parece desfraldar
bandeiras claras, abertas ao vento,
como presságio de boas novas, de felicidade
e de sonhos que queremos alcançar...

Cada novo Ano é como um renascimento,
um recomeço misterioso e até temido,
mesmo que a nossa fé e o nosso otimismo 
nos impulsionem sempre para aguardar o melhor...

Que seja bem-vindo este 2016 que se aproxima
e acelera nossa crença no amanhã,
no dia seguinte, na miragem que antevemos
e no nosso poder em tentar sempre fazer mais e melhor!

Salve, 2016!  

(...no limiar da chegada do novo ano...)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

TUBARÕES EM FERNANDO DE NORONHA

 Entocados em vários pontos do mar noronhense ou passeando soberanamente por esse mar, os tubarões são vistos em  locais diversos, ao redor do arquipélago, atraindo mergulhadores em busca de aventuras, sobretudo pela consciência de não haver registros de ataques de tubarão no arquipélago, provavelmente pelo equilíbrio do ecossistema insular marinho, que lhes garante a subsistência.

Entre 1989 e 1990, uma experiência foi feita por estudantes concluintes de Engenharia de Pesca da UFPE, utilizando um equipamento de atração instalado no mar de Fernando de Noronha, para a captura de tubarões, a serem usados, na ilha, como “bolinho de tubalhau”, de grande aceitação na gastronomia insular. A experiência foi interrompida com a queda de um avião Bandeirante, ao sair do arquipélago para o Recife e a morte de quatro desses estudantes. Afora isso, os cuidados preservacionistas deflagrados em toda a área fernandina (um Parque Nacional Marinho desde 1988), desaconselharam a captura de tubarões nas imediações da ilha, passando a atividade a ser proibida.        

Ver tubarões “quase” de perto pode ocorrer na contemplação do alto da “piscina dos tubarões, chamada assim pelos moradores que, há anos, observam o espaço no qual os tubarões menores ficam retidos entre as pedras, no "mar-de-fora", na região entre a Ponta da Air France e o Buraco da Raquel. Quando o mar recua, só na próxima maré alta eles conseguiram se libertar. Isso vem atraindo visitantes que, subindo até a Capela de São Pedro dos Pescadores, na parte alta, a caminho da Air France, podem contemplar essa ocorrência do alto, por trás da capelinha.

Claro que é grande a curiosidade dos que mergulham em Fernando de Noronha, em relação aos muitos tubarões naquelas águas transparentes... E é possível que alguns cheguem a correr o risco de se aproximarem desses fascinantes seres do mar, talvez até para tocá-los, como se ele – o humano - fosse invencível, ou acreditasse mesmo que todos que escreveram sobre o arquipélago (cronistas, estudiosos, turistas e muitos outros) garantiram sempre que os tubarões de Noronha não precisam de “alimentos” além daqueles que a fartura daquelas águas oferecem.

Isso tranquiliza os amantes do mar, mesmo que relatos pouco favoráveis a respeito de tubarões vivam invadindo os sonhos dos que experimentam esse mar, que é um verdadeiro santuário de vida marinha...
 
Infelizmente, num dia qualquer, acidentes acontecem... Pena!      

 

 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

NATAL DE MUDANÇAS





Diante de uma dificuldade
que nos parece intransponível,
podemos assumir abandonar a luta
ou entregar-se às soluções possíveis,
que nos ajudem a superar tudo...

Assim é a vida: desafiante e grandiosa.
Estimula nosso coração para a o combate,
quando as razões que nos movem
valem a pena e nos impulsionam
a buscar o melhor dentro de nós mesmos!

Que tal se esse tempo de Natal
nos condicione a pedir, fervorosamente,
ao Menino Jesus que chega,
a força e a coragem necessárias
para sermos bons, solidários e perseguidores do bem?

Que tal se nossa coragem, quem sabe, enfraquecida,
conduza à busca dentro de nós mesmos,
para que as promessas desse tempo de mudança
sejam a verdadeira forma de procurar a paz,
num mundo tão descrente e frio?

Que tal reassumir a determinação para a busca,
as certezas antigas talvez esquecidas,
para que o nosso Natal seja solidário e justo
e o Ano Novo aí vem seja o prenúncio de mudanças,
tornando nossa vida mais feliz?

É tempo de tentativas.
É tempo de correr riscos.
Vamos lá.
E que o Cristo-Menino nos ajude a conseguir!

(Marieta, no Natal de 2015)  



quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

1964 - MEMÓRIA DE PRESOS POLITICOS EM FERNANDO DE NORONHA




Um livro escrito em maio de 1964 (Os Idos de Março e a Queda em Abril), foi a primeira obra feita sobre o golpe militar ocorrido naquele ano. Muitas discussões foram feitas em relação à validade dele como subsídio para a História do Brasil, por tudo aquilo que deixou de ser nele registrado. Um outro, publicado em outubro do mesmo ano, por Aderbal Jurema, já exilado no Peru (Sexta-feira, 13 - Os Últimos Dias do Governo João Goulart), contém também relatos dos acontecimentos daqueles dias dramáticos. 

O golpe militar-civil de 1964 voltaria a ser tema de muitas outras obras, escritas por diversos entendidos do assunto, inclusive por  alguns dos 34 prisioneiros confinados em Fernando de Noronha, entre 1964 e 1967, cada um relatando as dificuldades enfrentadas e os poucos gestos de solidariedade recebidos de alguns dos militares que serviam no Território Federal.

A leitura dessas vivências é comovedora. Aqueles homens - na sua maioria jovens - em plena vivência de sua vida profissional (ou preparando-se para ela como estudantes) registraram o dia a dia de um confinamento não entendido nem aceito, sonhando com o momento da liberdade ou do exílio que, para eles, haveria de chegar.  

Alguns desses presos políticos, segregados em Fernando de Noronha, externaram suas impressões do tempo ali vivido. Prisioneiros políticos, militares, familiares e amigos desses, também publicaram reminiscências - suas ou absorvidas daqueles com quem conviveram - deixando um legado importantíssimo desse tempo prisional fernandino. Foi o caso de:

1967 - Hélio Fernandes - Recordações de um desterrado na ilha de Fernando de Noronha; Ed. Tribuna da Imprensa, Rio de Janeiro. s/d
1980 - João Seixas Dória - Eu, réu sem crimeEditora Codecri. 1980.
1991 - Jório Machado - 1964: a Opressão dos Quartéis. Ed. O Combate, 1991.
1996 - Francisco de Assis Lemos: Nordeste: o Vietnã que não houve - Ligas Camponesas e o golpe de 64. Editora da Universidade Estadual de Londrina, 1996.
1999 - Maria da Conceição Pinto de Góes - A aposta de Luiz Ignácio Maranhão Filho. Cristãos e Comunista na Construção da Utopia. Co-edição UFRJ/Revan. 1970.
1999 - Moacyr de Góes. (Org.) - Dois livros de Djalma Maranhão no Exílio. Editora Prefeitura Municipal do Natal – Edição comemorativa dos 400 anos da Cidade.
2000 - Bento da Gama Batista - 1964: Agonia em Fernando de Noronha. Depoimento sobre o cárcere da ditadura militar.   Ed. Universitária, UFPB. 2000.
2002 - Luiz Hugo Guimarães: - Recordações da ilha maldita: 1964. Ed. Grafset. 1988.
2006 Fernando Coelho: Direita, volver: o golpe de 1964 em Pernambuco. Recife: Bagaço, 2004.
2007 - Agassiz de Almeida: A Ditadura dos Generais: estado militar na América Latina: o calvário na prisão. Rio de Janeiro. Janeiro, Bertrand Brasil. 2007
2007 - Ayberê Ferreira: Das Ligas Camponesas à Anistia: memórias de um militante trotskista, Prefeitura do Recife, Secretaria de Cultura, Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2007
2007 - Heloneida Studart: Luiz, o santo ateu. Natal/RN, Ed. Da UFRN. 2006.

Tomar conhecimento dessas histórias de vida, pelos escritos ou pelo contato com os que ainda estão (ou estavam) vivos quando isso foi possível, fez com que essas informações enriquecessem o Capítulo 5 do nosso livro: Fernando de Noronha - Cinco Séculos de História, oferecendo ao Brasil e, em especial, aos que vivem no Arquipélago, o conhecimento de uma história verdadeira, triste em sofrimentos de tantos homens e heróica, por tudo o que significou!
 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O MORRO DA CONCEIÇÃO AGORA É SANTUÁRIO



Uma mãe chamada de mais mil formas, com mais de mil nomes. Uma mulher que se tornou a Mãe do Filho de Deus e, por isso, acolheu toda a humanidade no seu regaço de amor, como nossa Mãe especialíssima.

MARIA disse sim. MARIA aceitou o doce encargo da maternidade divina. MARIA teve seu Filho ao seu lado, até o momento supremo. MARIA sofreu por amor. MARIA foi levada ao céu, de onde abençoa a cada um dos seus filhos na terra. MARIA desceu do céu, em diferentes lugares e em diversos momentos, para lembrar essa proteção de Mãe que nos enternece.

Entre esses inúmeros títulos e nomes recebidos, MARIA foi declarada Imaculada, e assim é venerada em dezembro como NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, pela sua IMACULADA CONCEIÇÃO e proclamada pelo Imperador D. Pedro I como a Padroeira do Império Brasileiro, Foi considerada Padroeira Principal do Brasil, desde bula papal de Pio XI, proclamando-a assim em 16 de julho de 1930. E é hoje designada como Nossa Senhora da Conceição Aparecida.



No Recife, ela tem um especial lugar de procura e carinho, lá no alto, no morro que também tem seu nome: o MORRO DA CONCEIÇÃO.

Este é o tempo de subir o morro, rezar no morro, entregar-se à festa religiosa/popular das mais queridas, com um longo período de celebrações e atrações artísticas até que, desde a madrugada do dia 8 de dezembro, explode a emoção de todos os devotos, nesse feriado diferenciado, que atrai milhares de pessoas, todos os anos.

Que a Virgem Imaculada do Morro da Conceição – hoje transformada em SANTUÁRIO, por Decreto da Arquidiocese - abençoe a todos nós, no seu dia, na sua festa, na cidade que a ama tanto, para que tenhamos a paz que precisamos e a coragem para a luta, sempre!

A Imagem de Nossa Senhora da Conceição



Lá no alto do morro, a imagem de 5,5m de altura, feita na França no começo do século XX, vestida de branco e azul, de pé sobre o globo terrestre, com as mãos em oração e uma cobra sob seus pés é vista de longe, de vários lugares do Recife.Diante dela a igreja Matriz, de grandes proporções, e a antiga capela de 1904, Um centro de devoção, procurado pelo povo de todas as camadas sociais. Um lugar de romarias que acontecem todos os anos. Um Santuário, por merecimento dado pelo povo e aclamado pelo Arcebispo Dom Fernando Saburido. 

Pena que ainda não tenha ocorrido o reconhecimento desse conjunto harmonioso - imagem e capela – para que o lugar fosse tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, o que é uma pena!