domingo, 31 de julho de 2016

O ÚLTIMO PRESO POLÍTICO EM FERNANDO DE NORONHA



A História é dos povos e das nações não se escreve com a covardia dos que se entregam mas com a bravura e a intrepidez dos que resistem”. (Hélio Fernandes)

Foi no mês de julho de 1957 que Fernando de Noronha recebeu o seu último preso político da ditadura militar de 1964: o jornalista HÉLIO FERNANDES, diretor do jornal “Tribuna da Imprensa”, do Rio de Janeiro.

Intimado para ir à Polícia do Exército “prestar esclarecimentos”, por ter publicado – logo depois do acidente aéreo que matou Castelo Branco - na primeira página do jornal que dirigia, dois editoriais com críticas ao ex-Presidente, que desagradaram os líderes da Revolução de 1964, teve sua detenção consumada, sendo levado para apanhar suas roupas em casa, despedir-se da família e sair correndo para o Galeão, onde tomou o C-54 da FAB que o levou a Fernando de Noronha. E ele ficou no Arquipélago, distante de tudo, sem companheiros de infortúnio que amenizassem seus dias, porque todos os outros presos de 1964 já haviam voltado para o continente e seguido suas vidas.

Suas reflexões eram dolorosas... Estou sozinho nesta terrível ilha de Fernando de Noronha, que o medo dos homens escolheu para refúgio dos que têm coragem.” Sua prisão fora cumprida por ordem do Ministro da Justiça, impondo-lhe “como domicílio determinado, até ulterior deliberação, o Território Federal de Fernando de Noronha”, então governado pelo Cel. Jayme Augusto da Costa e Silva. Aí permaneceu incomunicável, preenchendo seu tempo lendo livros ou escrevendo memórias, que resultariam na publicação da obra: “Recordações de um Desterrado na Ilha de Fernando de Noronha, publicado em 1980, falando do tempo de cativeiro, grande parte dele registrado ainda na ilha, em mais de 300 páginas datilografadas, nessa obra “de recordações, revelações e reflexões.”.

Impedido de se comunicar com qualquer pessoa ou receber visitas, somente 18 dias após sua chegada, a primeira pessoa importante que a visitá-lo foi Carlos Lacerda, acompanhado de deputados e advogados, sem nenhuma divulgação permitida. Também lhe foi possível enviar, por telegrama do Cabo Francês (instalado ali desde a década de 1920), uma mensagem para um jornalista do Jornal da Tarde, no Rio de Janeiro, comentando o isolamento prisional em Fernando de Noronha, onde estava “cercado de solidão por todos os lados”, vivendo “noites terríveis e cada vez mais longas”, numa ilha “perdida no fim do mundo” e que “o importante seria não revidar injustiça com injustiça”. Só no livro de memórias isso viria a ser registrado.

Ao voltar para o continente, transferido de Fernando de Noronha para Pirassununga, vinha sob ordens de que “não poderia mais escrever e publicar artigos, nem mesmo sob pseudônimo, em lugar nenhum”. Era a censura claramente exercida, naquele conturbado tempo.

Há uma curiosidade dessa época que merece registro. Numa madrugada de agosto, tendo perdido o sono, Hélio Fernandes tentou escrever. Desistiu. Caminhou pelo alojamento e viu, tapando uma brecha, uma página rasgada de um jornal do Recife (que não identificou qual seria). “Por inspiração divina”, diz ele, vai olhá-la.e encontra,”um dos mais bonitos poemas da língua portuguesa. Não resistiu. Copiou o poema: “Tece, tece, tece, tece, bem tecida essa canção, um a um, fio por fio, como faz o tecelão...” Passou a ler e reler o poema “centenas de vezes” e sugere “que ele deveria ser adotado como o hino oficial da luta pela libertação econômica nacional”. No recorte estava o nome do poeta pernambucano, autor daquela maravilha... E ele escreve, emocionado: Marcus Accioly, poeta genial, que eu não conheço, eu te saúdo e te agradeço pelo poema que tanta companhia me fez, em Fernando de Noronha”.

Julho está a acabando e é bom lembrar um acontecimento tão significativo na história noronhense!!!

domingo, 24 de julho de 2016

EM HOMENAGEM AOS AVÓS



EM HOMENAGEM AOS AVÓS


Será que o tempo passou depressa
ou a velhice é que chegou antes do tempo?
Que balbuciar é esse, que nos lembra coisas distantes,
vozes infantis que amávamos ouvir,
braços que se estendiam, procurando nosso colo
e certeza de estar em paz, mesmo sem saber o por quê?

Ah! Nada disso... Esse é, mesmo um outro tempo.
É o tempo de ser avô, avó... O tempo de ter netos.
E aí se dá a maravilhosa continuidade da vida.
Antes, eram os filhos que nos procuravam,
por que, para eles, éramos o abrigo seguro
que se estendia somente até o limite do nosso aconchego.   

Agora, entre nós e aquelas crianças que tivemos,
há um (ou vários) pequenitos, talvez tão semelhantes
aos que agasalhamos junto ao coração, um dia,
cuidando para que suas vidinhas fossem felizes.
Agora, essas novas criaturinhas que chegam
simbolizam nossa perpetuação para além da vida!

Que eles – os netos - sejam abençoados sempre
e que guardem de nós, seus avós, a recordação saborosa
da convivência com esses meninos e meninas     
 que nos deram a enorme alegria
de sermos - por eles - chamados de
VOVÔ / VOVÓ!

sábado, 16 de julho de 2016




SENHORA, MÃE DO CARMELO

São muitos os Teus nomes, Mãe...
Mas tu és uma só: a Mãe do Filho de Deus!
És, Maria, aquela que soube dizer sim
mesmo sendo tão jovem, de um lugarejo simples, como Nazaré.
Quem sabe nem tivesses compreendido de imediato
a missão que terias de assumir,
aceitando ser o sacrário onde o Salvador se abrigaria...
Mas tu o fizestes...

E, pelos séculos afora, Maria recebestes muitos títulos...
Fostes louvada de tantas formas.
Saudaram-te com o nome dos lugares onde te fizestes ver
- como em Fátima, em Lourdes, em Aparecida,
e em invocações para todos os momentos da vida,
chamando-te de Mãe Puríssima, Mãe do Bom Conselho, Mãe admirável...
Sempre a Mãe, para todos os filhos que um dia haveriam de nascer...  

Uma dessas devoções foi acolhida pelo mundo inteiro:
Nossa Senhora do Carmo!
Atravessou séculos. Espalhou-se por aí...
E tornou-se nossa rainha: a Rainha do Carmelo, a Senhora do Carmo,
que um dia deu ao mundo o  ESCAPULÁRIO,
como um escudo protetor que revestiria teus devotos,
alguns dos quais que, com tanto carinho e intimidade de amor,
ousam chamar-te apenas de  Carminha”, o doce apelido merecido.

Pois hoje é o teu dia! É o dia da tua festa!
E hoje, no Recife e em Olinda,
teus louvores se multiplicam, espalharam-se
e vão fazer felizes os corações que te elegeram
como guia, medianeira, protetora e, sobretudo, PADROEIRA!!!

Abençoa- nos, Mãe querida!

 
  

quarta-feira, 6 de julho de 2016

EM JULHO, TODAS AS DEVOÇÕES PARA A MÃE DO CARMELO!


Julho é o mês das cidades do RECIFE e de OLINDA, em Pernambuco, comemorarem – de forma especial - a devoção a N. Sra. do Carmo.

Na Capital pernambucana N. Sra.do Carmo é a "PADROEIRA DA CIDADE DO RECIFE e é também DE TODO O ESTADO DE PERNAMBUCO".  Em Olinda, ela é PATRONA DA ORDEM CARMELITA" e aí está a mais antiga igreja carmelita das Américas (de 1580). Por essa razão, nas duas cidades, acontecem louvores no novenário que começa hoje – dia 6 de julho - e vai até o dia 14. Em seguida, acontecem as VÉSPERAS (dia 15/07) e, no dia a ela consagrado, se dá a Festa Solene de encerramento, com PROCISSÃO pelas ruas e Missa Campal diante das Igrejas. E Olinda retoma esse fervor a partir do dia 22 de julho, igualmente em festa. 

Em OLINDA também. Terminada a festa recifense começa o louvor em Olinda, onde está a mais antiga igreja carmelita das Américas (de 1580), hoje lindamente restaurada e aberta ao culto e à visitação todos os dias.

PROGRAMAÇÃO EM 2016

RECIFE
Período: de 6 a16 de julho de 2016.
Novenário:
de 6 a 15/07/2016 - 19h. Vésperas solene: dia 15/07/2016 - 18h
Dia da Festa do Carmo:
 Missas contínuas, de hora em hora, desde a  madrugada.
 Missa solene campal, às 16h30.
 Em seguida, PROCISSÃO pelas ruas do Recife.
 Ao final, Show de Encerramento com o frade-cantor Frei Damião Silva

OLINDA
Período: de 22 a 31 de julho de 2016.
Novenário: de 22 a 30 de julho de 2016, às 19h30.
OBS: todos os dias, de 23 a 30 de julho. 
Missa diária às 12h, com imposição do Escapulário.
Sábado, dia 30 de julho: Manhã de Espiritualidade Carmelitana, das 8 às 11h30.
Dia 31 de julho: FESTA SOLENE
 Misssa Solene às 11h.
 Ao final: PROCISSÃO pelas ruas do sitio histórico de Olinda.
 No encerramento: Bênção do Santíssimo Sacramento.

Todas as músicas do devocionário carmelitano, nas duas festividades (Recife e Olinda), são entoadas pelo CORAL DO CARMO DO RECIFE, que cumpre esse delicioso compromisso com muita dedicação e fervor, por muitas décadas. 

Que a Mãe do Carmelo abençoe seu povo! Amém.