sábado, 27 de agosto de 2016

PASTOR QUERIDO, QUE SAUDADE!


 
 Mais uma vez, pastor querido – os que ficaram por aqui –
unem-se em prece, na lembrança da tua iluminada presença!
Afinal, são 17 anos da tua partida...

Ainda bem que o tempo em que te tivemos por perto
foi tão fecundo, tão extraordinário,
que essa saudade conforta, marca, leva-nos a refletir.

Curiosamente, não choramos mais porque estás longe...
Isso porque carregamos no coração todas as lembranças
das coisas que dizias e que comprovavas em todos os momentos.

Isso nos faz mais fortes e mais consolados a cada dia...
E vamos retomando os caminhos por onde andamos
tão próximos e tão marcados por ti em cada gesto, cada palavra.

Dom Helder, padrezinho querido, não está longe o dia
em que serás confirmado naquilo que alimenta nossas certezas:
nós vivemos o privilégio de conhecer de perto um homem  santo!

Assim esperamos, rezamos e aguardamos
esse instante que chegará, logo, logo, consolidando para o mundo
nossas certezas e nossas esperanças!

Deus te guarde, pastor querido, e que Ele, na Sua sabedoria de Pai,
 nos permita sonhar com o momento de contar isso ao mundo inteiro,
dividindo com a humanidade a verdade de um santo do nosso tempo.

Amém!


FALANDO NO CEMITÉRIO DE FERNANDO DE NORONHA



A Lei Imperial de 1º de Outubro de 1828 atribuiu às Câmaras a construção de Cemitérios extramuros para os enterros no Brasil, até então feitos sempre nas Igrejas. Diz a história conhecida que o 1º cemitério público construído nos termos dessa Lei teria sido o de Natal/RN, em 1856, por causa da devastação causada pela Cólera, apesar da resistência da população católica, que considerava caótica essa Lei de caráter higienista, com medidas políticas que proibiam o sepultamento nas igrejas (para que não fossem um entrave à saúde pública), e exigia cemitérios distante dos locais onde habitavam os vivos.

O que a história do Brasil não registrou – talvez pelo pouco caso com que era tratada ailha-presídiode Fernando de Noronha é que, foi lá que se ergueu o primeiro cemitério do Brasil, inaugurado em 1843, no alto do morro denominado “Floresta”, que domina a povoação da Villa, cercado de muro de altura conveniente com pórtico de entrada e modesta Capella de pequenas proporções e abrange uma área de 390 metros quadrados, extensão esta muito diminuta em relação a população actual do Presídio” (como especifica o Relatório do então Director do presídio, Cel. Alexandre de Barros e Albuquerque, datado de 1862.



Situado a pequena distância da villa, ao Sudoeste, no alto do morro denominado Floresta, foi construído em 1843, pelo comandante do presídio, coronel Antonio Gomes Leal. Tem uma modesta capella de pequenas proporções, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, padroeira dos sentenciados e pelos mesmos construída. Compreendia, ao tempo de sua construção, uma área de 178,80m quadrados, mas aumentando o número de habitantes do presídio e, por conseguinte, de obitos, foi necessário dar-se maiores proporções ao cemitério, trabalho que foi executado em 1883, abrangendo hoje uma área de 390m. quadrados, sendo a parte accrescida sagrada com as solemnidades do estylo em 27 de Agosto daqulle anno.” (como está na obra “A Ilha de Fernando de Noronha: noticia histórica, geográfica e economica”, 1887, de Pereira da Costa.


Hoje lembramos o dia dessa inauguração:ampliação em 27 de agosto de 1883”. E lamentamos que, por tanto tempo, os que viveram na outrora ilha-presídio brasileira e os de hoje ainda saibam tão pouco sobre isso, apesar de todos os esforços dos que olham para ela com olhos de “ver” e vontade e fazê-la ressurgir!



E ilustramos esses comentários com a significativa imagem da tela pintada pelo artista plástico J. Niewerth – "Cemitério da ilha de Fernando de Noronha - datada de 1845, pertencente ao acervo do Museu do Estado de Pernambuco e incluído no Capítulo 09 (“As muitas formas de Arte, em todos os tempos”).do nosso livro FERNANDO DE NORONHA – CIINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA.



Aí está uma história que tanta gente nunca conheceu. Pena.  



quarta-feira, 3 de agosto de 2016

DIA DO CAPOEIRISTA - PARABÉNS, GUERREIROS!



Hoje, dia 03 de agosto, é o DIA DO CAPOEIRISTA, nome dado aos praticantes dessa modalidade física cultural e esportiva, reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial pela UNESCO, em Paris, desde 26/06/2014.

A valorização dessa forma tão especial de destreza custou a consolidar-se. No século XIX, a perseguição aos capoeiristas era terrível. Considerados como perturbadores da ordem, marginais, gente sem valor, em 1890 a República recém proclamada decidiu reunir todos os capoeiristas do Brasil, caçando-os em todos os lugares, para enviá-los ao Presídio de Fernando de Noronha, que funcionava na ilha desde 1737 e reunia presos comuns, condenados a longas penas.

Este foi o 1º Ato da República: banir os capoeiristas para fora do continente, confinando-os ao lado de prisioneiros com longas penas a cumprir, que eram assassinos, ladrões, moedeiros falsos... E o envio continuou, até 1930, sem que eles fossem condenados por aquilo que houvessem feito contra suas vítimas mas pelo gosto e desenvoltura demonstrado nessa luta bonita e de difícil desempenho.

Neste DIA DO CAPOEIRISTA saudamos os capoeiristas noronhense, dos grupos existentes no Arquipélago em nossos dias, herdeiros dessa tradição secular que o Brasil  ignorou,  por tanto tempo!       

Parabéns, CAPOEIRISTAS de Fernando de Noronha e de todos os lugares do Brasil!!!