Desde o
século XVIII Fernando de Noronha tinha abrigado um Presídio Comum, recebendo homens condenados a longas penas para
cumprir seu castigo no isolamento do Atlântico, sendo a mão-de-obra improvisada
para todos os serviços. A maioria desses muitos homens e poucas mulheres era de
Pernambuco. Até então costumavam ser enviados alguns presos por razões
políticas, até mesmo pessoas notáveis envolvidas em problemas dessa natureza.
Até os revoltosos da Farroupilha, no Rio Grande do Sul, tinham sido mandados
para lá.
Pois em 25 de agosto de 1938 o Ditador Getúlio Vargas requisitou o Arquipélago
para nele instalar um Presídio Político,
para abrigar os presos comunistas, aliancistas e integrallistas, A ordem era taxativa: a maioria dos presos comuns seriam retirados, ficando na ilha
aqueles que fossem indispensáveis para os serviços essenciais, como pescadores,
agricultores, trabalhadores para as oficinas instaladas ali, etc. A avaliação
das condições para receber esses presos indicava que até 600 pessoas poderiam ser mandadas. Ocupariam a Aldeia dos Sentenciados,
o Alojamento de Presidiários da Vila da Quixaba, a Fortaleza dos Remédios, as
casas da Vila Três Paus, etc.
Bem mais
de 600 homens foram enviados.
Trabalharam na Fábrica de Blocos de Cimento, na construção de novas casas e de
um alojamento para presos na Vila do Trinta.Permaneceram ali até 1942, quando foram transferidos para a
Ilha Grande. Um longo tempo reunindo homens valiosos confinados, como Gregório
Bezerra, Agildo Barata Ribeiro, Carlos Marighella, Diógenes Magalhães e muitos
outros. Difíceis tempos para um ligar tão especial, usado como local de
segregação e abandono...
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Foto: presos políticos em atividade de educação física. à frente, Gregório Bezerra.