Uma abordagem diversificada sobre MARIA,
a
Mãe de Deus, chamada de muitas maneiras, através dos tempos,
De muitas maneiras
ela é invocada... Em todas as partes do mundo e através dos tempos, as devoções
a Maria se multiplicaram, se diversificaram, fazendo surgir devoções que foram sendo
estimuladas, comemoradas, fervorosamente chamadas, sempre tendo como razão do
surgimento a figura de uma mulher, que “as
gerações haveriam de chamar bem-aventurada”.
A menina singela de
Nazaré, dócil e submissa aos pais e às crenças deles herdadas, é surpreendida
por um anjo que anunciava ter sido ela escolhida para ser a Mãe de Deus, aquela
de quem falavam os textos sagrados, através da qual a Salvação chegaria ao
mundo. Mesmo tão jovem, ela não vacilou no seu “sim”, submetendo-se inteiramente aos planos de Deus e assumindo
aquela gravidez inesperada, com todos os temores que isso poderia despertar,
por ser prometida em casamento, mas não coabitando com o escolhido, o
carpinteiro José.
Daí em diante a
história foi sendo cumprida. Prestes a dar a luz, ela precisou deslocar-se para
Belém, enfrentando os sacrifícios dessa penosa viagem. Por causa da fúria de um
imperador apavorado pela possível chegada de um “rei-menino” ao mundo, ela teve
de fugir para o Egito. Em silêncio, ela criou aquele Menino no silêncio do seu
lar em Nazaré, provavelmente auxiliando o pai adotivo no seu ofício. E, com José
procurou por toda a parte aquele Menino especial, desgarrado deles aos 12 anos.
Em Cana, ela intercedeu, providencialmente, provocando o surgimento do primeiro
milagre do seu Filho-Redentor. Finalmente, ela O seguiu até o Calvário,
permanecendo de pé, junto à Cruz, como um símbolo de dor, de fortaleza e de amor
supremo. E ainda aceitou receber toda a humanidade como “filha do seu coração”
na entrega feita por Jesus, pouco antes de morrer.
Depois da ressurreição
do seu Filho, ela – MARIA – estava também no cenáculo, no momento em que o Espírito Santo soprou
sobre aqueles homens cheios de medo. E, chamada ao céu, seu corpo não haveria
de ser corrompido, porque abrigara um Deus dentro de si, mas levado – íntegro –
para o Pai.
Toda essa vida de
absoluta dedicação e ternura foi causa e inspiração de devoções que passaram a
titularizar Maria, chamando-a com nomes diferentes, de acordo com a vida que
levou, as dores que sofreu, a ida para o céu, a proteção que continuou a dar
aos homens. E assim surgiram denominações em cada canto do mundo...
Algumas dessas são chamadas “aparições
apócrifas”, isto é, de autenticidade duvidosa ou
suspeita, ou não reconhecida pela Igreja, como N.Sª. do Pilar, no Século
I; N.Sª. da Correia e N.Sª. das Neves, no século IV; N.Sª. da Cisterna e N.Sª.
de Treviso, no século XI; N.Sª. das Mercês e N.Sª. dos Pestíferos, no século
XII; N.Sª. dos Campos e N.Sª. de Veruela, no século XIII; N.Sª. das Flores e
N.Sª. de Héas, no século XIV; N.Sª. da Luz, N.Sª. dos Cárceres, N.Sª. da Cruz,
N.Sª. da Pedra, N.Sª. do Horto, N.Sª. do Perpétuo Socorro, no século XV; N.Sª.
de Pietá, N.Sª. da Misericórdia, N.Sª. dos Prazeres, no século XVI; N.Sª. da
Renda, N.Sª. da Abundância, N.Sª. de Coromotto e N.Sª. de Taferi, no século
XVII; N.Sª. das Lages, N.Sª. do Poço, N.Sª. da Ilha da Madeira, N.Sª. dos
Remédios, no século XVIII; N.Sª. da Estrela, no século XIX; N.Sª. das Rosas,
N.Sª. de Sevilha, N.Sª. da Natividade, N.Sª. de Todos os Povos e N.Sª. do
Livramento, no Século XX...
Da ladainha feita para louvá-la e das intercessões feitas aos homens surgiram títulos repletos de fervor, como Arca da Aliança, Porta do Céu, Advogada dos Pecadores, Alegria dos Anjos, Auxílio dos Cristãos, Mãe Santíssima, Imaculada Conceição, Mãe de Misericórdia, Rainha dos Mártires, Senhora do Universo, “Tota Pulchra”, N.Sª. da Confiança, N.Sª. Esposa Imaculada, N.Sª. do Espírito Santo Adorável - N.Sª. Mãe Rainha Três Vezes Admirável, N.Sª. da Rosa Mística, N.Sª. da Conceição.
Também a religiosidade popular passou a chamá-la de formas diferentes, fazendo surgir invocações, como N.Sª. Aparecida do Brasil, N.Sª. da Ajuda, N.Sª. dos Agonizantes, N.Sª. da Apresentação, N.Sª. do Amparo, N.Sª. dos Anjos, N.Sª. de Copacabana (Mãezinha da Candelária). N.Sª. da Graça (dada por Caramuru), N.Sª. do Boi, N.Sª. da Guia, N.Sª. dos Impossíveis, N.Sª. dos Navegantes, N.Sª. de Nazaré, N.Sª. do Ó, N.Sª. Desatadora dos Nós, N.Sª. da Paz, N.Sª. da Penha, N.Sª. de Sion, N.Sª. da Soledade, N.Sª. da Paz / N.Sª. da Penha / N.Sª. dos Navegantes, N.Sª. da Boa Viagem, N.Sª. do Amparo, N.Sª. Auxiliadora, N.Sª. da Guia, N.Sª. da Glória, N.Sª. de Nazaré, N.Sª. da Saúde, N.Sª. da Boa Nova, N.Sª. da Fé, N.Sª. da Lampadosa, N.Sª. do Brasil, N.Sª. das Dores, entre tantas. Muitas vezes, os títulos se sucediam, louvando Maria de uma mesma forma, mas com nomes diversos, como N.Sª. da Saúde, dos Enfermos, dos Remédios, que cultuam Maria como a “protetora dos doentes”.
Em todos os tempos, Maria apareceu a pessoas simples, dando “recados” de mudança de vida, de conversão, quase sempre em momentos de conflitos. Algumas dessas aparições são consideradas “autênticas”, com comprovação eclesiástica, após estudos e avaliações cautelosas. É o caso de N.Sª. do Carmo (no séc. XIII), N.Sª. de Guadalupe (no séc. XVI), N.Sª. das Graças (no séc. XIX), N.Sª. de Lourdes (no séc.XIX) e N.Sª. de Fátima (no séc. XX). Outras aparições, por não terem comprovações, são classificadas como “aparições apócrifas”, como N.Sª. da Luz (no séc.XV) e N.Sª. de Medjugore e N.Sª de Cimbres (no séc. XX)
Já são mais de mil formas de chamar Maria...
Para cada devoção foi definida uma iconografia diferenciada que - à figura da
Mulher – acrescentaram-se anjos, nuvens, coroas, mantos esvoaçantes, escapulários,
raios em muitas direções e, principalmente, o divino Filho nos braços,
pequenino, rechonchudo, abraçado a ela e sendo por ela amparado... Para cada
devoção criaram-se orações, definiram-se dias de culto, tomaram-na como
Padroeira... E, como ela mesma reconheceu, no “Magnificat”, através desses mais
de dois mil anos, o mundo continua a chamá-la BEM-AVENTURADA, louvando-a com o coração cheio de esperança, como
uma Mãe verdadeira e vigilante, a quem sempre se pode recorrer, aliviando o
peso das dificuldades da vida.
Salve o mês de
Maio que te homenageia , ó Mãe!!!
Salve Maria,
cheia de graças! Amém.