Setembro
é
um mês de lembrar momentos conturbados
e ansiosamente vividos no Arquipélago. A Guerra chegara a Fernando de Noronha
em 1942, sem ser anunciada e
apressadamente preparada para possíveis conflitos, deslocando para lá enormes
canhões e grupos de expedicionários com cerca de 300 “pracinhas” jovens, isolados e ansiosos para defender a Pátria.
Chegava também uma Base
Americana, com 300 homens, instalando-se nas imediações do Mangue do Sueste,
destruindo parte da região circunvizinha daquele que é o “único mangue existente em uma ilha no Atlântico”, causando uma
inquietação nem confessada, neste que é o único exemplar dessa espécie.
Todos se preparavam, no Arquipélago, para uma guerra que não veio,
marcada por conflitos que nunca foram experimentados, mas que consumiu um
grande arsenal bélico e treinamentos diários de todo aquele efetivo deslocado
para defender a terra e o mar ao redor.
Muitas dessas peças foram deixadas por lá mesmo. Os homens
recrutados foram sendo retirados aos poucos. Todo o espaço foi sendo reocupado,
embora jamais voltassem a ser os mesmos. Na ilha principal, lá longe – a uma
considerável distância - restou a edificação hoje chamada “Frigorífico Velho”, que cumpria na ilha o papel de estocar tudo o
que fosse perecível e que, para esse fim, foi inteiramente revestido de
material americano isolante (parte feito com cortiça) que o tempo e os ratos
foram destruindo...
Setembro é esse tempo
de reconhecer quantos usos arriscados Fernando de Noronha viveu, nesses séculos
de ocupação, desenvolvimento, experimentações diversas, para chegar ao século
vinte e um reconhecido como um patrimônio inegável de natureza insular muito
especial, e de uma história rica de acertos e erros, componentes de tudo o que
hoje vivemos.
Parte dessa área integra hoje o Parque Nacional Marinho. Todo ele
permanentemente vigiado, defendido embora disponibilizado para ser visto pelo
Turismo hoje praticado, que espreita essa beleza com absoluta paixão.
SETEMBRO,
um mês especial, desde sempre!