Os golfinhos
de Fernando de Noronha são emblemáticos. Maior atração do arquipélago, por
muito tempo nem foram notados pelos correcionais e presidiários que ali formavam
o contingente humano segregado, cumprindo longas penas, entre as quais as
penosas jornadas de pesca, nas quais – segundo um comovente depoimento de um
antigo prisioneiro, “nem eram olhados
por ele e suas turma porque não serviam
pra comer...”
Descobrir
a maravilhosa atração que os golfinhos despertavam nos homens só viria a ocorrer
quando os primeiros visitantes começaram a chegar por ali, geralmente como
convidados dos militares que governaram o TFFN durante 44 anos. E, aos poucos, esse
fascínio se deu, atraindo também pesquisadores para fazerem desse tema seus trabalhos
sobre o golfinho-rotador (Stenella
longirostris). Três desses estudiosos assumiram esse compromisso:
Liliane Lodi (do Rio de Janeiro), José Martins e Flavio Lima (que desenvolveram
na ilha o “Projeto Golfinho Rotador”),
que completa 25 anos de atuação na preservação da espécie e da natureza no
arquipélago,
Em todo
esse tempo, o Golfinho Rotador está protegido, intensamente visitado, cercado
de cuidados, sendo a atração maior dos mais de 4 mil turistas por ano que ali chegam.
O desenvolvimento sustentável de Fernando de Noronha é buscado sempre, junto à comunidade
local e os visitantes. Esses encanadores cetáceos usam Fernando de Noronha como
área de descanso, para reprodução, para cuidados com os filhotes que incluem
amamentação, além de refúgio contra predadores, entre os quais tubarões.
O caminho
até agora foi longo e cheio de descobertas e ações positivas, a partir de 1990.
Existe o patrocínio nos Programa Socioambiental da Petrobras. Existem oportunidades
econômicas de negócio, relacionadas aos golfinhos e à preservação da natureza e
outras ações envolvendo a comunidade. Existe a ligação oficial com o Planejamento
Estratégico de Biodiversidade Marinha (Rede Biomar) e o Instituto Chico Mendes
para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e outras instituições
preservacionistas.
Os
planos não param por aí... Por isso, em respeito à história, quis ilustrar
essas considerações com a imagem de golfinhos mortos, na década de 1839, pendurados como se
penduravam os peixes pescados na ilha, com adultos e crianças da época diante
deles, sem nenhuma estranheza, como
se isso fosse uma prática normal, mesmo não havendo memória oral disso.E também uma imagem dos mesmos golfinhos nos tempos de agora, soberanos nos mares fernandinos!





