
O comandante da 7ª Região Militar, Gal.
Mascarenhas de Morais, tinha sido incumbido de receber o acervo da ilha e tomar
medidas para a sua ocupação. Havia
sido criado o Território Federal, em fevereiro de 1942. Mas, um pouco
antes, em 13 de janeiro daquele ano, também tinha sido criado também o Destacamento Misto de Fernando de
Noronha, na jurisdição da 7ª Região Militar, sendo nomeado, como seu comandante,
o General Gil de Alencar Castelo Branco, que chegou ao arquipélago em
maio de 1942 e, trazidos os grupos que integrariam o efetivo, surgiu a frente de ofensiva militar da II
Guerra Mundial em Fernando de Noronha.
O trabalho “Organização da Defesa do
Território, Estudo e Proposta”, propunha combater o inimigo, quando houvesse
torpedeamento dos navios mercantes brasileiros e, considerando a região
litorânea do Brasil como a mais vulnerável, foi definida a defesa do triângulo “Natal / Fernando de Noronha / Recife”
para essa ofensiva, localizando nesses locais a proteção no Atlântico Sul.
Montadas as forças terrestres (de Infantaria, artilharia de apoio, artilharia
de costa e defesa antiaérea) e as forças aéreas (de defesa antiaérea - um
contra voo alto, outro contra voo baixo – a esquadrilha de anfíbios e esquadrilha de
bombardeiros médios), Fernando de Noronha se transformou numa Base de Guerra, com a implantação do “Destacamento Misto”,
a partir de 1942, ali sediado por dois anos e oito meses.
Cerca de 3000 expedicionários participaram dessa
ação de guerra, isolados no Atlântico... Comunicações limitadas, racionamento
da comida, falta d’água, doenças, censura prévia em tudo como medida de
segurança e o compromisso de “reserva”
em toda e qualquer documentação produzida. Essa foi a realidade do
Destacamento. Para o lazer desse grupamento foi permitido o cinema ao ar livre, adaptando-se
o antigo chafariz, do centro da praça diante da igreja, para ser a cabine de
projeção, com a soldadesca e os poucos moradores-civis da ilha sentados no chão...
O Destacamento Misto foi extinto em 29 de agosto de 1945, uma vez que – cessada a guerra
– já não havia razão para sua permanência. Pela ilha, oito peças militares do “tempo da guerra” é o que resta, sem ter
tido jamais a valorização e recuperação merecida.
Agora, 70 anos
mais tarde, o Brasil precisa saber dessa epopéia vivida tão distante do
continente, de homens segregados num arquipélago brasileiro, treinando para uma
luta na qual nunca entraram efetivamente, mas que deixou marcas definitivas em
todos!