A comunidade católica de Fernando de Noronha vive hoje o especial momento de contar, dentro os "residentes" na ilha, com um padre, depois de mais de 50 anos sem que isso fosse uma realidade. Não que os ilhéus estivessem completamente desassistidos de apoio religioso: isso, não! Mas as idas e vindas de sacerdotes eram constantes, na falta de alguém que se disponibilizasse para morar ali, interagindo com a comunidade e com as muitas denominações cristãs hoje existentes...
No período do Território Federal, eram os capelães militares que cumpriam essa tarefa. Padres-capelães do Exército e, depois, da Aeronáutica, prestavam assistência aos fiéis, sobretudo realizando as celebrações
especiais ao longo do ano, como a "Festa da Padroeira", em agosto; a "Festa de São Pedro", com Procissão Marítima, em junho; a "Primeira Eucaristia" das crianças, no final do ano; as celebrações do tempo do Natal, etc, etc, etc...

Com a reintegração do Arquipélago a Pernambuco, em 1988, a tarefa de enviar padres voltou a ser exercida pela Arquidiocese de Olinda e Recife, à qual foi a ilha ligada ainda no século XVIII. Não havendo nenhum presbítero que quisesse residir por lá, foi mantido o envio esporádico de pastores católicos e, de vez em quando, algum desses assumia a função de "Delegado Eclesiástico" noronhense, velando pela orientação dos católicos, indo e vindo sempre, os designando companheiros de sacerdócio para isso.
Nos últmos anos,essa terefa tinha sido dada ao Arcebispo Emérito de Olinda e Recife, Dom Edvaldo Amar
al que, além de prestar serviços como dirigente, empenhou-se em captar recursos do exterior (Adveniat, da Alemanha) que permitissem restaurar-se uma ruína, para ter a ilha uma nova "Casa Paroquial", uma vez que a primitiva casa erguida para esse isso passou a ser usada para outros fins, desde o século XIX.

Essa iniciativa do zeloso Arcebispo garante agora um local definitivo para o padre-residente que chega, Glenio Guimarães Braga Costa, proveniente da Diocese da Paraíba, empossado solenemente no dia 18 de junho passado, pelo Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, osb. A cerimônia oficial se deu na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, principal templo católico da ilha, tombada pelo IPHAN em 1981.
Padre Glenio é teólogo, filósifo e dentista. Atuou por 17 anos na Arquidiocese da Paraíba e foi ele próprio que solicitou sua trasnferência para trabalhar em Fernando de Noronha, pertencente à Arquidiocese de Olinda e Recife/ Pernambuco. Os entendimentos entre os dois Arcebispos (de Olinda e Recife e da Paraíba) consolidaram o desejo do padre de cumprir uma missão na ilha, para o qual ele se sentia chamado.
Que Deus o ajude a ser o padre-residente que todos esperavam!
Um comentário:
O padre Glênio é um ser iluminado mesmo..aprendi muiito com ele e espero que nessa nova missão Deus possa continuar o iluminando... saudades Padre..
Joseane:Comunidade Santa Teresinha-Bayeux PB
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