De um lado está OLINDA: preciosa jóia lusitana, plantada em sete colinas, espraiada a partir do mar, agregadora de tempos que se foram mas deixaram-se ficar, no casario azulejado, nas tantas igrejas e capelas, nos conventos e mosteiros, nas ladeiras íngremes e estreitas, nos becos de nomes sonoros, nos sabores inesquecíveis e criativos...
Do outro lado, o RECIFE: plano em sua maior parte, serpenteado por rios domados por pontes que por eles se debruçam, traçado em ilhas que se juntam para fazer nascer o espaço urbano, protegido pela linha natural de arrecifes que vieram a batizá-lo lindamente...
Duas cidades distintas e unidas. Dois polos tão próximos que parecem ser só um. Dois destinos interligados, embora tenham, cada um deles, suas características próprias...
Uma - OLINDA - a mãe e matriz, nascida do sonho de um donatário destemido, a "oh! linda situação para se construir uma vila" que se fez verdade. Outra - RECIFE - filha interligada pelo porto natural que permitia o ir e vir europeu e que cresceu e se traçou pela cobiça holandesa que veio mais tarde - no século XVII - permitindo a diferenciação que foi surgindo e veio a separá-las em definitivo!
OLINDA, a capital primeira, o berço dos estudos ligados à Coimbra, religiosa no seu crescer à sombra da cruz, acolhendo jovens decididos em suas andanças de arte e de som. RECIFE. a terra onde viviam os mascates, o ambiente portuário, o enriquecimento a partir das atividades econômicas que explodiam por toda a parte.
Em Olinda, a arte estava naquilo que se erguia, nos monumentos religiosos e civis que surgiam, na Vila que se consolidava, onde habitavam os senhores da terra. No Recife, a primeira ponte chegou no século seguinte à sua formação, nos ares estrangeiros que a fizeram solo, cuidando que seus rios fossem a marca, o diferencial, a lembrança mais forte.
E hoje, dia 12 de março, juntas essas duas terras comemoram o seu aniversário, a data que vale como uma certidão de nascimento... Para uma - a VILA D´OLINDA - o dia em a Câmara já existente concedeu à terra a sua Carta de Foral, distribuindo seus espaços para sempre, com aqueles que a fizeram surgir. Para a outra - a RIBEIRA DO MAR DOS ARRECIFES - o "reconhecimento histórico da sua existência" ali, tão perto e tão necessária. Para as duas, razão de orgulho e respeito!
Saudemos essas cidades-irmãs, que celebram juntas um dia de reconhecimento e de razão para festejar! Saudemos a MARIM, antes habitada por índios Caetés e Tabajaras e o PORTO DOS NAVIOS próximo a ela, que viriam a ser chamadas, para sempre, de OLINDA e de RECIFE!
E que seus filhos tenham a alegria de poder dizer: PARABÉNS!!!
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