Em pleno domingo de Páscoa, chegam-me fotos, feitas por um amigo, da singela e querida Igreja de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras da Estância de Henrique Dias", simplesmente identificada como "Igreja das Fronteiras", escolhida por Dom Helder Camara para ser o seu lar, quando de sua vinda para a Arquidiocese de Olinda e Recife, longe do "Palácio dos Manguinhos", que talvez lhe parecesse suntuoso demais para acolhê-lo.
Por trás do altar improvisou-se o seu quarto: sem janela, sem ventilador, com uma cama simples e um local para abrigar seus poucos pertences. Emblemática essa escolha... Aquele homem abria mão de viver em um sólido casarão, para escolher a simplicidade de um templo distante, num "quarto" pequeno, obrigando-se a percorrer a distância entre os dois mundos onde transitava, morando num e trabalhando noutro, deslocando-se sem problemas pelo meio do rebanho amado.
As fotos que me chegam - como um presente de Páscoa - mostram a Igreja reformada, numa ação de muitas mãos e pronta para abrigar, daqui a algum tempo, o MEMORIAL DOM HELDER CAMARA, preparado aos poucos para revelar a vida e a obra daquele que é considerado "o profeta do século XX".
Uma dessas fotos mostra, também, a escultura feita pelo artista Demetrius, do "Dom Helder-Poeta", que integra o Circuito dos Poetas no Recife, inaugurada por ocasião da comemoração do centenário do nascimento desse inesquecível Pastor; Braços abertos, olhando para o céu, lá está o "poeta-Helder" olhando o mundo, com seu jeito simples e arrebatador de ser, a singela cruz de madeira sobre o peito, a batina de cor clara...
São fotos muito bem-vindas, como um abençoado presente pascal, que divido com todos!
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Fotos: Carlos Alfredo Melo (do Recife)
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