segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A MISSIONÁRIA IRMÃ QUERUBINA SBARAINI EM FERNANDO DE NORONHA


Desde 1986, uma prática interessante foi adotada, como apoio à Igreja Católica de Fernando de Noronha. A cada ano, a partir de meados de julho, duas freiras da Congregação Paulinas eram designadas para prepararem a “Festa da Padroeira”, N.Sª dos Remédios, visitando as casas, providenciando brindes para a quermesse que acontecia paralela à festa, ensinando cânticos novos e coordenando os festejos religiosos e profanos.

Em 1990 a Irmã QUERUBINA SBARAINI, catarinense, residindo e atuando àquela altura no Recife, foi também mandada para a ilha, tendo ainda o compromisso de ministrar um curso de “Literatura Infanto-Juvenil” (na qual é especialista) e realizar, a “1ª Feira de Livros e CDs” que foi um verdadeiro sucesso. Começava ali uma amizade e uma parceria definitivas.

No arquipélago, envolveu-se em festejos diversos, sensibilizando a juventude e a comunidade residente mais velha, para um ressurgimento da Igreja, lutando – inclusive – para organizar a Equipe Pastoral, para implantar o dízimo entre os católicos, para realizar programas de rádio de cunho cristão, como não se costumava fazer.

Ano após ano Irmã Querubina voltou a Fernando de Noronha. Prestou todos os serviços possíveis. Montou desfiles bíblicos, entronizou Bíblias em todos os recantos da ilha, preparou comemorações inesquecíveis, procissões e encenações significativas, pelo Natal, mês de Maio, Dia da Criança e do Professor... Conseguiu doações inesperadas, como as figuras do Presépio (que ela mesma armou pela primeira vez, no altar-mor da Igreja dos Remédios), a Via-Sacra (até hoje existente na nave da Igreja), o serviço de som do templo (pedido à Fundação BRADESCO) e muitos outros bens, que foram dando condições de uso do monumento, abandonado que fora por tanto tempo e, principalmente, pela Arquidiocese de Olinda e Recife que, no tempo de Dom Helder Camara, não tinha autorização dos militares para visitar o seu rebanho e, depois dele, não havia tomado consciência de ser o arquipélago a ela subordinado.

Em 1993 ela escolheu vivenciar na ilha o seu “ano sabático”, uma espécie de “licença-prêmio” para religiosos, permanecendo por seis meses ali, desenvolvendo missões com todos os moradores, inclusive de outras denominações e credos. Desse tempo são as campanhas que resultaram aquisição do mobiliário da sacristia (armários, mesas c/cadeiras, móvel para acondicionar o som, etc); da confecção da estante improvisada por sob a escada interna, onde foram acomodados tapetes, passadeiras, livros de Batismo e Casamentos, livros de cantos; flores e folhagens artificiais para decorações da Igreja, afora a assinatura do jornal “O Domingo”, facilitador das celebrações. Também desse tempo foi a procura e a indicação de sacerdotes que tivessem disponibilidade para temporadas na ilha.

Em 1998 ela foi transferida para São Paulo, onde iniciou uma nova vida, sem jamais deixar de lutar em favor do lugar que amava e onde fizera tantos amigos. Todos os anos, é dela que chegam doações, conseguidas na capital paulista, para as festas religiosas e para todas as campanhas deflagradas na ilha, que precisem de recursos para ações importantes. Uma delas girou em torno da restauração de uma ruína, próxima à Igreja dos Remédios, criando-se nela o alojamento para padres (“Casa Paroquial”), inaugurado em janeiro de 2006, pelo então Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso. Os recursos obtidos na “Adveniat” da Alemanha, pelo esforço do Bispo Emérito de Maceió/AL, Dom Edvaldo Amaral, então responsável pela condução da comunidade católica noronhense, permitiram as obras de restauro; a mobilização de Irmã Querubina para ajudar nessa campanha, foi garantindo a compra do que era necessário para dar condições de habitabilidade ao alojamento. Coube-lhe enviar brindes, para serem vendidos a preços módicos, revertendo o dinheiro para aquilo que fosse preciso para a casa. Volumes de livros foram conseguidos por ela junto à direção geral das Paulinas, a serem também transformados em ajuda para a Casa Paroquial. E postais com a imagem de N.Sª dos Remédios, a Padroeira aumentaram essas ofertas....

Esta é a IRMÃ QUERUBINA SBARAINI, um anjo colocado no arquipélago de Fernando de Noronha para apoiar a comunidade, fazendo isso com grande devotamento e persistência até hoje, mesmo estando agora distanciada de todos.

Em março de 2006 ela voltou ao arquipélago, liberada pelas suas Superioras, para envolver-se novamente na comunidade e solidificar esse carinho recíproco que soube conquistar. E o reconhecimento da comunidade de Fernando de Noronha concretizou-se, pela sua marcante passagem na história insular, concedendo-lhe o honroso título de CIDADÃ NORONHENSE.

Não termina com ela a presença Paulina na ilha. Ela é enriquecida com o aumento do acervo musical do Sistema Golfinho de Rádio e Televisão, pela doação de mais de 130 CDs, para servirem como apoio e complemento do programa “Rei Jesus”, que vai ao ar das 17 às 18h, nas sextas-feiras. E, como um coroamento da presença Paulina no distante espaço insular, em ocasiões especiais foram levados para lá o Pe Zezinho, o Pe Antônio Maria, o Pe. Cleodon, a Irmã Miria Kolling (que ministrou um curso de Canto e Liturgia), o Pe João Carlos, o cantor leigo Antônio Cardoso... São artistas da música religiosa que levam suas mensagens sonoras para uma população ilhada, com poucas chances de serem evangelizadas e de adquirir material de cunho religioso. E essa disponibilização começou exatamente com esse anjo-bom, que fez de Fernando de Noronha sua nova terra, nascida no seu coração, para sempre! Abençoada seja ela!

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