Gestos
que se repetem desde sempre. Cortejos especiais, por ruas, ladeiras e largos de
uma cidade que parece talhada para a celebração pública, sempre. O toque da
matraca que substitui os sinos. Os cantos piedosos de devotos que caminham por
sobre pedras seculares.
Isso
é OLINDA na Semana Santa. E até antes dela, nas procissões que preparam
o clima de penitência, rezando pelas ruas, destemidamente, proclamando a sua
fé. Na primeira dessas demonstrações de religiosidade – a PROCISSÃO DO ENCERRO – dia 21 de março, renova-se um costume
deixado de lado pelas urgentes obras de restauração da Igreja do Carmo mais
antiga das Américas – a de Olinda – que durou tanto tempo... Iniciando-se este ano nela, onde a imagem
do Senhor Bom Jesus dos Passos repousa no altar lateral direito do templo, saem todos para a rua, retomando-se mais uma tradição. O andor vai coberto (“encerrado”). O povo o acompanha
carregando velas acesas. E rebatiza a cortejo chamando-o de “PROCISSÃO DAS VELAS”. O
trajeto conduz à Sé, Catedral do Arcebispado. Fecham-se as portas, Guarda-se o
Cristo no silêncio dessa igreja emblemática, onde repousam quase todos os
Bispos e Arcebispos que se por aqui viveram...
No
dia seguinte, sexta-feira, dia 22 de março, descoberta e ornamentada, a imagem
volta pelos mesmos caminhos, lentamente conduzida, na PROCISSÃO DOS PASSOS. Irmandades, confrarias, seminaristas, ordens
terceiras seculares, religiosos e gente piedosa compõem esse grupo diversificado, em
sua demonstração de fé. Várias PARADAS
são feitas nos NICHOS. Somente nessa
ocasião - uma vez por ano - eles se abrem, deixado-se ver na sua singeleza e
diante deles as reflexões são feitas.
Uma
parada é especial. Aquela que marca o encontro de MARIA com seu Filho, JESUS,
para o “Sermão do Encontro”, tradicionalmente
feito pelos Bispos e Arcebispos que se sucederam. Para revivê-lo, a imagem da Mater Dolorosa é trazida da Igreja de São João, descendo de sua suave
colina para o espaço onde a procissão para, à espera do momento tão forte e bonito.
.
Depois,
todos continuam a caminhar. Ainda irão se deter diante de outros NICHOS no trajeto, até o momento final,
recolhendo-se a imagem ao seu lugar de sempre: no CARMO de Olinda.
E
seguem-se as celebrações da Semana Santa, dentro das igrejas ou entre elas,
para reinventar-se na sexta-feira santa pelas ruas, com a PROCISSÃO DO SENHOR MORTO (que sai e retorna ao Convento de São
Francisco, o mais antigo da Ordem, no Brasil) e, na madrugada do Domingo de
Páscoa, na vibrante PROCISSÃO DA RESSURREIÇÃO,
também assumida pelos franciscanos de Olinda, que cantam, soltam fogos, retomam
a alegria pelas ruas, porque o Cristo ressuscitou!
Isso é OLINDA!!! Aleluia!
Aleluia! Aleluia!
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