Foi no final de outubro de 1938 que saiu de
Fernando de Noronha a última leva de presos comuns que cumpriam pena na ilha, para que o
Presídio Político oficial, criado por Getúlio Vargas, se concretizasse.
O longo Presídio
de mais de 200
anos terminava ali. A maioria dos presos voltava para o continente,
transferidos para presídios de Pernambuco e da Ilha Grande. Restariam no
arquipélago alguns daqueles homens de longas penas, para que continuassem a
executar os serviços essenciais, nos quais eram habilitados, como pescadores,
agricultores, construtores rudimentares de habitações, etc, etc, etc.
Naquele outubro
de 1938
chegavam outros prisioneiros, vindos de lugares diversos do Brasil, a maioria
profissionais qualificados nos seus ofícios, todos condenados pelas suas
posições políticas e que, na ilha, iriam permanecer por três longos anos. A
transformação – do espaço insular e de suas vidas - seria enorme... Aqueles
homens politizados, de profissões e saberes diversificados, cedo mostrariam sua
extrema boa vontade para servir à população que ficara, organizando-se de forma
a oferecer a todos os benefícios da alfabetização, o ensinamento de práticas
agrícolas, os cuidados com criações de animais e até aulas rudimentares de
idiomas.
Tudo isso sugere
a lembrança de um outubro distante, quando Pernambuco perdeu a posse
secular que tivera sobre o arquipélago, somente recuperada décadas mais tarde,
por força da Constituinte, em 1988, que o devolveu aos pernambucanos,
por razões históricas. Isto é História!
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Fotos: acervo João Henrique Domingues - 1940
* Alfaiataria do Presídio
* Desembarque de mercadorias no Porto de Sto. Antônio
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