Em
tempos distantes, os CAPOEIRISTAS eram
vistos como contraventores, marginais, gente de menor valor, ainda que um fascínio
muito forte rodeasse a sua prática e sua propagação. Castigos eram aplicados na
tentativa de deter essa onda que crescia. Prisões, deportações, repressões
policiais se sucediam, gerando novas formas de repressão e de castigo.
No
final do século XIX, a República recém-proclamada decidiu combater de forma
definitiva a Capoeira, culminando com a adoção - no seu primeiro “Acto” oficial - a exiigência da deportação de todos os capoeirista
do Brasil para Fernando de Noronha, onde funcionava um Presídio Comum,
desde 1737.
A
perseguição aos capoeiras oficialmente começava naquele 1890, 1891 e
se continuaria até 1930. Esses “subversivos” foram deportados para
lugares distantes, como o Acre (461 homens) e a Ilha das Cobras (950 detidos)
e, sobretudo, na sua maioria, para o
arquipélago de Fernando de Noronha,
É
incrível reconhecer-se hoje - em tempos de liberdade – que uma prática tão
coibida houvesse permanecido, impondo sua sobrevivência cultural pelo séculos
seguintes, como se uma “transição
cultural subterrânea“ permitisse essa continuidade até os nossos dias e,
agora, em liberdade, no seu reconhecimento oficial.
E
eis que hoje, neste 26 de novembro de
2014, essa prática foi – enfim – reconhecida na sua tradição, na sua beleza,
pelos seus heróis de todos os tempos, que viraram mito no imaginário do povo...
Agora a CAPOEIRA é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, tendo sido sua inscrição aprovada na sede da Unesco,
em Paris, durante a 9ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a
Salvaguarda.
Agora, a
"Capoeira" se junta ao
Samba de Roda do Recôncavo Baiano: à Arte Kusiwa- Pintura Corporal, do Amapá: ao
Frevo de Pernambuco, e ao Círio de Nazaré, do Pará, todos já reconhecidos como
Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade no Brasil.
Eis
mais uma ocorrência histórica do Brasil que se evidencia como importante para Fernando de Noronha! Tomara que reconhecimentos assim continuem
acontecendo!
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