Há uma magia toda especial em Olinda
no período quaresmal... Cerimônias pungentes, marcadas pelos sons das matracas;
cânticos que falam da esperança, da vitória sobre a morte, repetindo palavras
bíblicas; passos cadenciados em corredores de seculares conventos; jejuns silenciosos
de gente de religiosidade simples; procissões pelas ladeiras e becos dos sítios
históricos e tantas outras evidências de que aqui a Semana Santa e a Páscoa têm
gosto de eternidade e sempre deixam saudades...
Para muitos, repetir liturgias
quaresmais é compromisso de vida. Visitar igrejas despidas de ornamentos e
aguardar o momento de recheá-las de flores e ramos, para a Ressurreição.
Varar a noite em vigília serena, à espera da madrugada vitoriosa em que o
Cristo ressurge e, nesse instante, confirmar sua fé diante da Páscoa que se
avizinha.
E aí, nada de dobres de sinos
nostálgicos e sim a euforia do aleluia, invadindo corações e aproximando os
povos. E aí, percursos retomam os acidentados caminhos olindenses, cantando sua
euforia novamente pelas ruas. Já não é madrugada quanto o cortejo retorna... Chegou
o dia de PÁSCOA. Jesus ressurgiu! A
morte foi vencida. O homem pode ter esperanças!
Essa Olinda religiosa é a mesma que
percorreu caminhos de festa, no Carnaval que terminou ainda agora! Mudam-se os
trajes. A fé permanece intocada e verdadeira,
pés descalços, talvez, penitenciando-se de qualquer arrependimento. A cidade
desperta, na Páscoa, tão linda como sempre foi, banhada pela luz do Cristo que
ressurge, povoada dos sons dos sinos de suas 22 igrejas e 11 capelas,
celebrando a vida e o amor!
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