Hoje Leopoldo partiu. Fez a sua grande viagem, deixando-nos a todos
perplexos, saudosos, tristes... Sua voz de cantor e seresteiro ecoa em nós...
Seu talento para a Arte permanecerá, diante dos nossos olhos, guardada com todo
o carinho do mundo. As conversas, as brincadeiras, à fidelidade aos amigos que
fez, certamente vão nos fazer muita falta...
“Estourado” de vez em quando. Presente, sempre que necessário. Disponível
quando assim era imprescindível, Leo
(ou Toinho) estava no mundo para
servir, da melhor forma possível, mesmo que isso custasse muito do seu tempo e
da sua sabedoria nata.
Entrou em nossas vidas sem
pedir licença... Éramos muitos e todos jovens. Tínhamos ideais tão
semelhantes... Preencheu um espaço próprio, como companheiro aguardado, para
caminhar conosco, sempre em frente. De forma extremamente criativa extravasou
seu carinho por tanta gente, pessoas especiais que cativou e que deixou-se
cativar. Seus recortes contavam histórias incríveis, viravam álbuns secretamente
organizados, depois mostrados como trunfos e guardados definitivamente, longe
de todos os olhos.
Era um encanto ouvi-lo cantar
em todas as ocasiões que surgissem... Ouvi-lo como solista do Coral do Carmo do Recife dava tanto
orgulho! Segui-lo, com o grupo, em múltiplas ocasiões, nas jornadas cumpridas
pelo coro pelo Brasil afora, sabendo- solista de primeira linha, era tão bom!
Dentre esses solos, a ternura da PRECE
do Maestro Bezerra ganhava um jeito todo especial de louvar a Virgem do
Carmelo, pedindo o socorro que os versos explicitavam.
Hoje Leopoldo partiu. Que falta ele vai fazer...
Por isso, completo essa
minha divagação com o poema que dediquei a ele (...faz tanto tempo...), na
primeira desavença que teve conosco e, humildemente, foi capaz de pedir
desculpas e reaproximar-se para sempre!
AMIGOS, SEMPRE
Não foi
somente o tempo que perdemos
acumulando
bens no coração,
nem tampouco
as trocas infinitas
ditadas pelos
laços da afeição,
que nos fez
assim amigos, não.
Acima disso
tudo existe um toque
de divinal,
naquilo que nos cerca.
Acima de nós
dois uma grande chama
aquece essa
amizade que nos resta
e transforma,
cada encontro nosso, em festa.
E, sem saber a
causa verdadeira,
vejo crescer
em mim tanta ternura;
vejo em nós
dois tamanho sentimento,
na expressão dessa
amizade pura,
que o nosso
relacionamento transfigura.
E assim
percebo o quão maravilhoso
é descobrir,
na vida, o amigo certo
e, para além
de todas as distâncias,
senti-lo –
mesmo longe – sempre perto,
como um oásis,
num coração deserto!
Antônio Leopoldo
Gomes d´Assumpção, vai em paz, amigo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário