Nos últimos
tempos, informações preocupantes inquietam os interessados na preservação e
registro das evidências culturais de Olinda. A beleza e originalidade dos
sítios históricos da cidade, que atraíram para ela ações e titulações
fundamentais, merecem essa preocupação e, por parte do puder público, a cautela
necessária para deflagrar propostas em defesa de toda essa história.
Dentro desse
rico acervo construído e tantas vezes zelado está a Biblioteca Pública de Olinda, instalada atualmente na casa 100, da
Avenida da Liberdade, no Carmo, bem em frente a mais antiga Igreja Carmelita
nas Américas.
A memória
histórica nos diz que Olinda era a capital da Província de Pernambuco.
Três anos antes (1827), ali tinham sido criados - no Mosteiro de São Bento - os
primeiros Cursos Jurídicos do Brasil. Era importante que a iniciativa de
existir também uma Biblioteca pudesse consolidar aqueles estudos universitários
e que isso fosse implantado em um outro espaço religioso da cidade: o Convento
Franciscano mais antigo do Brasil. Isso viria a acontecer a partir do dia 07
de dezembro de 1830, com o Decreto Imperial do Imperador Dom Pedro I, que
estabelecia uma biblioteca pública na
cidade, a primeira de Pernambuco e a quinta biblioteca a ser
estabelecida no Brasil.
Os anos se
passaram... Depois de sucessivas mudanças de sede, a Biblioteca Municipal de
Olinda foi, enfim, instalada na casa de número 100 da Praça do Carmo, uma
das mais antigas construções da cidade: Um casarão assobradado, rodeado de
muitos verdes, monumento de trajetória histórica e arquitetônica formidável!
Seu acervo, ao longo dos tempos, foi se constituindo de doações, chegando a
possuir mais de 20 mil títulos, que incluem títulos da literatura brasileira,
inglesa, francesa e portuguesa.
Em 1993 ela foi requalificada, tendo sua
estrutura física solidificada, com o apoio do MINC, passando a abrigar
iniciativas culturais as mais diversas, dentro dela e no seu entorno tão
especial. Por isso, as referências atuais de abandono desse bem patrimonial tão
especial preocupam, num tempo de valorização da Cultura e de compromisso com os
títulos recebidos pela cidade, que é “Cidade
Monumento Nacional”, “Cidade Ecológica”, “Cidade Patrimônio Natural e Cultural
da Humanidade”, inscrita pela
UNESCO na lista das CIDADES PATRIMONIO MUNDIAL.
Que tal reerguê-la e requalificá-la novamente,
como Olinda merece e espera?
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