Texto de minha autoria, lido nas festividades dos 100 anos da Arquidiocese de Olinda e Recife, em 05/12/2010, pelos jornalistas Francisco José e Beatriz Castro, em praça pública,
precedendo o início da celebração.
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Olhar Olinda, plantada entre verdes colinas, torres de igrejas e mar que se oferece como um refrigério para os olhos é sempre uma ocasião de louvação e deleite. Da "linda situação para erguer-se uma vila" à ação, e aqueles ermos foram sendo povoados, pouco a pouco, sob a inspiração e a fé no Salvador do Mundo, seu padroeiro.
Nem o criminoso incêncio holandês de 1631 apagou o seu brilho! Ferida em seus flancos, arruinada em seus bens culturais edificados, ela resistiu, deixou-se abandonar, restou lá, no alto que tanto encantara o donatário, desde 1535, para voltar a receber honrarias após a expulsão do invasor, em 1654, ganhando o foro de cidade em 16 de novembro de 1676, com a criação da DIOCESE DE OLINDA, pela bula papal "Ad sacram Beatri Petri Sedan", e a determinação de ser a Sé a sua Catedral.
Restabelecia-se um tempo de esplendor e glória, ainda que a opulenta Vila estivesse ferida no seu abandono. A elevação da Sé a Catedral do Bispado que surgia, com seu Corpo Capitular, só poderia ser mesmo naquela igreja, designada como primeira Paróquia do Salvador do Mundo em 1534, antes mesmo que Duarte Coelho viesse tomar posse de sua Capitania. E sua primitiva construção, feita de taipa de mão e madeira, era testemunha da intenção de cristianizar-se as terras de Brasil.
Agora, tantos anos depois, Olinda não está mais sozinha na identificação comemorativa. Ela cresceu. Os séculos viram essa Diocese ser transformada em Arquidiocese e Sede Metropolitana, pelo Decreto da Sagrada Congregação Consistorial, em 05 de dezembro de 1910 - data centenária que comemoramos no dia de hoje - e, mais tarde, pela Bula "Com Urbs Recife", do Papa Bento XV, de 25/07/1019, passou a denominar-se ARQUIDIOCESE DE OLINDA E RECIFE.
É essa data - 05 de dezembro de 2010 - que aqui se rememora, vivendo esse centenário que nos orgulha e engrandece!
Saudemos essa Olinda, mãe e matriz do Nordeste do Brasil!
Saudemos esse Recife onde estamos, Capital cosmopolita dessa parte do País, também plantado à sombra da Cruz!
Saudemos essa Arquidiocese centenária, que acolheu tantos santos e fervorosos Bispos e Arcebispos!
Saudemos suas Dioceses sufragâneas, espalhadas pelo Estado: Palmares e Nazaré - na Zona da Mata; Caruaru, Garanhuns e Pesqueira - na Zona do Agreste. Afogados da Ingazeira, Floresta, Salgueiro e Petrolina, - no Sertão, filhas todas de um mesmo tronco quatro vezes centenário!
Saudemos Olinda e Recife, irmãos na titulação arquidiocesana!
Saudemos os tempos novos, que consolidaram a vocação primeira da antiga Capitania, razão de orgulhe e de veneração por todos!
Parabéns, Arquidiocese de Olinda e Recife!!!
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