segunda-feira, 7 de novembro de 2011

RUMO AO MAR DE FERNANDO DE NORONHA

No passado, somente o mar poderia conduzir o “mundo” e os afoitos navegadores, levando-os a avistar e abordar terras com as quais nunca sonhariam... Em longas e sofridas travessias, os caminhos marítimos foram sendo experimentados, procurados, desbravados e registrados das maneiras possíveis, na época, levando o homem muito mais longe do lugar onde vivia...

Quantas vidas se perderam pelo sonho de navegar? Quantas inteligências estiveram a serviço dessa ânsia de viajar, de partir em busca, reinventando o mundo e ampliando as fronteiras do homem?

Intocado e isolado, no meio do Atlântico, um Arquipélago, rodeado de águas transparentes e de intensa vida marinha, aguardava ser visto, descoberto, povoado, entrando na história dos homens, Até que as embarcações, na sua maioria de forma não intencional, foram chegando, descrevendo-o, dando-lhe uma identificação como lugar de “infinitas águas e infinitas árvores”, que merecia ser conhecido.

Os séculos que se passaram viram surgir o avião, rápido e preciso, como meio de comunicação. E o Brasil deixou de desfrutar o encantamento da viagem marítima, do ir e vir tendo o imenso oceano como sua “estrada líquida” de partida e de chegada.

Em 1981 ocorreu a primeira tentativa de inclusão de Fernando de Noronha num roteiro turístico pelo mar, com o navio de passageiros Navarino, num percurso de 14 dias, entre Santos/SP, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/BA, Fortaleza/CE, Fernando de Noronha/DF (na época, Território Federal militar) e Recife/PE. As dificuldades operacionais inviabilizaram a continuação dessa atividade, somente retomada em 1990, com o advento do Funchal e sua rota marítima entre Salvador e Fernando de Noronha, parando também nos portos de Maceió/AL, Recife/PE. Foi um sucesso tão grande que, dali em diante, todos os esforços levaram à melhoria do Porto de Santo Antônio, adaptando o molhe iniciado em 1987 para receber turistas, mesmo com o navio não atracando no porto e sim ficando fundeado a certa distância, sendo seus passageiros levados para a ilha principal do arquipélago em embarcações menores e o auxílio de uma plataforma acoplada provisoriamente a ele.

Quantas dificuldades enfrentadas... As experimentações foram se sucedendo, tanto em definições de equipamentos acrescidos ao porto em expansão, como no treinamento dos participantes da equipe de traslados, encarregada de conduzir, em absolta segurança, todos os passageiros, do navio para a terra e da terra para o navio.

Muitas (e inesquecíveis) embarcações cumpriram essas rotas, sobretudo nos meses de novembro a março/ abril. Outros o fizeram durante quase todo o ano (como o navio Pacific) ou mesmo nos meses de junho a agosto (o lindíssimo navio Vasco da Gama). Todos vieram da Europa e, na sua maioria, com tripulação e comando por portugueses, cercados de muitas nacionalidades, no desempenho das tarefas exigidas.

Um após outro tivemos o Funchal, o Vasco da Gama, o Rembrandt, o Blue Dream, o Pacific, o Orient Queen, o Ocean Countess, o Bleu de France e, na temporada 2011/2012, temos o Ocean Dream. Para cada um foi pensada um entretenimento intenso, que tornasse mais e mais prazerosa cada viagem e as alternativas de desembarque em Fernando de Noronha para o desfrute do lazer marítimo (em atividades que permitissem o desbravamento do mar noronhense) e por terra, seguindo as orientações das instituições cuidadoras da preservação insular, como área de Área de Proteção Ambiental e Parque Nacional Marinho., sujeito às normas federais, estaduais e distritais, como garantia de uso dos recursos naturais de forma consciente e voltada para ações preservacionistas.

Agora vive-se a nova temporada. E o interesse dos brasileiros de todos os lugares só se consolida, provando que “navegar é preciso” e que o homem – ao se entregar à essa atividade– rumo a Fernando de Noronha, descobre o quando é bom fazer isso pelo mar (como no passado da ilha), tendo como grande objetivo da maioria dos embarcados “descobrir” aquele paraíso, presente no sonho da grande maioria que se aventura.

Nenhum comentário: