O ano de 2002 foi atípico. Preparava-se - em Fernando de Noronha - um elenco de comemorações para celebrar os 500 anos do descobrimento daquele espaço insular. As sugestões eram muitas. Uma pareceu ousada demais... Nascia do arqueólogo Paulo Tadeu Albuquerque, à época consultor da ADEFN a proposta de procurar-se o extraordinário arquiteto Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro, e sensibilizá-lo para imaginar um monumento para o arquipélago.
O pedido era grandioso. E os sonhos de fazer-se uma
festa inesquecível e marcante animou-nos a todos, Três dos nossos -, representando os demais -
arriscaram cumprir esse rasgo de ousadia: Jório Cruz, Vera Araújo e o
idealizador, Paulo Tadeu.
Os resultados foram animadores. Diante do gênio Niemeyer, o entendimento se deu. E,
feitos os primeiros ensaios do que seria o Monumento aos 500 anos do
descobrimento da ilha, foi ele mesmo que assim descreveu a obra: “Nossa idéia seria projetar um salão de
exposições, simples, com paredes cegas, lembrando as velhas fortalezas dos
tempos coloniais, tendo como fecho uma escultura metálica. Qualquer coisa
abstrata, formas soltas no espaço.”
Pena
aquele sonho não se concretizou. Muitas dificuldades impediram que, pela
primeira vez, Pernambuco abrigasse o traço único daquele arquiteto-feiticeiro,
capaz de sonhar e propor beleza e ser reconhecido por isso!
Agora,
Niemeyer se foi, depois de uma longa
e fecunda vida de mais de cem anos... Ficam conosco – nos seus traços - sua
exclusiva criação, no monumento que jamais se fez erguer na ilha, que sseria localizado na região da Ponta da
Air France, rodeado pelas ilhas secundárias e bem próximo ao encontro do
mar-de-dentro com o mar-de-fora, aberto ao mundo! Pena, mesmo!!!
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