O lugar é especial: arborizado,
de difícil acesso, muitas ruínas, com uma lenda que lhe justifica o nome - PRAIA
DA CACIMBA DO PADRE. E o mar tão próximo e tão belo daquele lugar
severamente vigiado no passado, para que ninguém, em tempos remotos e estando
são, ousasse beber daquela que era a melhor água da ilha.
Originalmente protegida de
agressões e disponível apenas para os doentes, era o lugar de acesso ao mar,
tendo como precioso “enfeite”, o lendário Morro dos Dois Irmãos, somente
muito mais tarde descoberto para o Turismo de aventura, de praia e sol,
inspirador de lendas que atravessaram os tempos.
A Cacimba tem identidade: foi
feita em 1888, por presidiários recrutados pelo então Capelão do
Presídio, Pe. Francisco Adelino de Brito Dantas. Ali perto ele morou,
celebrou missas na pequena capela dedicada à Virgem da Conceição da Vila da
Quixaba e providenciou a forma de guardar a excelente água que brotava, num
espaço insular sem lençol freático e de córregos temporários.
Na imagem do final da década de 1930,
ela estava protegida. Por causa dela, a praia, que se chamava - da Quixaba -,
na Vila que tinha esse nome, passou a ser identificada com outra - e nova -
denominação: Praia da Cacimba do Padre. E o Pe. Francisco Adelino imortalizou-se
com ela.
Essa é uma das descobertas na história de
Fernando de Noronha. Uma praia. Um capelão curioso e destemido. Uma fonte de
saúde na água gaseificada. Uma nova identificação para a hoje chamada também “Praia dos surfistas”. E, depois disso, o
abandono do local e a sua “quase” degradação em meio à quietude do
lugar, por aqueles que tiveram, em tempos diversos, a obrigação de zelar pela
patrimônio cultural tão importante... Pena
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