sábado, 2 de agosto de 2008

CRIANÇA ESCONDIDA


A criança que guardo no peito
festeja a aurora comigo;
alegra-se com cantos e cores;
se entrega: não teme castigo...

A criança que trago escondida
disfarça-se em gestos adultos;
é séria, sisuda e, por vezes,
revida, dos homens, o insulto...

A criança que escondo, trancada,
aflora, quando estou sozinha;
dá saltos; tem risos, em graça;
renova-me, por dentro, inteirinha...

A criança que abafo, na vida,
não gosta de ver a maldade;
não luta, senão pelo certo;
não quer, senão felicidade!

(Do livro meu “No silêncio do coração”, Ed. Catolicanet/SP

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o poema e a criança que o ilustra!

Anônimo disse...

A criança que abafo, na vida,
não gosta de ver a maldade;
não luta, senão pelo certo;
não quer, senão felicidade!


muito bonito