terça-feira, 16 de setembro de 2008

A CAPELA DE SÃO PEDRO, EM FERNANDO DE NORONHA.



De longe, ela parece uma figura encantada de presépio: pequenita, singela, isolada - lá no alto -, como um pequeno farol de fé, cheio de beleza...

De perto, a minúscula capela se entrega fácil: sem ornamentos, sem riquezas, ainda sem seu sino para espalhar badaladas pelo ar, apenas com um frágil e pobre cruzeiro, indicando-lhe a dedicação sagrada. Restaurada diversas vezes, ela é um marco referencial entre tantas belezas do patrimônio cultural noronhense, pelo qual parecia não haver respeito, tamanho é o estado de degradação a que quase tudo foi relegado.

Ao seu redor, a paisagem exuberante... Pois a Capela de São Pedro dos Pescadores, em Fernando de Noronha, é principalmente isso: um símbolo de fé, plantado em meio a uma paisagem deslumbrante, de qualquer dos lado para os quais os olhos sejam atraídos.

A cada ano, ao seu redor - no "Dia de São Pedro" - unem-se praticantes e profissionais da pesca, velejadores, condutores de visitantes pelo mar e turistas, todos dispostos a reverenciarem o padroeiro dos pescadores, o senhor protetor daquele mar azul-turquesa, pedindo bênçãos para o ano todo, como fizeram tantos dos seus antepassados, que passaram um dia pelo Arquipélago, seja qual for a condições em que isso tenha ocorrido: prisioneiros comuns, presos políticos, militares, cientistas, turistas fascinados...

E neste começo de século, recomeça-se a corrida para o soerguimento dos bens móveis e imóveis noronhenses, salvando-se a capela da destruição, investindo-se na sua plena segurança, permitindo que ela continue a ser o farol bonito de cristandade, na homenagem simples dos homens afeitos ao mar.

Construída no século XX, a Capela de São Pedro dos Pescadores de Fernando de Noronha está situada no alto da região onde viveram os franceses a partir de 1927, para serviços de apoio à aviação que, àquele tempo, experimentava as travessias por sobre o Atlântico desafiador, plenas de dúvidas e incertezas. Até hoje, o lugar ainda é chamado “Ponta da Air France”. A capela é uma das atrações desse insólito lugar, visível de muitos pontos, inclusive do mar, pelos barcos que partem do porto de Santo Antônio. À sua frente, o mar-de-dentro: lá longe, o Brasil-continental. Na sua retaguarda, o mar-de-fora: mais de dois mil quilômetros de distância do continente africano e, bem abaixo do alto, a curiosa "piscina dos tubarões", onde dormem os tubarões menores, retidos pelas pedras quando o mar está secando. Ela própria, no seu mirante excepcional, é um dos poucos lugares de onde essa privilegiada visão dos dois "mares" e dessa "píscina" é oferecida.

Hoje, sua paisagem sugere até a realização dos chamados "casamentos alternativos", que nada legalmente significam mas expressam o amor, consolidado diante de uma beleza contagiante e inesquecível...

Que bom que a capelinha está a salvo! Que bom que o patrimônio cultural noronhense não está fadado ao desaparecimento, apesar de tudo!

Um comentário:

Noronha a Dois por Naná Diniz e Pati Dias Cerimonial & Assessoria para casais disse...

Marieta,

Seu blog está ficando melhor sempre...

Os casamentos alternativos estão se realizando mais na praia - ai só foi registrado um.

Vou de mandar fotos de dois casamentos realizados ai na capelinha daí se quizeres colocar....veja no nosso blog www.noronhaparadois.blogspot.com
beijos