segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A INTRODUÇÃO DE GADO EM FERNANDO DE NORONHA


Desde o século XVII foram sendo enviados para Fernando de Noronha gado caprino, suíno e bovino. Era a maneira de prover a alimentação daqueles que abordassem a ilha com vistas à conquistar o espaço. Foi o caso dos holandeses (no século XVII) e dos franceses (no século XVIII). Depois, instalado o Presídio Comum, a partir de 1737, a criação de animais continuou a ser praticada, inclusive para fornecer alimento aos navegantes que passavam por ali.

CRONOLOGIA DESSA ATIVIDADE:

1631 - O Conselho dos XIX (formado por 19 deputados constituídos para conduzir os destinos da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, fundada em 1621) encarrega a Câmara de Amsterdã de “cuidar de Fernando de Noronha”... “... deu-se incício ao plantio de fumo, algodão e a criação de aves domésticas, carneiros, porcos e gado.
1639 - Segundo o comandante-chefe do governo da ilha “o gado prosperava e havia escassez de instrumentos para a pesca...” A carta de Gerard van Keulen, retratando a ocupação holandesa da ilha, refere-se a “cabras pelo morro”
1734 - Chegam os franceses com ordens reais de tomar posse da ilha e nela deixarem “cabras, bodes, touros, novilhos, galinhas e gatos para se multiplicarem”.
1736 - Este é o ano considerado “oficial” para a presença francesa na ilha. Estes ergueram moradias, armazéns, plantaram e criaram animais.
1737 a 1938 – período do Presídio Comum criava-se gado para corte e para o fabrico de charque. O charque produzido na ilha abastecia o presídio e os navios que passavam. No caso do gado bovino, criava-se também para usar os animais como meio de transporte, conduzindo alimentos, água e pessoas para todos os lugares da ilha.
Quando da instalação do Destacamento Misto da II Guerra Mundial – 1942/1945) o uso da carne foi extremamente comum entre os que o comandavam, quase todos vindos do R.G.do Sul, sendo célebres os churrascos que faziam em horas de lazer.
Duas vezes o Arquipélago foi usado para acolher Quarentenários Veterinários – 1952/53 e 1965/64 - Gado considerado de maior qualidade foi enviado para a ilha para cruzarem com os rebanhos já existentes, melhorando a espécie.

E isso chegou aos dias de hoje, com criações consolidadas, embora os problemas fossem (...e sejam ainda) muito grandes. Diante dos esforços para que a preservação seja mantida, propostas vão surgindo de erradicar da ilha toda e qualquer espécie de GADO, suprindo as necessidades dos habitantes locais com o envio de carne do continente, postura facilitada pelo ir e vir de aviões diários e de embarcações de carga constantes.

O problema permanece. É mais um, dentre os muitos enfrentados pelo único Arquipélago localizado tão distante do continente e que possui uma população residente, herdeira de uma história de cinco séculos.

OBS: as ilustrações aqui mostradas, ambas da 1ª metade do século XX, estão contidas no "Programa de Resgate Documental sobre Fernando de Noronha".

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