quarta-feira, 13 de maio de 2009

A ARTE EM FERNANDO DE NORONHA (através dos tempos)

Fernando de Noronha atrai atenções de artistas que se expressam de diferentes maneiras. Um arquipélago isolado no oceano, rodeado de muitos azuis ao ser redor, desperta a sensibilidade de muitos e provoca a criatividade de alguns, fazendo surgir telas, esculturas, fotos e tantos outros registros de beleza, eternizando esse espaço mágico pela grandeza da Arte.

Que lugar é esse, capaz de inspirar obras de valor inestimável e tempo infinito? Quem foram esses artistas que de tantos jeitos o representaram?

Primeiro foram os cartógrafos que foram incluindo elementos decorativos nos seus trabalhos, não só confirmando a intensa navegação nas imediações do arquipélago como a arte dos cartógrafos da época. É o caso do espanhol Juan de la Cosa (em 1500), do conhecido “mapa de Cantino” (de 1502) considerado “o mais antigo mapa do Brasil”; do Mapa-mundi de Lopo Homem-Reinéis, datado de 1519; da Carta de Keulen, publicada em 1717; da Carta gravada, datada de 1738, baseado em informações colhidas em 1734, de Philippe Bauche, 1º cartógrafo do Rei de França; da Carta do arquipélago de Fernando de Noronha, de José Fernandes Portugal, datada de 1798, localizando o sistema defensivo, o sistema viário, os núcleos urbanos e as estruturas de alguns serviços ali já implantados. E muitas outras, eternizando em seus traços a orientação sobre o Arquipélago e a beleza dos detalhes que os emolduravam.

E as obras de arte produzidas por pintores, gravuristas, escultores e tantos outros artistas, ao longo dos tempos?

A mais antiga delas foi feita em 1816, Jean Baptiste Debret, quando de sua passagem pelo arquipélago, integrando a Missão Artística Francesa (acervo da Fundação Castro Maya/RJ). Anos mais tarde Alexandre Spetz eternizava criava a “praça de comando”, centro da Vila dos Remédios, em 1841 (foto). E J. Niewerth, em 1845, em têmpera sobre papel, imortalizou a Vila dos Remédios, em imagem a partir do morro da Fortaleza dos Remédios; o cemitério da Vila, àquela altura recém-construído e a Rampa de desembarque do porto de Santo Antônio, vendo-se em 1845, com vista os armazéns e rampa de desembarque (todas acervo do Museu do Estado de Pernambuco)

Não fossem esses talentosos fazedores de arte e não teríamos idéia como era ocupado o espaço noronhense... Isso se continua com a ida de do pintor francês Eugene Laissaily, autor de uma das mais completas iconografias sobre a Vila, “cercada” por muro, detalhado em seus monumentos e, entre eles, mostrando a única imagem da hoje inexistente Igreja de Nª Sª do Rosário dos Sentenciados (acervo do Instituto Ricardo Brennand/PE). Do mesmo autor são sete outras obras, todas pertencentes a coleções particulares, com paisagens do arquipélago.

No final do século XIX duas criações ingênuas, uma atribuída a Luiz Schlappriz – com a Vila dos Remédios a partir do Morro do Francês, mostrando o casario da vila, praias, o Pico, com a presença do pintor na própria paisagem e a outra, de Antônio A. Lima, registrando a “Vila da Quixaba”, em 1890 (foto - acervo do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano).

No século XX a fotografia desponta e torna-se a “chave” para a compreensão do espaço urbano, em suas modificações sucessivas. Mas, a Arte continua a ser uma das formas de registro importante, com criações interessantíssimas, como as duas telas de Wash Rodrigues, uma imaginando o que teria sido a tomada pelos portugueses da ilha ocupada pelos holandeses, no século XVII e outra mostrando a chegada de Dutra em Fernando de Noronha, quando Ministro da Guerra.

Em 1984 o pintor paulista Scúrzio, pintou o Antigo armazém de produtos agrícolas, da Vila dos Remédios e a Capela da Fortaleza dos Remédios, contribuindo para que se conheça a aparência desses dois lugares antes que o tempo e o descaso dos homens quase os fizesse desaparecer.

O assunto continuará a ser falado aqui, enfocando outros tempos e outros artistas que, em Fernando de Noronha, deixaram-se ficar nas suas diversas formas de fazer Arte.

Um comentário:

Anônimo disse...

MEUS PARABENS
ESSE É O MELHOR LIVRO QUE JA VI E LI SOBRE FERNANDO DE NORONHA...
ADOREI.JULIANA