Um avião da Air France desapareceu, recentemente, a certa distância de Fernando de Noronha. O mundo se uniu para procurar causas, evidências do que parecia – e veio a se confirmar – uma tragédia.
O curioso desse acidente foi ter ele ocorrido tão próximo do lugar onde – em 1927 – os aviadores franceses vieram se instalar, para prestar socorro técnico aos hidroaviões que amerrissavam naquelas águas.
Foi a Compagnie Genèrale Aeropostale - uma das precursoras da Air France - que se instalou na extremidade da ilha principal, na região que até hoje é chamada exatamente assim: “Air France”. Era o ano em que a antiga Lateocoère (1ª empresa comercial francesa de aviação, criada em 1918) tinha sido reformulada, para expandir sua ação e prestar apoio ao Correio Sul que se iniciava. E a decisão foi instalar-se em meio ao oceano Atlântico, na ilha de Fernando de Noronha.
Na região escolhida, três edificações foram erguidas, com todo o conforto possível, inclusive com geração própria de energia de ventos, farto armazenamento d´água, excelentes banheiros e uso de “frigidaire” (geladeira) quando, no arquipélago, - quando somente os italianos, também instalados ali para serviços de cabografia transoceânica -, tinham essas regalias. Havia ainda uma Rádio Emissora que garantia a orientação necessária.
Esse espaço acolheu famosos aviadores franceses, como Jean Mermoz, Saint-Exupèry, Debry, Jean Gerard Fleury, este último responsável pelo resgate histórico de toda a epopéia da aviação francesa e a divulgação desse trabalho em diversas obras publicadas pelo companhia aérea Air France.
O 1º avião terrestre com escala transoceânica foi o “l´Arc-en-ciel”, em 14 de junho de 1934. O terreno se revelando impraticável como escala, trouxe o “l´Arc-en-ciel” no mesmo dia para Natal. Alguns vôos aconteceram durante algumas semanas em “Fokker”, para melhorar a rapidez do correio entre Noronha e Natal: trajeto Dakar – Noronha. A Estação de Rádio funcionou até 1940 e também durante a 2ª Guerra, com viagens dos aparelhos entre as Américas e a África.
A base da Aeropostal / Air France de Fernando de Noronha prestou auxílio aos hidroaviões e aviões que procuraram o arquipélago para apoio e solução dos problemas técnicos com seus aparelhos de vôo. Ela existiu para que - no mar próximo a ela -amenisassem os seus aeroplanos e se fizesse o transporte postal entre o continente europeu e o americano, com o apoio dos “navios de avisos”, fundeados nas proximidades da ilha, equipados com estações raioganiométricas, fornecendo rotas seguras mesmo à noite. Depois, essa atividade continuou a ser desenvolvida com aeronaves que aterrisavam na pista de pouso feita, a pedido da Companhia, pelo Departamento de Aeronáutica Civil.
Hoje grande parte do patrimônio construído não existe mais. Na única casa que resta – chamado “Espaço Cultural Air France” – funciona a Associação de Artistas e Artesãos Noronhenses. Uma requalificação que transformou em Cultura o que foi epopéia e história.
O curioso desse acidente foi ter ele ocorrido tão próximo do lugar onde – em 1927 – os aviadores franceses vieram se instalar, para prestar socorro técnico aos hidroaviões que amerrissavam naquelas águas.
Foi a Compagnie Genèrale Aeropostale - uma das precursoras da Air France - que se instalou na extremidade da ilha principal, na região que até hoje é chamada exatamente assim: “Air France”. Era o ano em que a antiga Lateocoère (1ª empresa comercial francesa de aviação, criada em 1918) tinha sido reformulada, para expandir sua ação e prestar apoio ao Correio Sul que se iniciava. E a decisão foi instalar-se em meio ao oceano Atlântico, na ilha de Fernando de Noronha.
Na região escolhida, três edificações foram erguidas, com todo o conforto possível, inclusive com geração própria de energia de ventos, farto armazenamento d´água, excelentes banheiros e uso de “frigidaire” (geladeira) quando, no arquipélago, - quando somente os italianos, também instalados ali para serviços de cabografia transoceânica -, tinham essas regalias. Havia ainda uma Rádio Emissora que garantia a orientação necessária.
Esse espaço acolheu famosos aviadores franceses, como Jean Mermoz, Saint-Exupèry, Debry, Jean Gerard Fleury, este último responsável pelo resgate histórico de toda a epopéia da aviação francesa e a divulgação desse trabalho em diversas obras publicadas pelo companhia aérea Air France.
O 1º avião terrestre com escala transoceânica foi o “l´Arc-en-ciel”, em 14 de junho de 1934. O terreno se revelando impraticável como escala, trouxe o “l´Arc-en-ciel” no mesmo dia para Natal. Alguns vôos aconteceram durante algumas semanas em “Fokker”, para melhorar a rapidez do correio entre Noronha e Natal: trajeto Dakar – Noronha. A Estação de Rádio funcionou até 1940 e também durante a 2ª Guerra, com viagens dos aparelhos entre as Américas e a África.
A base da Aeropostal / Air France de Fernando de Noronha prestou auxílio aos hidroaviões e aviões que procuraram o arquipélago para apoio e solução dos problemas técnicos com seus aparelhos de vôo. Ela existiu para que - no mar próximo a ela -amenisassem os seus aeroplanos e se fizesse o transporte postal entre o continente europeu e o americano, com o apoio dos “navios de avisos”, fundeados nas proximidades da ilha, equipados com estações raioganiométricas, fornecendo rotas seguras mesmo à noite. Depois, essa atividade continuou a ser desenvolvida com aeronaves que aterrisavam na pista de pouso feita, a pedido da Companhia, pelo Departamento de Aeronáutica Civil.
Hoje grande parte do patrimônio construído não existe mais. Na única casa que resta – chamado “Espaço Cultural Air France” – funciona a Associação de Artistas e Artesãos Noronhenses. Uma requalificação que transformou em Cultura o que foi epopéia e história.
Fotos: acervo do "Programa de Resgate Documental sobre Fernando de Noronha". Doação: Oswaldo Lacoste
- amerissagem de hidroavião francês
- região da Air France
- o diretor operando instrumentos.
Um comentário:
Muito interessante como passado e presente muitas vezes interagem. Um abraço.Parabéns pelo Blog.
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