quarta-feira, 10 de junho de 2009

FRANCESES EM FERNANDO DE NORONHA - outros dados

Falamos aqui da presença francesa em Fernando de Noronha, com a instalação de uma base de apoio à navegação comercial, que dava seus primeiros passos para a fixação de um roteiro fixo entre a Europa e o Brasil, com os serviços do Correio Sul.

Há uma outra presença, também de franceses, que se estabeleceria em 1914, com o Cabo Francês, depois de lhe ter sido sub-rogado a antiga “Compagnie des Cables Sud-Americais” que se havia instalado em 1893, (estação de cabos submarinhos ingleses “Índia Rubber”, outrora “South American Cables Limited”), para continuarem a prática da cabografia transoceânica.

Nessa nova
fase de comando, a base do Cabo Francês foi implantado num chalé localizado no centro histórico da Vila dos Remédios., ao lado da Aldeia dos Sentenciados/Presídio Feminino. No seu Interior, ficavam os instrumentos utilizados na telegrafia a cabo.

As primeiras equipes e os diretores do Cabo Francês eram franceses. Na década de trinta, aos poucos, brasileiros passaram a atuar no Arquipélago, alguns dos quais tornaram-se muito amigos dos que viviam ali, inclusive vendo crescer seus filhos na ilha.

Também na década de trinta os problemas estruturais com a casa que ocupavam, na Vila, levou os franceses a entenderem-se com os italianos que, à essa altura, também viviam na ilha, com trabalhos semelhantes. Daí – já na década de quarenta - os dois grupos passaram a ocupar o mesmo casarão na praia da Italcable.

Foram os técnicos do Cabo Francês e da Rádio-telegráfica de Fernando de Noronha que ficaram em contato permanente quando da travessia do Atlântico pelos pilotos italianos Arturo Ferrarin e Carlo del Prete, no avião Savoia Machetti, em 06/08/1928, ajudando-os na travessia, um feito notável, para a época

O que se sabe, com absoluta certeza, é que foram os franceses os mais presentes na ilha, em todos os tempos, tanto nos períodos em que sonharam fazer dela o seu ponto avançado no Atlântico (como sua “Ile Delphine”), invadindo-o e tomando posse dela, como nos tempos mais próximos, quando vieram para ajudar, para serem cooperadores técnicos, por anos a fio...

Essa história ainda precisa ser conhecida...
Fotos:
1 - Telégrapho Submarino Franceses, 1929 - doação: Genaro Pinheiro
2 - Demóstenes Aguiar, diretor em 1934, no Interior do Cabo Francês - doação: Délia Aguiar.
3 - Monsieur Violet, diretor no começo da década de 1930 - doação: Cristiane Violet

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