terça-feira, 16 de junho de 2009

O PATRIARCA NORONHENSE SE FOI...


Fernando de Noronha acaba de perder um filho ilustre... Um homem que ali chegou em 1957, integrando um grupo de pescadores do Pina, no Recife, com a missão específica de “abastecer o Recife de peixes, na Semana Santa”.

Foi essa a motivação que levou SALVIANO DE SOUZA para o Arquipélago, como experiente pescador que era, membro da Colônia Z-1 do Recife. E, lá chegando, coube-lhe uma tarefa extra, ditada pelo coração de evangélico: reunir-se com seus irmãos cristãos, de diversas denominações, fazendo renascer a Igreja Evangélica na ilha, vencendo a barreira quase invisível da aceitação dos crentes para o exercício soberano de sua religiosidade.

E ele ali ficou. Veio inúmeras vezes ao continente e voltou sempre, cada vez mais integrado à comunidade ilhéu, mesmo nos difíceis tempo da longa presença militar na ilha. Ali acabou de criar a prole tão grande (28 filhos, ao todo). Ali liderou movimentos e foi escolhido para presidir associações. Ali envelheceu esse sábio e enternecedor homem, até a idade ir chegando, seus cabelos embranquecendo... Até sua vida terminar, neste junho que vivemos.

O Patriarca Salviano se foi. Seus 52 anos vividos em Fernando de Noronha ficam na saudade de todos que experimentaram, com ele, trocas afetivas. Sua experiência de vida também, na lembrança da forma sábia com que abordava quase todos os assuntos, nas argumentações costumeiras que até causavam espanto, pela forma coerente com que ele defendia seus pontos de vista.

Ficou a marca desse quase centenário homem, noronhensizado pela vida e pelo amor ao lugar que escolheu para viver e morrer.

Que ele descanse em paz. Amém.

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