segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O REPOUSO DERRADEIRO DO PASTOR


De forma definitiva, Dom Helder Camara agora repousa num espaço apropriado, na Igreja da Sé, Catedral do Arcebispado de Olinda e Recife. Próximos a ele, no mesmo altar preparado com zelo e carinho, estão o querido Dom José Lamartine - farol que iluminou os tempos helderianos, lado a lado com o Profeta, ajudando-o, como Bispo Auxiliar, na condução da Arquidiocese – e, mesmo que pareça estranho, foi unânime a decisão de colocar-se ali também - junto ao mestre e pastor - o mártir Padre Antônio Henrique, apóstolo sereno e atuante, militante em prol da juventude consciente e perseguida, dando sua vida pela causa que abraçara, hoje objeto de busca da verdade, nesses tempos de clareza e explicações.

Um momento especial foi preparado e aconteceu no dia de hoje - 27 de agosto - data em que os 13 anos de sua partida foram rememorados. Conduzindo a cerimônia com o carinho de filho, esteve o especial Arcebispo desse tempo de busca da luz, Dom Fernando Saburido, que tudo providenciou, cumprindo o dever de condutor do seu rebanho e “helderólogo” convicto. E abençoou as urnas que guardavam os restos mortais dos três amigos, para que o Dom repousasse no templo onde tantas vezes celebrou – inclusive as inesquecíveis Missas Natalinas – no seu sossego de agora, após o dever cumprido fielmente, ladeado de companheiros de fé e de lutas.

Claro que as lembranças se avolumam... Este homem pequenino, de gestos largos e enorme capacidade de olhar bem longe, antecipando um tempo em que todos seriam felizes, continuará dormindo e seu eterno sono, na sua catedral, junto dos seus dois grandes amigos, e dali vai emanar o vento bom da certeza do céu que ele fez por merecer chegar e de onde continuará nos abençoando a todos, seus devotos verdadeiros.

Olinda tem agora mais um local de veneração e prece. Na Igreja de tantos séculos, dedicada ao Salvador do Mundo, escolhida para tanto desde 1534, fiéis e turistas, gente do povo, anônimos passantes, hão de persignar-se diante daquele altar especial, por que nele – adormecido - está o santo dos nossos dias, o corajoso homem que o mundo acolheu e concedeu honrarias, descansando das fadigas e incompreensões da vida, confabulando com gente que lhe esteve tão próxima – na vida e nos ideais abraçados – que se fizeram dignos dessa partilha de agora.

Abençoados sejam!

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