A Corveta se aproximava de
Fernando de Noronha. Dizem que o comandante, embora com a carta náutica,
descuidou-se. Bem que o marujo avisou: - cuidado com o cabeço! E ele, distraído, olhando a profundidade do mar, não
ordenou o desvio. De repente: pumba!
A Corveta bate no famigerado cabeço
e rompe grande parte do seu casco...
A solidariedade foi grande para
salvar os que quase se afogavam...
Lanchas iam e vinham, recolhendo
náufragos e trazendo-os para a terra firme. Depois, a tentativa de puxar o
navio, rebocando-o mais para perto.
Era o dia 12 de outubro de 1983. A preciosa carga se perdia, afundada no mar,
deixando PR todos a lembrança triste de uma falha.
.................................................................
Essa é a história de um dos naufrágio
nas águas de Fernando de Noronha. A Corveta
Ipiranda bateu numa estranha e saliente pedra, chamada por todos de cabeço, próxima à Ponta da Sapata. A aventura foi contada em versos por Mestre Assis, sargento do Exército e poeta popular.
Outros naufrágios jazem no mar
noronhense. Nem todos devidamente registrados... Esse, tão decantado pelos mais
velhos, faz aniversário brevemente. São 30
anos afundado ali, tão perto e sendo hoje um dos mais interessantes e
procurados pontos de mergulho do Arquipélago.
Numa homenagem ao Mestre Assis,
deixamos aqui os seus versos singelos:
“Esta parte é uma
pedra,
uma pedra perigosa;
ela não gosta de
brincadeira,
não gosta de muita
prosa;
aquele que bater
nela,
acaba vira de roda.
Ao lado tem outra
pedra:
o nome dela é cabeço.
Quem passar por perto
dela
tem que passar com
muito jeito.
No dia 12 de outubro
de 83
botou a pique uma
corveta.
É uma pedra encantada
e dizem, dizem, até
parece.
Maré cheia não se vê;
só se vê quando a
maré desce;
parece uma ponta
parecida com uma
flecha.”
-----------------------------------------------------------------------
História contada no
meu livro, “Fernando de Noronha – Lendas e Fatos Pitorescos”
Nenhum comentário:
Postar um comentário