quarta-feira, 1 de abril de 2015

OLINDA E A PÁSCOA



Há uma magia toda especial em Olinda no período quaresmal... Cerimônias pungentes, marcadas pelos sons das matracas; cânticos que falam da esperança, da vitória sobre a morte, repetindo palavras bíblicas; passos cadenciados em corredores de seculares conventos; jejuns silenciosos de gente de religiosidade simples; procissões pelas ladeiras e becos dos sítios históricos e tantas outras evidências de que aqui a Semana Santa e a Páscoa têm gosto de eternidade e sempre deixam saudades...

Para muitos, repetir liturgias quaresmais é compromisso de vida. Visitar igrejas despidas de ornamentos e aguardar o momento de recheá-las de flores e ramos, para a Ressurreição. Varar a noite em vigília serena, à espera da madrugada vitoriosa em que o Cristo ressurge e, nesse instante, confirmar sua fé diante da Páscoa que se avizinha.

E aí, nada de dobres de sinos nostálgicos e sim a euforia do aleluia, invadindo corações e aproximando os povos. E aí, percursos retomam os acidentados caminhos olindenses, cantando sua euforia novamente pelas ruas. Já não é madrugada quanto o cortejo retorna... Chegou o dia de PÁSCOA. Jesus ressurgiu! A morte foi vencida. O homem pode ter esperanças!

Essa Olinda religiosa é a mesma que percorreu caminhos de festa, no Carnaval que terminou ainda agora! Mudam-se os trajes.  A fé permanece intocada e verdadeira, pés descalços, talvez, penitenciando-se de qualquer arrependimento. A cidade desperta, na Páscoa, tão linda como sempre foi, banhada pela luz do Cristo que ressurge, povoada dos sons dos sinos de suas 22 igrejas e 11 capelas, celebrando a vida e o amor!

      

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