terça-feira, 21 de julho de 2015

LEOPOLDO SE FOI...

https://www.youtube.com/watch?v=9dlmdcnkM0g


Hoje Leopoldo partiu. Fez a sua grande viagem, deixando-nos a todos perplexos, saudosos, tristes... Sua voz de cantor e seresteiro ecoa em nós... Seu talento para a Arte permanecerá, diante dos nossos olhos, guardada com todo o carinho do mundo. As conversas, as brincadeiras, à fidelidade aos amigos que fez, certamente vão nos fazer muita falta...



Estourado” de vez em quando. Presente, sempre que necessário. Disponível quando assim era imprescindível, Leo (ou Toinho) estava no mundo para servir, da melhor forma possível, mesmo que isso custasse muito do seu tempo e da sua sabedoria nata.



Entrou em nossas vidas sem pedir licença... Éramos muitos e todos jovens. Tínhamos ideais tão semelhantes... Preencheu um espaço próprio, como companheiro aguardado, para caminhar conosco, sempre em frente. De forma extremamente criativa extravasou seu carinho por tanta gente, pessoas especiais que cativou e que deixou-se cativar. Seus recortes contavam histórias incríveis, viravam álbuns secretamente organizados, depois mostrados como trunfos e guardados definitivamente, longe de todos os olhos.



Era um encanto ouvi-lo cantar em todas as ocasiões que surgissem... Ouvi-lo como  solista do Coral do Carmo do Recife dava tanto orgulho! Segui-lo, com o grupo, em múltiplas ocasiões, nas jornadas cumpridas pelo coro pelo Brasil afora, sabendo- solista de primeira linha, era tão bom! Dentre esses solos, a ternura da PRECE do Maestro Bezerra ganhava um jeito todo especial de louvar a Virgem do Carmelo, pedindo o socorro que os versos explicitavam.



Hoje Leopoldo partiu. Que falta ele vai fazer... 

Por isso, completo essa minha divagação com o poema que dediquei a ele (...faz tanto tempo...), na primeira desavença que teve conosco e, humildemente, foi capaz de pedir desculpas e reaproximar-se para sempre!         



AMIGOS, SEMPRE



Não foi somente o tempo que perdemos

acumulando bens no coração,

nem tampouco as trocas infinitas

ditadas pelos laços da afeição,

que nos fez assim amigos, não.



Acima disso tudo existe um toque

de divinal, naquilo que nos cerca.

Acima de nós dois uma grande chama

aquece essa amizade que nos resta

e transforma, cada encontro nosso, em festa.



E, sem saber a causa verdadeira,

vejo crescer em mim tanta ternura;

vejo em nós dois tamanho sentimento,

na expressão dessa amizade pura,

que o nosso relacionamento transfigura.



E assim percebo o quão maravilhoso

é descobrir, na vida, o amigo certo

e, para além de todas as distâncias,

senti-lo – mesmo longe – sempre perto,

como um oásis, num coração deserto!



Antônio Leopoldo Gomes d´Assumpção, vai em paz, amigo!  

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