sexta-feira, 30 de outubro de 2015

OS GOLFINHOS DE FERNANDO DE NORONHA

Os golfinhos de Fernando de Noronha são emblemáticos. Maior atração do arquipélago, por muito tempo nem foram notados pelos correcionais e presidiários que ali formavam o contingente humano segregado, cumprindo longas penas, entre as quais as penosas jornadas de pesca, nas quais – segundo um comovente depoimento de um antigo prisioneiro, “nem eram olhados por ele e suas turma porque não serviam pra comer...” 
 
Descobrir a maravilhosa atração que os golfinhos despertavam nos homens só viria a ocorrer quando os primeiros visitantes começaram a chegar por ali, geralmente como convidados dos militares que governaram o TFFN durante 44 anos. E, aos poucos, esse fascínio se deu, atraindo também pesquisadores para fazerem desse tema seus trabalhos sobre o golfinho-rotador (Stenella longirostris). Três desses estudiosos assumiram esse compromisso: Liliane Lodi (do Rio de Janeiro), José Martins e Flavio Lima (que desenvolveram na ilha o “Projeto Golfinho Rotador”), que completa 25 anos de atuação na preservação da espécie e da natureza no arquipélago,
 
Em todo esse tempo, o Golfinho Rotador está protegido, intensamente visitado, cercado de cuidados, sendo a atração maior dos mais de 4 mil turistas por ano que ali chegam. O desenvolvimento sustentável de Fernando de Noronha é buscado sempre, junto à comunidade local e os visitantes. Esses encanadores cetáceos usam Fernando de Noronha como área de descanso, para reprodução, para cuidados com os filhotes que incluem amamentação, além de refúgio contra predadores, entre os quais tubarões.

O caminho até agora foi longo e cheio de descobertas e ações positivas, a partir de 1990. Existe o patrocínio nos Programa Socioambiental da Petrobras. Existem oportunidades econômicas de negócio, relacionadas aos golfinhos e à preservação da natureza e outras ações envolvendo a comunidade. Existe a ligação oficial com o Planejamento Estratégico de Biodiversidade Marinha (Rede Biomar) e o Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e outras instituições preservacionistas.

Os planos não param por aí... Por isso, em respeito à história, quis ilustrar essas considerações com a imagem de golfinhos mortos, na década de 1839, pendurados como se penduravam os peixes pescados na ilha, com adultos e crianças da época diante deles, sem nenhuma estranheza, como se isso fosse uma prática normal, mesmo não havendo memória oral disso.

E também uma imagem dos mesmos golfinhos nos tempos de agora, soberanos nos mares fernandinos!        


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