Entocados em vários pontos do mar noronhense ou passeando soberanamente
por esse mar, os tubarões são vistos em locais diversos, ao redor do arquipélago, atraindo mergulhadores em
busca de aventuras, sobretudo pela consciência de não haver registros de ataques de tubarão
no arquipélago, provavelmente pelo equilíbrio do ecossistema
insular marinho, que lhes garante a subsistência.
Entre 1989 e 1990, uma experiência foi feita por estudantes concluintes de
Engenharia de Pesca da UFPE, utilizando um equipamento de atração instalado no
mar de Fernando de Noronha, para a captura de tubarões, a serem usados, na ilha,
como “bolinho de tubalhau”, de grande aceitação na gastronomia insular. A
experiência foi interrompida com a queda de um avião Bandeirante, ao sair do
arquipélago para o Recife e a morte de quatro desses estudantes. Afora isso, os
cuidados preservacionistas deflagrados em toda a área fernandina (um Parque Nacional Marinho desde 1988),
desaconselharam a captura de tubarões nas imediações da ilha, passando a atividade
a ser proibida.
Ver tubarões “quase” de perto pode ocorrer na contemplação do alto da “piscina dos tubarões”, chamada assim pelos moradores
que, há anos, observam o espaço no qual os tubarões menores ficam retidos entre as pedras, no "mar-de-fora", na região entre a Ponta da Air France e o Buraco da Raquel. Quando o mar recua, só na próxima maré alta eles conseguiram se
libertar. Isso vem atraindo visitantes que, subindo até a Capela de São Pedro
dos Pescadores, na parte alta, a caminho da Air France, podem contemplar essa
ocorrência do alto, por trás da capelinha.
Claro que é grande a curiosidade dos que mergulham em Fernando de
Noronha, em relação aos muitos tubarões naquelas águas transparentes... E é
possível que alguns cheguem a correr o risco de se aproximarem desses
fascinantes seres do mar, talvez até para tocá-los, como se ele – o humano -
fosse invencível, ou acreditasse mesmo que todos que escreveram sobre o arquipélago
(cronistas, estudiosos, turistas e muitos outros) garantiram sempre que os
tubarões de Noronha não precisam de “alimentos” além daqueles que a
fartura daquelas águas oferecem.
Isso tranquiliza os amantes do mar, mesmo que relatos pouco favoráveis a respeito de tubarões vivam invadindo os sonhos dos que experimentam esse
mar, que é um verdadeiro santuário de vida marinha...
Infelizmente, num dia qualquer,
acidentes acontecem... Pena!
Nenhum comentário:
Postar um comentário