domingo, 22 de janeiro de 2017

OCUPAÇÃO DA ÁREA DO BOLDRÓ PELOS AMERICANOS EM 1957



Em 21 de janeiro de 1957 era assinado o Acordo entre o Brasil e os Estados Unidos da América para a implantação, em Fernando de Noronha, do Posto de Observação de Misseis Teleguiados - POT. Na época, o Arquipélago era um Território Federal, administrado pelo Exército, sob a jurisdição da 7ª Região Militar, sediada em Pernambuco. E o Presidente Juscelino Kubitschek foi ao Arquipélago para a deflagração dessa ação especial.  

Por troca de notas, definia-se a construção, na ilha, de instalações para o acompanhamento de projeteis teleguiados, sendo ali o 11º POT entre o Cabo Canaveral e a Ilha de Ascensão, providência que seria tomada para todas as ilhas do percurso definido. O objetivo era a defesa mútua dos países e a defesa do Continente, especialmente a partir do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, firmado no Rio de Janeiro, em 1947, onde era admitido que haveria parceria e colaboração dos Governos para a defesa do Continente americano, ajustando a construção, na Ilha Fernando de Noronha, de instalações de natureza eletrônica, relacionadas com o acompanhamento de projeteis teleguiados, a serem construídas por especialistas e técnicos norte-americanos assistidos por especialistas e técnicos brasileiros.

Foi essa a 2ª presença americana em Noronha, anos depois da primeira presença na II Guerra Mundial, quando os soldados americanos ocuparam a área entre a Baía Sueste e o caminho para a Praia de Atalaia. Agora, a área escolhida fora o Boldró, hoje contida, em sua maioria, no PARNAMAR/FN. No local surgiram espaços construtivos diferenciados e parte deles veio a ser usado por militares que serviam na ilha, após a saída dos seus ocupantes estrangeiros.  

Havia a indicação de que os e técnicos norte americanos designados para os trabalhos seriam gradativamente substituídos por técnicos brasileiros em comum acordo e as construções e benfeitorias feitas na ilha seriam incorporadas ao patrimônio do Brasil, ao final da cooperação, inicialmente previsto para cinco anos.

O POT foi extinto em 1965. As construções para abrigar os serviços e os alojamentos – apelidados de “iglus“, pela sua forma arredondada de cobertura - foram ocupados para vários fins, inclusive pelos que iniciaram o TAMAR e vários foram avariados, incendiados e/ou demolidos, perdendo-se parte dessa memória construtiva importante na história insular. Pena!  .

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