quinta-feira, 17 de julho de 2008

RUMO AO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE DOM HELDER CAMARA

O título é convidativo: “Rumo ao centenário de nascimento de Dom Helder Camara...”. Lembra partida para uma comemoração especial, tão importante que estamos a caminho faz um bom tempo.

Aqui, em Pernambuco (e mais especificamente, em Olinda e Recife, onde ele viveu e marcou sua caminhada de fé) e no Ceará (na mesma Fortaleza onde nasceu, em 1909), pessoas se unem em torno de um homem que se foi há quase dez anos, mas se deixou ficar naquilo que criou de mais belo e mais arrojado, seja nos textos que escreveu, seja no tratamento sincero e fraterno para com ricos e pobres, seja no ideário que deixou - claro e belo - merecedor de continuadores à altura.

Dom Helder jamais passou incógnito, onde quer que fosse. Nem no seu País – onde a força desumana tentou abafá-lo – nem pelo mundo afora, o eco de suas palavras marcou o seu tempo, imortalizou-o para sempre (esmo aquelas pronunciadas em outro idioma, com “entonações-cearenses” - como ele mesmo dizia)!

Quando se pensa na aparente fragilidade daquele corpo, a gente se espanta, em sabê-lo enorme, nos gestos largos, que apontavam para o céu, como se quisessem assegurar que ele era de Deus e falava como um profeta de Deus, no nosso tempo. Quantas vezes, já mais envelhecido e mais cansado, ele se iluminava, ao defender uma idéia, falar com alguém que o procurava, acolher pessoas sedentas de atenção e de bênçãos... Parecia mágica a forma desassombrada como erguia seus braços, gesticulava fartamente, completando seus pensamentos com o corpo franzino, com as mãos expressivas, com um olhar contundente e forte...

Desde fevereiro deste ano, as formas de lembrá-lo, de registrar datas importantes da sua vida, de ver acontecer ações em parceria com os poderes públicos, vão acontecendo, registrando, para as gerações de agora, principalmente, quem foi esse homem singelo, piedoso e bom.

No Instituto Dom Helder Camara - que só passou a ter este nome depois que ele se foi – a movimentação é incomum. São meses de trabalho, de contatos com órgãos oficiais e privados, de propostas concretas que vão recebendo aplausos, para marcarem esses dois anos – 2008 / 2009 - com momentos próprios, eventos grandiosos, participação de artistas, envolvimento popular, difusão de suas idéias entre estudantes de todos os níveis, exposições, e celebrações, muitas celebrações.

A primeira delas aconteceu dia 07 de fevereiro, deflagrando esse tempo de festa: a inauguração da Igreja da CNBB – Regional Nordeste 2, na data em que ele faria 99 anos. Unidos, os religiosos e os amigos do Dom começaram a homenageá-lo, e seguirão assim, ao longo de 2008, continuando em todo o ano de 2009 – “o ano do centenário de seu nascimento”.

Naquele dia especial, Bispos de todo o Nordeste revestiram-se com seus paramentos na Igreja das Fronteiras – local onde vai nascer o Memorial Dom Helder Camara – e dali sairam em procissão, em direção à sede da CNBB, na Rua Dom Bosco, exatamente voltada para a singela igreja onde o profeta viveu e morreu, que tem - à luz da história - o bonito nome de Igreja de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras da Estância de Henrique Dias. Um nome profundamente ligado a fatos relevantes da História de Pernambuco.

Tomara que surjam muitas e muitas outras idéias para esse tempo de festa! Dom Helder merece isso! O Brasil, orgulhoso do seu filho que o mundo inteiro adotou, também merece!

Um comentário:

Anônimo disse...

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