sábado, 20 de setembro de 2008

SAUDAÇÃO À ÁRVORE



Existes.
És um poema verde, por Deus pensado
para ser guarida, repouso, remanso...

Nenhum acaso te fez bonita como és.

Desde sempre o Criador te quis verde-esperança,
plantada como refúgio de aves cansadas por incessantes vôos,
ou porto de chegada de andarilhos homens,
no cansaço que resta
ao fim das caminhadas longas.

Árvore amiga,
verde amigo,
quase te escuto cantando
a melodia que brota do sereno aconchego
do vento entre teus fartos cabelos-galhos...

Quase te vejo andando,
no suave ondular do teu tronco
quando a brisa sopra...

Quase te vejo na luta,
quando te açoitam as pancadas inevitáveis,
nascidas dos instantes de tempestade...

És como a vida:
há momentos de sorver a calmaria
em pequeninos tragos quase inconscientes;

há momentos de entregar-se ao vendaval da dor
que machuca, infalivelmente,
sabendo-se que, no entanto, que nada é definitivo:
nem a paz, nem a guerra,
pois todo o plano do Criador acontece,
serenamente,
nas criaturas que Ele fez,
no tempo,
no ar,
na árvore aparentemente sem importância!

Árvore amiga,
verde-amigo,
que lição continuas a dar aos homens,
sempre, sempre, sempre!

(Publicado no meu livro “Cantando o amor o ano inteiro”, Paulinas/ SP, 1986)

- HOMENAGEM AO "DIA DA ÁRVORE" - 21 de setembro

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