sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A PRÁTICA RELIGIOSA CATÓLICA EM FERNANDO DE NORONHA


A prática religiosa católica em Fernando de Noronha foi difícil de ser desenvolvida... A história diz que a 1ª Missa foi aí celebrada pelo frade capuchinho francês, Frei Claude D’Abeville, companheiro do conquistador do Maranhão, Daniel da la Touche que, parando na ilha em 1612, para descanso, improvisou uma paliçada e fez oficiou a celebração.

Depois, ocupada a ilha de forma definitiva, ergueu-se o mais importante templo católico - a Igreja de N.Sª dos Remédios – iniciada em 1737 e concluído em 1772. Foi essa devoção que inspirou o nome do principal forte construído e de toda a vila. E a Virgem dos Remédios foi tomada como padroeira do presídio desde 1768.

Em 1789 o templo foi ligado à Paróquia de São Frei Pedro Gonçalves (Igreja da Madre de Deus), no Recife, como extensão da mesma. A vinda de padres era esporádica. Nunca foi criada uma “Paróquia” noronhense... Padres-capelães eram indicados cada ano, no dia da ordenação de padres da Diocese de Olinda, sorteados para atuariam na ilha. E religiosos – padres e freiras - assistiam espontaneamente a comunidade de presos e de gente livre, de tempos em tempos, como os Jesuítas (no final do século XIX), os Carmelitas e Franciscanos (na 1ª metade do século XX) e as Irmãs Paulinas (a partir de 1988). Hoje um Arcebispo Emérito Salesiano conduz os destinos católicos da ilha.

Em 1986, com a criação do Vicariato Castrense (diocese militar de almas, sem definição de espaço físico), tentaram os militares fazer coincidir essa Diocese com o espaço territorial de Fernando de Noronha, ocupado, quase que exclusivamente, por militares. A reintegração a Pernambuco pouco tempo depois não concretizou essa intenção. Também a presença militar por tantos anos, no Território Federal, impediu que, de 1964 a 1985, Dom Helder Camara visitasse seu rebanho insular. Somente em 1988 Dom Helder visitou a ilha, para inaugurar a restauração da Igreja dos Remédios. E, em 1989, ocorria a primeira visita pastoral de Dom José Cardoso Sobrinho, atual Arcebispo dessa Arquidiocese.

Afora a igreja principal, duas outras capelas existem no arquipélago:

Capela da Quixaba – na antiga Vila da Quixaba, restaurada em 1999/2000, dedicada a N.Sª da Conceição e, com o desaparecimento da imagem original e a aquisição de uma outra, de N.Sª das Graças, definiu as duas denominações que a capela já recebeu.

Capela de São Pedro dos Pescadores – no alto, próxima à região da Air France e ao Porto de Sto. Antônio, só se abre por ocasião da festa de São Pedro, com Missa campal, seguida de procissão marítima.

No passado, três outros templos, se arruinaram:

Capela do Cemitério, dedicada a N.Sª da Conceição, datada de 1843.

Capela da Fortaleza dos Remédios, de 1737, hoje arruinada.

Igreja de N.Sª do Rosário dos Sentenciados, da segunda metade do século XIX.

Assim desenvolveu-se a religiosidade do habitante de Fernando de Noronha. Imposta e obrigatória, foi católica a orientação, mesmo esporádica. Restam hoje espaços de culto vistos também como patrimônio cultural, mesmo conservando o costume de servirem à comunidade de fé católica, com fé e esperança.

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