sábado, 18 de abril de 2009

É TEMPO DA "FESTA DA PITOMBA" NOS MONTES GUARARAPES


A tradicional Festa de Nossa Senhora dos Prazeres é realizada, anualmente, após o domingo da Páscoa no Parque Histórico Nacional dos Guararapes, município de Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife/Pernambuco, local considerado o “berço da nacionalidade brasileira”, por nele terem ocorrido as definitivas lutas contra os holandeses.

Comumente chamada Festa da Pitomba, por acontecer na época da safra da pitomba, uma fruta tropical muito apreciada no nordeste, é cercada de lendas que lhe conferem um misterioso ar sobrenatural.

Diz a tradição que, nas duas importantes batalhas travadas nos Montes Guararapes, entre brasileiros e holandeses, Nossa Senhora dos Prazeres teria aparecido milagrosamente aos soldados, protegendo-os e fazendo-os conseguir a vitória sobre os inimigos estrangeiros. Em agradecimento, o comandante das tropas brasileiras, o Gal. Francisco Barreto de Menezes, prometeu que, mandaria edificar, às suas custas, um altar-mor na capela existente naquele local. E cumpriu a promessa, sendo a Igreja dos Prazeres, por essa razão, uma Igreja “votiva” (nascida de um voto feito). Na entrada do templo, há uma placa que registra o acontecimento

Em 1656 (dois anos após a vitória definitiva obtida) a Capela foi entregue pelo seu benfeitor à Ordem Beneditina de Olinda, estabelecendo ele que, todos os anos, a partir de 1657, “deveria ser exaltada Nossa Senhora dos Prazeres, com grandes festejos e muita pompa.” E isso é feito até hoje, sendo os monges beneditinos responsáveis pos esse compromisso, que começa na segunda-feira, após o domingo de Páscoa e dura dez dias, com novena e a festa, propriamente dito, na qual é realizada a procissão com a imagem da Virgem, seguida por devotos que pagam promessas, caminham descalços e carregam consigo os ex-votos que vão depositar junto ao altar.

A primitiva Capela de Nossa Senhora dos Prazeres tinha sido construída nas primeiras décadas do século XVII, nas terras doadas pelo capitão Alexandre Moura, proprietário do Engenho Guararapes, no atual município de Jaboatão dos Guararapes. Com recursos da promessa feita em meio à luta, ela cresceu em importância artística, sendo ampliada entre 1676 e 1680, por Dom Macário de São João, um religioso pertencente ao Mosteiro Beneditino da Bahia. O prédio da tornou-se maior, a nave mais larga e foi feita a sacristia. As obras da capela-mor, dos altares laterais e do arco-cruzeiro, foram concluídas em 1720. Seu frontispício é atribuído ao arquiteto Francisco Nunes Soares, feito em 1795.

A festa está inserida no calendário cultural e religioso do Estado e nela - afora as celebrações religiosas ao redor do templo - acontecem festejos populares, com apresentação artísticas, barracas de artesanato, parque de diversões, repentistas, danças folclóricas e comidas típicas, sendo grande o consumo da pitomba, uma fruta muito apreciada pelo povo e que tem sua safra exatamente nesse período. Daí o segundo nome dado à comemoração: FESTA DA PITOMBA, uma festa que resgata tradições religiosas, de forte cunho histórico e cultural.

Neste ano de 2009, acontece a 352ª edição e é considerada uma das mais antigas festas religiosas-populares do Brasil.


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