sexta-feira, 10 de abril de 2009

UMA DAS MAIS BELAS PROCISSÕES QUE JÁ VI...


Era uma Sexta-Feira Santa. Na linda cidade portuguesa de Vila do Conde, do Distrito do Porto, ao Norte de Portugal, os preparativos tinham começado desde cedo... Pelas 16h, após a cerimônia religiosa, formou-se o cortejo da PROCISSÃO DO SENHOR MORTO, que saiu da Catedral da Sé.

Banhada pelo Atlântico e situada à margem da foz do Rio Ave
, Vila do Conde é – alem de um importante centro industrial, porto de pesca e zona balnearia - um pólo de irradiação religiosa, conservando tradições que atravessaram os tempos e chegaram aos nossos dias, na sua pureza e sob o respeito que merecem ter.

Na “Rua da Igreja” (uma rua quinhentista, no centro histórico de Vila) o cortejo se formou com garbosos cavalos que precediam o séquito; estudantes universitários envoltos em suas capas pretas; irmãos terceiros e irmandades com seus mantos identificativos; guardas especiais encapuzados, cobertos por capuzes pretos e portando fachos acesos; bandas de música executando compungidos dobrados; e o esquife visível do Cisto morto, respeitosamente coberto por um palío roxo, levado por homens também vestidos de preto e portando seus mantos de irmandades.

À frente do andor, uma cantora lírica, que entoaria – diante de cada capela onde se deram as paradas para reflexão – um canto de amor à Cruz redentora, ao sacrifício do Senhor Jesus, evocando sua morte dolorosa... Era como um lamento comovedor, lindamente executado, com discreta amplificação que em nada empanava o brilho daquele desfile de fé e de amor à Igreja Católica.

Esta terra singela, marcada por aquedutos e por monumentos religiosos extraordinários, de existencia anterior à fundação de Portugal (desde 953), cercada de aldeias rurais e de espaços em crescimento,
faz procissões como ninguém e seu modo de proclamar sua fé publicamente certamente serviu de modelo a tantas outras cidades portuguesas e atravessou o oceano, vindo moldar-se sobretudo aqui, no nordeste do Brasil.

Cidade-Irmã” de Olinda, terra da tradição da "renda-de-bilro”, é também uma terra onde os costumes católicos são valentemente cultuados. E foi essa procissão daquela Sexta-feira Santa que me fez agradecer ao Cristo que celebrávamos, a oportunidade de ser participante de uma importante e bela demonstração de fé.

Sem dúvida, uma das mais lindas que já vi!

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