sábado, 23 de maio de 2009

MOSTEIRO DE SÃO BENDO PODE SER ELEITO COMO "MARAVILHA PORTUGUESA"

Está em fase final o concurso que escolherá as maravilhas criadas pelos portugueses por aí afora... No Brasil, entre os sete finalistas, estão três monumentos situados no nordeste, sendo dois desses em Pernambuco. Isso envaidece o Estado, muito embora não haja incentivos para que o próprio povo pernambucano conheça e se aproprie dessa beleza, tão perto e tão disponível a nós todos que talvez nem nos detenhamos para apreciá-la...

Um está no Recife: o conjunto franciscano localizado na Rua do Imperador, no centro da capital pernambucana, com seu convento, sua igreja, seus clastros, suas capelas secundárias tendo, entre elas, a magnfica Capela Dourada, obra do começo do século XVII. O outro está em Olinda: o MOSTEIRO DE SÃO BENTO, localizado numa das sete colnas que formam os sítios históricos, nas vizinhanças do antigo Varadouro da Galeota.

Sua fundação remonta ao primeiro século da colonização portuguesa n
a Capitania de Pernambuco. Os Beneditinos vieram cá em 1586. Moraram, inicialmente, na Igreja de São João Batista dos Militares. Depois, transferiram-se para a ermida de N.Sª do Monte, que lhes foi doada – e onde hoje estão as Monjas Beneditinas – e aí ficaram até adquirirem, em 1597, um terreno conhecido como Olaria, e três outros nas proximidades, para aí edificarem o seu mosteiro.

O monumento é soberbo! Mesmo destruído em parte no incêndio holandês de 1631, foi sendo reconstruído através dos séculos, enriquecendo o seu acervo de peças de real valor artístico, como sanefas
de talha dourada, gradis de jacanrandá, pinturas da vida de São bento e de rico mobiliário.

A Igreja-Basílica de São Bento
foi concluída em 1761. Esta é a data inscrita em sua fachada sóbria, com portas entalhadas em almofadas, moldura de pedra com arcos, óculo ladeado por janelões com gradil de ferro e o brasão da Ordem Beneditina. À direita, uma torre com um carrilhão, que toca pontualmente às 18 horas, a convidar o povo para a oração.

O altar-mor
é em cedro, inteiramente folheado a ouro, construído entre 1783 e 1786, sendo um dos mais belos exemplares de talha dourada no Brasil. Restaurado em 2001, foi demontado e levado para ser exposto em Nova York, em 2002, como a atração principal da exposição Brasil de Corpo e Alma, realizada no Museu Guggenheim. No centro está a imagem de São Bento, ladeada por São Gregório Magno e por Santa Escolástica, sua irmã gêmea Hoje o suntuoso altar está de volta à sua casa... Pinturas no teto da capela-mor mostram passagens da vida do santo fundador da Ordem e de seus monges. Do mesmo teto pendem três lamparinas de prata, do século XVIII.

Sua sacristia é a mais rica das igrejas de Olinda com talhas douradas, espelhos de cristais e painéis, mostrando a vida de São Bento, inclusive o seu nascimento, vendo-se nele os gêmeos Bento e Escolástica, ele iluminado por um raio de sol e ela por um raio da lua.
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Na nave há um púlpito com dossel e altares laterais com imagens do século XVIII. No coro há uma imagem do Crucificado em tamanho natural, rodeado de anjos e de um esplendor. Em um dos corredores do andar superior está a singela imagem do Menino Jesus de Olinda, uma escultura em barro cozido, feita por Frei Agostinho da Piedade, entre 1635 e 1639 e é o único exemplar desse artista, fora da Bahia.

Os monges, de vida contemplativa e ações na área da Educação, praticam o canto gregoriano, conservando a boa tradição beneditina e, na loja posicionada na lateral do conjunto arquitetônico, vendem CDs do Coral do Mosteiro e outras preciosas lembranças do admirável edifício.

O Pátio diante do Mosteiro, com suas palmeiras e casario lateral, guarda a tranquilidade de um lugar de sonho, para desfrutar uma Olinda misteriosa e secular. Tomara que o título de “maravlha portuguesa” lhe seja concedido!

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