sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A PRÁTICA RELIGIOSA EM FERNANDO DE NORONHA

Desde sempre, a religiosidade em FERNANDO DE NORONHA foi sempre difícil de ser praticada... A história nos diz que a 1ª Missa foi aí celebrada pelo frade capuchinho francês, Frei Claude D’Abeville, companheiro do conquistador do Maranhão, Daniel da la Touche que, parando na ilha em 1612, para descanso, improvisou uma paliçada e, embaixo dela, oficiou a celebração. Também registra a existência de uma Congregação Cristã Reformada Calvinista, ao longo do período de ocupação holandesa (1629/1654), com freqüentes visitas de pastores enviados pelo governo holandês em Pernambuco.


Depois, ocupada de forma definitiva, a prática religiosa foi, principalmente, católica. O mais importante templo - a Igreja de N. Sª dos Remédios - teve sua construção iniciada em 1737 e concluída em 1772, data que ostenta em sua fachada. Foi essa devoção que inspirou a denominação do principal forte construído e de toda a vila. A Virgem dos Remédios foi tomada como padroeira do presídio em 1768 e em 1789 o templo foi ligado à Paróquia de São Frei Pedro Gonçalves (Igreja da Madre de Deus), no Recife, como extensão da mesma, dependência que mantêm até hoje. No século XX a "casa paroquial", vizinha à Igreja, foi entregue para outros usos e o acompanhamento dos fiéis feito de forma esporádica. Nunca se criou uma paróquia noronhense porque o número de moradores não ultrapassva os mil e poucos habitantes. No século XIX e começo do século XX havia a presença de padres-capelães e, a cada ano, no dia da ordenação dos padres da Diocese de Olinda, realizava-se um sorteio para a indicação daqueles que iriam atuar na ilha.


Em 1986, com a criação do Vicariato Castrense (diocese militar de almas, sem definição de espaço físico), tentaram os militares fazer coincidir essa Diocese com o espaço territorial de Fernando de Noronha, governado por militares. Com a mudança, no ano seguinte, da vinculação para o Ministério do Interior, essa intenção não chegou a se concretizar, voltando a ser a Arquidiocese de Olinda e Recife a responsável pela ilha. Também a presença militar por tantos anos, no Território Federal, impediu que, de 1964 a 1985, Dom Helder Camara visitasse seu rebanho insular. Somente em 1988 Dom Helder visitaria a ilha, para inaugurar a restauração da Igreja dos Remédios. E, em 1989, ocorria a primeira visita pastoral de Dom José Cardoso Sobrinho.


Diversas restaurações foram feitas na Igreja dos Remédios, ao longo dos tempos. A última e fidedigna restauração aconteceu em 1988, com recursos federais e sua inauguração se deu em agosto daquele ano.


Afora a igreja principal, duas outras capelas existem no Arquipélago:

  • a Capela da Quixaba, localizada na antiga Vila da Quixaba, restaurada em 1999. Essa capela foi dedicada a N.Sª da Conceição. A imagem desapareceu em data incerta, sendo substituída por outra, de N.Sª das Graças, vindo daí as duas denominações a ela atribuídas. Possui altar único e pequena pia de água benta;
  • a Capela de São Pedro dos Pescadores, num alto, próxima à região da Air France e ao Porto de Sto. Antônio. No seu entorno realiza-se a Fefta de São Pedro, com Missa Campal seguida de Procissão Marítima.


Já existiram outros templos, que se arruinaram, dos quais conhecemos apenas as imagens guardadas no acervo

* Capela do Cemitério, dedicada a N.Sª da Conceição;

* Capela de N.Sª dos Remédios, da Fortaleza dos Remédios;

* Igreja de N.Sª do Rosário dos Sentenciados, construída na segunda metade do século XIX, apenas registrada em tel do pintor francês Eugene Laissaily.


OUTRAS FORMAS DE CULTO RELIGIOSO


Até 1957, grupos evangélicos não tinham liberdade de culto. Neste ano, a chegada de um grande grupo pescadores do Recife, para uma campanha de pesca, trouxe consigo diversos evangélicos, de diferentes denominações que, unidos, reivindicaram e conseguiram o direito ao culto, surgindo então a primeira comunidade de crentes, sem separação por denominação. Aos poucos, esse grupo foi buscando parcerias com igrejas instaladas no continente e assumindo sua identificação, existindo hoje cinco pequenas comunidades evangélicas:


Igreja Batista, associada à Igreja de Dois Unidos, no Recife/PE;

Assembléia de Deus – associada à Igreja de Abreu e Lima/PE.

Congregação Cristã Reformada do Brasil

Igreja Batista

Igreja Episcopal


A mesma liberdade que permitiu o culto aos evangélicos também acolheu grupos espiritualistas, kardecistas e umbandistas em formação, os kardecistas com encontros regulares de fundamentação da doutrina. Cada um desses grupos distintos conduz um horário diferente na Rádio FM Noronha, atraindo seus fiéis como ouvintes e usando o importante espaço radiofônico como um meio de evangelização.


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